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O REACIONARISMO DE UM MOTORISTA TENTOU MAS NÃO COMBATEU OS PROTESTOS CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA


A covardia de um motorista reacionário tentou combater um protesto pacífico na altura do Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, ontem de manhã.

Foi a manifestação niteroiense contra a Reforma da Previdência, acompanhando as manifestações pelo resto do Brasil.

Os protestos ocorreram em função da greve geral que deu ponto facultativo para várias profissões, dispensou as atividades escolares e paralisou a maior parte do transporte coletivo nas cidades brasileiras.

Foi um sucesso. Nem tanto um sucesso de mídia, como na manifestação de 15 de maio passado, mas um sucesso comparável ao do dia 30 de maio, fracasso de mídia, sucesso de público.

O reaça que, com seu carro vermelho, ironicamente, avançou contra os manifestantes quando se dirigia da Rua Djalma Dutra para a Rua Princesa Isabel.

Conheço as ruas homônimas em Salvador. A Djalma Dutra fica em Sete Portas, e a Rua Princesa Isabel (que é homônima, também, de uma avenida em Copacabana), no bairro da Graça.

Vários manifestantes foram jogados e caíram, sofrendo, felizmente, ferimentos leves. Mas o ato foi de uma grande covardia por parte do motorista, que fugiu com sua fúria arrogante.

Ele tentou estragar a manifestação pacífica, mas fora esse estrago do atropelo, ele não intimidou os manifestantes.

Pelo contrário, eles se sentiram fortalecidos, porque reações assim não intimidam.

Da mesma forma que a repressão policial, com bombas de efeito moral e disparos de armas não-letais, na altura do INTO, nos acessos da Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, não intimidaram os manifestantes.

O povo brasileiro, aliás, não protestou somente contra a Reforma da Previdência.

Protestou também contra o vergonhoso governo Jair Bolsonaro, pelo conjunto da obra, e contra a Operação Lava Jato, depois do vazamento das conversas suspeitas de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

Sérgio Moro, aliás, anda se atrapalhando ao explicar as gravações que Glenn Greenwald recebeu e divulgou em primeira mão no The Intercept.

Moro tenta dizer que "desconhece" as leis no Brasil, o que é uma aberração para alguém que atuou como um juiz.

Pouco importa se é um juiz de porta de cadeia, ou de comarca ou coisa parecida. A obrigação de todo juiz é conhecer leis e aplicá-las com a maior transparência e isenção possíveis.

Mas sabemos que respeitar e aplicar as leis não é o forte de Moro, que negociava com Dallagnol meios para banir Lula da corrida eleitoral.

Era só isso a obsessão do então juiz paranaense e hoje ministro da Justiça de Bolsonaro, a de ver Lula preso e, de preferência, encerrando sua carreira atrás das grades.

E isso porque Moro está a serviço dos EUA, para o qual é servil, apesar de falar um inglês muitíssimo atrapalhado.

E Moro e Paulo Guedes, o maior interessado pela Reforma da Previdência - o ministro da Economia de Bolsonaro é sócio de negócios de capitalização - , vão se desgastando sem poder melhorar o nosso país.

Daí a indignação popular, as manifestações recentes. Que podem não resolver o quadro político em si, mas que sinalizam a impopularidade de vários personagens do golpe político de 2016 até agora.

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