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CPI DA COVID TEM A PERSPECTIVA DE DAR FIM À ERA BOLSONARO


A CPI da Covid foi inaugurada com o objetivo de investigar abusos cometidos por autoridades durante a pandemia.

Embora governadores também sejam o alvo da investigação, o carro-chefe dessa comissão parlamentar mista de inquérito do Congresso Nacional é o governo Jair Bolsonaro, que é o que mais cometeu crimes diversos ao reagir à urgência de cuidados humanos com a pandemia.

Bolsonaro chegou a rir e esnobar dos mortos da pandemia. Chamou a Covid-19 de "gripezinha" e inventou remédios "milagrosos" que nem de longe conseguem controlar os efeitos da doença.

O relator é o senador alagoano Renan Calheiros, que já foi aliado de Fernando Collor e apoiador do golpe político de 2016, mas foi um dos que realmente mudaram de lado e hoje atua em apoio às causas progressistas.

A deputada bolsonarista Carla Zambelli, sob o pretexto de que Renan seria envolvido num suposto esquema de corrupção, tentou sabotar a comissão lançando uma liminar impedindo o senador de assumir a função.

Ela entrou com o pedido na 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal.

Por sua vez, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região derrubou a liminar da deputada, justificando que a decisão de Renan Calheiros ser o relator está de acordo com a harmonia e o equilíbrio entre poderes, entendendo a ação de Zambelli como lesiva á ordem pública.

A comissão tende a, pelo menos, durar três meses, e irá ouvir depoimentos de ex-ministros da Saúde de Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, e o atual, Marcelo Queiroga.

O ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, também será convocado a depor.

Dos 11 senadores que trabalharão na primeira etapa da CPI, a ser feita pelo Senado Federal, apenas quatro são aliados do governo. São eles: Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

São sete os senadores que adotam uma posição crítica ao governo ou mesmo uma oposição explícita: Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Eduardo Braga (MDB-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Aziz será o presidente da comissão, e seu vice, Randolfe.

Em seu discurso de inauguração, Renan afirmou que a CPI não será uma inquisição, mas que eventuais culpados serão punidos "imediatamente e emblematicamente".

A atuação da CPI promete ter um caráter técnico, mas sinaliza que terá "munição" contra Jair Bolsonaro.

O Brasil está se aproximando dos 400 mil mortos pela Covid-19. Hoje o número atingido foi de 395 mil, num ritmo de cerca de três mil por dia.

Além desse problema da pandemia, recentemente foram divulgadas gravações de possíveis diálogos de milicianos do Rio de Janeiro com Jair Bolsonaro.

Tem uma piada interessante a respeito disso.

É um meme que imita aqueles avisos de Captcha daqueles avisos para quem quer mandar mensagens em fóruns na Internet, que avisam "Mostre que você não é um robô".

E aí vem aquela relação de figuras, divididas em quadradinhos, e a indicação "Clique na imagem que aparecer um objeto". Geralmente carro, semáforo, bicicleta. E aí o meme colocou "miliciano".

E aí, entre várias paisagens urbanas, aparecem fotos de Jair Bolsonaro e seu filho Flávio, Fabrício Queiroz e o falecido Adriano da Nóbrega, espalhadas na relação.

A piada faz trocadilho com os "robôs" usados nas redes sociais para apoiar o presidente.

Só esses raros momentos engraçados nesses tempos de pandemia. Servem como um bom desabafo.

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