Pular para o conteúdo principal

LIVROS QUE AJUDAM O ROQUEIRO A SAIR DA MESMICE E DA ZONA DE CONFORTO


Uma grande oportunidade que o pessoal está perdendo é a leitura dos livros meus, Pelas Entranhas da Cultura Rock e O Mundo Não Quer Ler, dois livros bacanas sobre rock, cultura alternativa e alguns assuntos de interesse do público alternativo. São livros feitos para tirar o público de rock da mesmice e da zona de conforto dos mesmos assuntos e mesmos artistas.

Em tempos de Rock In Rio, nada como adquirir esses dois livros, que, embora contem, ambos, com toda a produção da minha coluna na extinta webradio Rocknet, de Luiz Antônio Mello - jornalista que formatou a programação da Fluminense FM, nos anos 1980 - , tem muitos textos diferentes entre um volume e outro. Comprar os dois livros não representa, portanto, prejuízo algum.

Essa ideia se inspirou no que a indústria fonográfica fazia com os discos de bandas britânicas, sejam os primeiros álbuns dos Beatles e dos Rolling Stones, seja a relação entre duas coletâneas dos Smiths, a britânica The World Won't Listen, e a estadunidense Louder Than Bombs (depois lançada também no Reino Unido).

Trata-se do seguinte processo. Há o lançamento original britânico, o álbum oficial, com dada sequência de músicas. Nos EUA, é lançado um outro álbum, com a sequência do álbum original levemente alterada, como se observou nos Beatles e Rolling Stones. A maior parte da sequência do álbum original é reproduzida, mas algumas faixas ficam de fora, substituídas por outras que fazem parte do lado B dos compactos britânicos originais.

No caso dos Smiths, a diferença de The World Won't Listen e Louder Than Bombs é que, na coletânea britânica, se prioriza o material de The Queen is Dead, substituído na coletânea estadunidense por canções de Hatful of Hollow

Em ambos faixas como "London", "Ask", "Shoplifters of the World", "Oscilate Wildly" e "Half a Person" aparecem, mas "Stretch Out and Wait", apesar de ser uma canção presente nas duas coletâneas, as versões são diferentes, o mesmo ocorrendo com "You Just Haven't Earned it Yet Baby". A coletânea estadunidense veio com inéditas como "Sheila Take a Bow", "Is It Really So Strange?" e a cover de "Golden Lights", sucesso original de 1965 da cantora e compositora folk britânica Twinkle.

Com base nesse processo, eu batizei a "versão estadunidense" de Pelas Entranhas da Cultura Rock em O Mundo Não Quer Ler, título "chupado" de The World Won't Listen ("O mundo não quer ouvir"). São dois livros distintos que apenas coincidem com os textos da coluna da Rocknet.

Tanto em Pelas Entranhas da Cultura Rock quanto em O Mundo Não Quer Ler, o conteúdo comum é, além da coluna da Rocknet, atualizada com informações de 2014 (apesar de O Mundo Não Quer Ler ter sido lançado em 2018), há dois textos inéditos que prometi para a coluna, mas ela acabou antes (2002), um sobre os Mutantes e outro sobre a cena alternativa britânica (a "cena que se celebra por si mesma"), ambos escritos em 2014, após rever o conteúdo original da coluna.

Nos dois volumes, há, também, um texto sobre John Peel originalmente lançado no Tributo Flu FM, uma página que fiz no Geocities que está fora do ar, e outro sobre o lado musical da saudosíssima atriz Brittany Murphy, de As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless).

De diferente, há vários textos. Em Pelas Entranhas da Cultura Rock, a ênfase está em textos culturais publicados na fase final de meus blogues O Kylocyclo e Mingau de Aço e nos primórdios do Linhaça Atômica, em 2014. Há também um texto, "Pianos e Teclados", publicado num jornal comunitário de Salvador, e um sobre o Catherine Wheel que fiz para o antigo zine, também chamado O Kylocyclo, em 2000.

Em O Mundo Não Quer Ler, fiz alguns inéditos na ocasião e também revirei minha "gaveta", ou seja, textos que fiz por volta de 2003 e permaneceram inéditos até então. Também coloquei alguns textos publicados no Linhaça Atômica em fase mais recente (em relação a 2018), só que ampliados - o blogue aparece, portanto, em versão condensada - , e textos publicados em outras páginas extintas na Internet.

O conteúdo diferenciado entre um volume e outro compensa, e muito, o conteúdo comum presente nos dois livros. Fiz isso para que a aquisição não seja um desperdício, permitindo que os leitores tenham os dois títulos na sua coleção. Os linques dos títulos, presentes tanto na Amazon quanto no Clube de Autores (a pessoa escolhe o melhor site para comprar), são estes abaixo, e peço para que vocês visitem e adquiram, para me ajudar a ser mais conhecido no mercado literário. Boa leitura para todos!!

PELAS ENTRANHAS DA CULTURA ROCK

Linque da Amazon:


Linque do Clube de Autores:


O MUNDO NÃO QUER LER

Linque da Amazon:


Linque do Clube de Autores:


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RELIGIÃO DO AMOR?

