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NA MEIA-IDADE, SER "MAIS ADULTO" DÁ MAIS TRABALHO DO QUE SE PENSA

FESTA DE ANIVERSÁRIO INFANTIL - Enquanto a criançada se diverte, seus pais brincam de debater sobre qualquer coisa.

Na fase da meia-idade, geralmente entre os 45 e 65 anos, as pessoas reclamam da "obrigação" de se rejuvenescerem. Falam em "ditadura da boa forma", "mito da eterna juventude" e acham que "têm o direito" de serem "velhos", para fazer jus aos cabelos brancos que chegam nesta fase.

Só que ser "coroa autêntico" se revelou mais trabalhoso e até prejudicial à saúde do que muita gente imagina. E traz muito mais desgaste para os "senhores" e "senhoras" do que se esforçar espontaneamente para rejuvenescer e ter um corpo "mais jovem".

Vários itens comprovam isso, e servem como um alerta para as pessoas que estão nessa fase etária, e surpreendem o quanto ser "coroa autêntico" traz mais cansaço, indisposição, apatia, tristeza, depressão e sobrecarga mental, além de fazer muito mal à saúde. Vejamos:

1) FAZER DEBATES SOBRE QUALQUER COISA, PRINCIPALMENTE EM ALMOÇOS INFORMAIS E FESTAS DE ANIVERSÁRIO

Os chamados "pais de família" aproveitam os momentos de reuniões sociais informais para uns tentarem provar que são mais inteligentes que outros. Os homens se achando cultos e politizados, as mulheres se achando atualizadas em tudo. E aí o pessoal usa eventos como os almoços informais e as festas de aniversários dos filhos para debaterem sobre qualquer coisa, até política.

O LADO DESGASTANTE: Isso cria uma sobrecarga mental porque, sinceramente, homens e mulheres dessa geração precisam "queimar demais" a mente se informando mais sobre política, esportes, entretenimento etc para fazer bonito nas conversas. O desgaste mental é comparável ao de um militar estudando para uma prova de seleção para o oficialato.

2) USAR SAPATOS SOCIAIS

Isso é mais comum entre os homens. Embora as mulheres usem sapatos de salto alto e andem como se estivessem na corda bamba, seu uso é bem mais comum do que o dos homens em relação a sapatos de couro ou de verniz, com saltos duros e desconfortáveis. O uso obsessivo desses sapatos é uma forma desses homens parecerem "mais elegantes" e "sérios", como se um simples par de calçados pudesse simbolizar alguma respeitabilidade.

O LADO DESGASTANTE: Dores nas articulações e sérios problemas ortopédicos são o "prêmio" que esses homens grisalhos, querendo ser "sérios", "elegantes" e "sofisticados" ganham com a obsessão de usar sapatos de couro ou verniz a todo momento, sobretudo em situações informais. Sacrificar os pés em nome da vaidade não vale a pena e, cada vez mais, é necessário para quem tem mais de 45 anos adotar pares de tênis como calçados sociais, no lugar de sisudos sapatos engraxáveis.

3) DEIXAR O CORPO FORA DE FORMA

Deixar a barriga crescer e a gordura se acumular no organismo é uma forma dos "coroas" tentarem parecer "autênticos", não se achando mais no "compromisso etário" de manter a boa forma e achando que não podem se escravos da dieta a essas alturas da vida.

O LADO DESGASTANTE: Infartos e câncer que matam pessoas já no começo dos 60 anos são uma prova de que isso não vale a pena. Por outro lado, dizer que ter boa forma é ficar com "corpo de gatinhos e gatinhas" não procede, porque dá para envelhecer mantendo a boa forma física, como garantia de preservar a saúde.

4) MANTER CIGARRO E BEBIDAS ALCOÓLICAS

O "mundo adulto" dispensa as guloseimas, os refrigerantes e os doces associados sempre à gula infanto-juvenil. Mas as "guloseimas" dos adultos, o cigarro e as bebidas alcoólicas, principalmente cerveja e vinho, são mantidos e seu consumo até aumenta na meia-idade, com o ócio da pós-aposentadoria e a vida sedentária de muitos "coroas". Vinhos e cigarros são glamourizados, assim como a "indispensável" cervejinha.

O LADO DESGASTANTE: As doenças graves que tais consumos trazem aos adultos.

