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GERAÇÃO Z E MILENIAIS SÃO APENAS FRUTOS DOS ERROS DE OUTRAS GERAÇÕES

 A GERAÇÃO Z É APENAS PRODUTO DA INFLUÊNCIA NEGATIVA DOS PADRÕES CULTURAIS DE GERAÇÕES ANTERIORES.

Os episódios das universitárias de Bauru que ridicularizaram uma colega de 44 anos e das baixarias da funqueira MC Pipokinha são episódios em que a responsabilidade, supostamente, é única e exclusiva das últimas gerações de jovens brasileiros, a geração Z e os mileniais, nascidos a partir do fim dos anos 1980.

Todavia, se essas gerações estão manifestando profunda ignorância e defendendo valores não só duvidosos como também invertidos - que definem como "não-comercial" o sucesso comercial do momento, só porque toca no cotidiano da vida dos ouvintes, enquanto "comercial" é aquele nome veterano respeitável que se envolve em algum processo na Justiça, como se fosse uma empresa em recuperação judicial - , é porque temos um sistema de valores traçado por gente mais velha.

As questões do etarismo são mais complexas do que se imagina. Não se trata aqui de colocar o maniqueísmo entre velhos e jovens, mas analisar objetivamente os erros que, pelo menos, as gerações de brasileiros influentes a partir de 1974 - quando os propósitos da ditadura militar conseguiram enfraquecer as últimas resistências de vida inteligente pré-1964 que ainda se manifestavam com certa influência - , começaram a desempenhar.

Sim, os erros desses jovens se devem porque pais, avós e bisavós começaram a estabelecer um mau caminho para o Brasil. De brasileiros reacionários nascidos nos anos 1930 e 1940, que clamaram pela queda de João Goulart e estabeleceram as bases da precarização cultural do brega-popularesco, até os falsos idealistas nascidos nos anos 1970 que sucatearam da mobilidade urbana à MPB, gente grande também tem culpa pelos descaminhos e desastres que ocorrem em nosso país.

Não podemos culpar a geração Z ou os mileniais só por causa de certos erros, pois eles são frutos de uma péssima educação. Afinal, se o Big Brother Brasil consegue chamar muita atenção, é porque gente mais adulta, com cabelo grisalho ou branco, também se inquieta com factoides como um MC Guimê sendo expulso do programa porque, casado, apalpou o traseiro de outra mulher e causou confusões no ambiente do riélite.

A ideia de "liberdade", que faz muita gente, com muita estupidez, diz que "faz sua tatuagem" em vez de dizer o correto, "mandar outra pessoa fazer-lhe uma tatuagem", é uma franquia de umas poucas famílias que exercem o poder midiático no âmbito nacional.

A "liberdade" hoje é uma concessão das famílias Marinho, Mesquita, Frias, Abravanel, Saad, Amaral de Carvalho (da qual se destaca o Tutinha), entre outros, e o pessoal, não só as "crianças Z" nem os mileniais, mas também muito quarentão ou cinquentão metido a valentão digital, fingem que odeiam a mídia que tão apaixonadamente consomem. Consomem Rede Globo, SBT e até Folha de São Paulo e Jovem Pan, mas fazem de conta que só veem streaming do HBO e Netflix. Vão mentir no armazém do seu bairro!...

Vivemos um cenário de precarização cultural profundo e preocupante, chegando a níveis de terrível estupidez, e isso é uma catástrofe sociocultural que já contaminou até mesmo forças progressistas e setores acadêmicos, ou seja, setores que deveriam cuidar de nossa inteligência, de zelar contra a idiotização cultural. Quem deveria lutar contra a imbecilização é o primeiro a passar pano na mesma.

É a bisavó que leva a sério a literatura farsante das "psicografias" que carregam nomes ilustres de pessoas falecidas, sem mostrar metade dos estilos pessoais das mesmas. É o avô que finge gostar de jazz e ouve o pop comercial do seu tempo escondido. É o pai empenhado na expansão da breguice musical. O filho achando que nada que surgiu antes dos anos 1990 presta. E os irmãozinhos mais novos consumindo o pop adolescente mais tolo, a breguice cultural mais rasteira.

O bolsonarismo foi uma reivindicação de "coroas" reacionários de 65, 70 anos de idade. O que mostra que os problemas dos mais velhos, embora não justifiquem a "velhofobia" - nome com o qual está sendo confundido o etarismo, pois velhofobia é apenas um aspecto dessa mania de impor estereótipos e papéis fixos para os mais velhos - , desmontam toda aquela fantasia da maturidade e sabedoria, que muitos imaginam emergirem em proporção inversa a da perda da pigmentação dos cabelos.

Não devemos nos esquecer que boa parte dos setentões de hoje eram os "mauricinhos" e "patricinhas" da época do "milagre brasileiro", que iniciaram toda uma contaminação cultural que culminou nos desrespeitos de MC Pipokinha e das estudantes de Bauru a professores e universitários mais velhos.

São preconceitos sociais que envolvem o cenário da Educação e que mostram o quanto nossa Educação é deficitária. Meu irmão tomou conhecimento de gente que, apesar de supostamente ter um bom nível de instrução, acreditava que jogar futebol poderia substituir a escola. Ignoram que essa insanidade ideológica abre caminho para abusadores e gananciosos como Robinho, Neymar e Daniel Alves.

Se os mais velhos aceitam obras literárias fake que carregam nomes de pessoas mortas só porque seus enredos prometem realizar a paz mundial, isso abre caminho para os mais jovens produzirem textos falsos com o nome de personalidades do momento. Até quando se pratica o chamado linchamento virtual, o "tribunal da Internet", se usam muito nomes de famosos como grosseiros e paródicos pseudônimos do agressor para ridicularizar a vítima de maneira mais "divertida.

Portanto, se os mais jovens demonstram muita estupidez nas redes sociais, isso é uma influência de um sistema de valores e de uma estrutura social que remetem, pelo menos, a 1974, ano em que o Brasil ganhou formas "atuais" de sociedade. Se não contestarmos os dogmas, paradigmas e estereótipos vigentes a partir dessa época ou dela derivados, o Brasil só terá casos ainda piores e mais constantes de degradação social e cultural.

O pior preconceito é a aceitação de tudo sem verificar. É aceita a decadência só porque ela é compartilhada por um número maior de pessoas. Geração Z e mileniais são apenas os produtos tardios de uma decadência sociocultural que vem há décadas, e não podemos aceitar que aquilo que é decadente e mais antigo é maravilhoso porque "parece melhor" com a decadência mais recente.

Tudo é decadente, desde o "médium" charlatão de peruca que bajulava falsamente os professores, enquanto pregava obscurantismo religioso, até a funqueira cosplei de ninfeta de mangá que esnoba os professores, porque ganha um salário maior do que eles. E isso passando por bregalhões, tecnocratas, esportistas gananciosos, subcelebridades, valentões de Internet e por aí vai. Cabe contestar tudo isso, independente de ser o fundo do poço de hoje e a falsa relíquia de 50 anos atrás.

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