Vejam como são as coisas, para uma sociedade que acha que os males da religião se concentram no neopentecostalismo. Um crime ocorrido num “centro espírita” de São Luís, no Maranhão, mostra o quanto o rótulo de “kardecismo” esconde um lodo que faz da dita “religião do amor” um verdadeiro umbral. No “centro espírita” Yasmin, a neta da diretora da casa, juntamente com seu namorado, foram assaltar a instituição. Os tios da jovem reagiram e, no tiroteio, o jovem casal e um dos tios morreram. Houve outros casos ao longo dos últimos anos. Na Taquara, no Rio de Janeiro, um suposto “médium” do Lar Frei Luiz foi misteriosamente assassinado. O “médium” era conhecido por fraudes de materialização, se passando por um suposto médico usando fantasias árabes de Carnaval, mas esse incidente não tem relação com o crime, ocorrido há mais de dez anos. Tivemos também um suposto latrocínio que tirou a vida de um dirigente de um “centro espírita” do Barreto, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Houve incênd...

LULA GLOBALIZOU A POLARIZAÇÃO

LULA SE CONSIDERA O "DONO" DA DEMOCRACIA. Não é segredo algum, aqui neste blogue, que o terceiro mandato de Lula está mais para propaganda do que para gestão. Um mandato medíocre, que tenta parecer grandioso por fora, através de simulacros que são factoides governamentais, como os tais “recordes históricos” que, de tão fáceis, imediatos e fantásticos demais para um país que estava em ruínas, soam ótimos demais para serem verdades. Lula só empolga a bolha de seus seguidores, o Clube de Assinantes VIP do Lulismo, que quer monopolizar as narrativas nas redes sociais. E fazendo da política externa seu palco e seu palanque, Lula aposta na democracia de um homem só e na soberania de si mesmo, para o delírio da burguesia ilustrada que se tornou a sua base de apoio. Só mesmo sendo um burguês enrustido, mesmo aquele que capricha no seu fingimento de "pobreza", para aplaudir diante de Lula bancando o "dono" da democracia. Lula participou da Assembleia Geral da ONU e...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

BURGUESIA ILUSTRADA E SEU VIRALATISMO

ESSA É A "FELICIDADE" DA BURGUESIA ILUSTRADA. A burguesia ilustrada, que agora se faz de “progressista, democrática e de esquerda”, tenta esconder sua herança das velhas oligarquias das quais descendem. Acionam seus “isentões”, os negacionistas factuais, que atuam como valentões que brigam com os fatos. Precisam manter o faz-de-conta e se passar pela “mais moderna sociedade humana do planeta”, tendo agora o presidente Lula como fiador. A burguesia ilustrada vive sentimentos confusos. Está cheia de dinheiro, mas jura que é “pobre”, criando pretextos tão patéticos quanto pagar IPVA, fazer autoatendimento em certos postos de gasolina, se embriagar nas madrugadas e falar sempre de futebol. Isso fora os artifícios como falar português errado, quase sempre falando verbos no singular para os substantivos do plural. Ao mesmo tempo megalomaníaca e auto-depreciativa, a burguesia ilustrada criou o termo “gente como a gente” como uma forma caricata da simplicidade humana. É capaz de cele...

“COMBATE AO PRECONCEITO” TRAVOU A RENOVAÇÃO REAL DA MPB

O falecimento do cantor e compositor carioca Jards Macalé aos 82 anos, duas semanas após a de Lô Borges, mostra o quanto a MPB anda perdendo seus mestres um a um, sem que haja uma renovação artística que reúna talento e visibilidade. Macalé, que por sorte se apresentou em Belém, no Pará, no Festival Se Rasgum, em 2024. Jards foi escalado porque o convidado original, Tom Zé, não teve condições de tocar no evento. A apresentação de Macalé acabou sendo uma despedida, um dos últimos shows  do artista em sua vida. Belém é capital do Estado da Região Norte de domínio coronelista, fechado para a MPB - apesar da fama internacional dos mestres João Do ato e Billy Blanco - e impondo a música brega-popularesca, sobretudo forró-brega, breganejo e tecnobrega, como mercado único. A MPB que arrume um dueto com um ídolo popularesco de plantão para penetrar nesses locais. Jards, ao que tudo indica, não precisou de dueto com um popularesco de plantão, seja um piseiro ou um axezeiro, para tocar num f...