5) OUVIR SÓ MÚSICAS LENTAS E ANTIGAS

Os adultos, salvo exceções, têm surda resistência a ouvir músicas novas. A geração nascida nos anos 1950, descontando a que está associada a movimentos juvenis, se aborrece em ter que ouvir Rock Brasil, cujo desprezo lhes faz crer que não há diferença alguma entre Legião Urbana e A Turma do Balão Mágico. Preferem se refugiar em standards da música de Hollywood, ou em músicas românticas e antigas em geral, ou, quando muito, a algo que pareça um "jazz mais acessível".

O LADO DESGASTANTE: Excesso de saudosismo, mesmo que seja, como Millôr Fernandes lembrou, as "saudades de um tempo que não viveu". Isso pode trazer depressão, lembrança de amigos mortos, de qualidades perdidas, o que pode trazer doenças fatais como infarto. O ideal é que os "coroas" sempre abram seus ouvidos para ouvir coisas novas, mais modernas e mais animadas.

6) OBSESSÃO POR EVENTOS DE GALA

É hilário o mundo adulto. Um homem de 62 anos com esposa de uns 40 se queixa de ter que ir para um Lollapalooza para ver atrações eletrizantes e, como esse homem é um sujeito "muito sério", ele prefere ir para eventos de gala que se tornam as suas "noitadas".

Temos que lembrar a esses "senhores" que eventos de gala são eventos formais. Não são diversões para ir todo dia, mas eventos nos quais há um motivo formal de integração social ou reconhecimento profissional. Ver que homens com mais de 45 anos aumentam as vezes da semana em que vão para festas de gala é patético e constrangedor, embora bastante comum.

O LADO DESGASTANTE: Os "coroas" reclamam só por imaginar de ter que ir para um Lollapalooza sentar na grama ou ficar andando e pulando junto com o resto da plateia. Mas nos eventos de gala a coisa é pior: usando sapatos de verniz que doem nas solas dos pés, e andando de um lado para outro para conversar com amigos, contatos importantes e patrões aqui e ali, o desgaste físico é muito maior.

Se um "coroa" acha que um Lollapalooza é motivo para fazer três fisioterapias por semana, uma semana inteira de festas de gala é justificativa mais urgente para 14 fisioterapias em sete dias.

7) NÃO REPREENDER DEMAIS OS FILHOS OU NETOS

Os pais com mais de 45 anos são afeitos a repreender os filhos quando eles cometem algum deslize. Isso é necessário e saudável dentro de um limite no qual os filhos realmente são movidos pela ignorância, irresponsabilidade e imaturidade para cometer erros considerados preocupantes. No entanto, isso não significa que os pais tenham que repreender os filhos a ponto de reclamar até do modo com que seguram os copos na hora de beber água.

O LADO DESGASTANTE: A maioria dos erros infanto-juvenis cometidos corresponde aos que os pais de família também estão sujeitos a cometer. Além disso, há erros ainda piores e típicos da fase adulta, como os surtos de violência e de corrupção confirmam.

8) NÃO QUERER REVER VALORES

Os adultos parecem acreditar que, só porque atingiram a meia-idade, e, portanto, se preparando para o "crepúsculo da vida", não podem rever valores nem fazer autocrítica. Acham que não têm necessidade para isso, porque atingiram uma fase na vida que não podem mais pensar nisso.

Há casos de médicos e empresários, casados com ex-modelos e atrizes mais jovens do que os 60 e tantos anos dos maridos, que preferem se fechar para o colunismo social - cada vez mais oxigenado e juvenil - do que abrir mão de suas velhas personalidades de grisalhos obcecados com a elegância e a vida formal.

O LADO DESGASTANTE: Vergonha, constrangimento e muita, muita tristeza estão à espera de pessoas assim, sobretudo quanto muitos dos valores e práticas em que os adultos acreditam se tornam obsoletos e eles se recusam a rever e abrir mão do que pensavam e faziam. Incapazes de se adaptar à mudança dos tempos, eles se isolam numa vaidade "adulta" que só lhes trará mais problemas.

CONCLUSÃO

Ser "mais adulto" na meia-idade dá muito mais trabalho, sobrecarrega a mente, desgasta o físico, traz depressão, cansaço e pode até matar. Daí que os "coroas" de hoje são mais levados a rejuvenescer e reaprender a viver, numa época em que os grisalhos têm muito mais do que aprender do que a ensinar.

O problema não é querer ser jovem na meia-idade. A questão, em verdade, é saber ser jovem, reassumindo a espontaneidade e a fluidez da fase juvenil, e aproveitando o que a juventude ensina para a preparação da velhice. Deixar a juventude envelhecer faz muito bem para a saúde física e mental das pessoas.

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