O ERRO QUE DENISE FRAGA COMETEU, NA BOA-FÉ

A atriz Denise Fraga, mesmo de maneira muito bem intencionada, cometeu um erro ao dar uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo para divulgar o filme Livros Restantes, dirigido por Márcia Paraíso, com estreia prevista para 11 de dezembro. Acreditando soar “moderna” e contemporânea, Denise, na melhor das intenções, cometeu um erro na boa-fé, por conta do uso de uma gíria. “As mulheres estão mais protagonistas das suas vidas. Antes esperavam que aos 60 você estivesse aposentando; hoje estamos indo para a balada com os filhos”. Denise acteditou que a gíria “balada” é uma expressão da geração Z, voltada a juventude contemporânea, o que é um sério equívoco sem saber, Denise cometeu um grave erro de citar uma gíria ligada ao uso de drogas alucinógenas por uma elite empresarial nos agitos noturnos dos anos 1990. A gíria “balada” virou o sinônimo do “vocabulário de poder” descrito pelo jornalista britânico Robert Fisk. Também simboliza a “novilíngua” do livro 1984, de George Orwell, no se...

O NEGACIONISMO FACTUAL E A 89 FM

Era só o que faltava. Textos que contestam a validade da 89 FM - que celebra 40 anos de existência no dia 02 de dezembro, aniversário de Britney Spears - como “rádio rock” andam sendo boicotados por internautas que, com seu jeito arrogante e boçal, disparam o bordão “Lá vem aquele chato criticar a 89 novamente”. Os negacionistas factuais estão agindo para manter tudo como o “sistema” quer. Sempre existe uma sabotagem quando a hipótese de um governo progressista chega ao poder. Por sorte, Lula andou cedendo mais do que podia e reduziu seu terceiro mandato ao mínimo denominador comum dos projetos sociais que a burguesia lhe autorizou a fazer. Daí não ser preciso apelar para a farsa do “combate ao preconceito” da bregalização cultural que só fez abrir caminho para Jair Bolsonaro. Por isso, a elite do bom atraso investe na atuação “moderadora” do negacionista factual, o “isentão democrático”, para patrulhar as redes sociais e pedir o voicote a páginas que fogem da assepsia jornalística da ...

A RELIGIÃO QUE COPIA NOMES DE SANTOS PARA ENGANAR FIÉIS

SÃO JOÃO DE DEUS E SÃO FRANCISCO XAVIER - Nomes "plagiados" por dois obscurantistas da fé neomedieval "espirita". Sendo na prática uma mera repaginação do velho Catolicismo medieval português que vigorou no Brasil durante boa parte do período colonial, o Espiritismo brasileiro apenas usa alguns clichês da Doutrina Espírita francesa como forma de dar uma fachada e um aparato pretensamente diferentes. Mas, se observar seu conteúdo, se verá que quase nada do pensamento de Allan Kardec foi aproveitado, sendo os verdadeiros postulados fundamentados na Teologia do Sofrimento da Idade Média. Tendo perdido fiéis a ponto de cair de 2,1% para 1,8% segundo o censo religioso de 2022 em relação ao anterior, de 2012, o "espiritismo à brasileira" tenta agora usar como cartada a dramaturgia, sejam novelas e filmes, numa clara concorrência às novelas e filmes "bíblicos" da Record TV e Igreja Universal. E aí vemos que nomes simples e aparentemente simpáticos, como...

“JORNALISMO DA OTAN” BLINDA CULTURALISMO POPULARESCO DO BRASIL

A bregalização e a precarização de outros valores socioculturais no Brasil estão sendo cobertos por um véu que impede que as investigações e questionamentos se tornem mais conhecidos. A ideologia do “Jornalismo da OTAN” e seu conceito de “culturalismo sem cultura”, no qual o termo “cultura” é um eufemismo para propaganda de manipulação política, faz com que, no Brasil, a mediocridade e a precarização cultural sejam vistas como um processo tão natural quanto o ar que respiramos e que, supostamente, reflete as vivências e sentimentos da população de cada região. A mídia de esquerda mordeu a isca e abriu caminho para o golpismo político de 2016, ao cair na falácia do “combate ao preconceito” da bregalização. A imprensa progressista quase faliu por adotar a mesma agenda cultural da mídia hegemônica, iludida com os sorrisos desavisados da plateia que, feito gado, era teleguiada pelo modismo popularesco da ocasião. A coisa ainda não se resolveu como um todo, apesar da mídia progressista ter ...

O BRASIL DOS SONHOS DA FARIA LIMA

Pouca gente percebe, mas há um poder paralelo do empresariado da Faria Lima, designado a moldar um sistema de valores a ser assimilado “de forma espontânea” por diversos públicos que, desavisados, tom esses valores provados como se fossem seus. Do “funk” (com seu pseudoativismo brega identitário) ao Espiritismo brasileiro (com o obscurantismo assistencialista dos “médiuns”), da 89 FM à supervalorização de Michael Jackson, do fanatismo gurmê do futebol e da cerveja, do apetite “original” pelas redes sociais, pelo uso da gíria “balada” e dos “dialetos” em portinglês (como “ dog ”, “ body ” e “ bike ”), tudo isso vem das mentes engenhosas das elites empresariais do Itaim Bibi, na Zona Sul paulistana, e de seis parceiros eventuais como o empresariado carnavalesco de Salvador e o coronelismo do Triângulo Mineiro, no caso da religião “espírita”. E temos a supervalorização de uma banda como Guns N'Roses, que não merece a reputação de "rock clássico" que recebe do público brasile...