Pular para o conteúdo principal

CHOREM, NITEROIENSES! SALVADOR ANUNCIA MAIS UMA NOVA AVENIDA


Vemos ser praticado algo próximo ao conto do coelho e da tartaruga, a famosa narrativa de Esopo (620-560 a.C).

Nesse conto o coelho, que estava competindo com a tartaruga numa corrida, parou para descansar sob a sombra de uma árvore, pois, por estar metros à frente do animal rival, acreditava ter a corrida ganha, podendo esperar para voltar seu rumo à linha de chegada.

Mas de repente, quando decidiu voltar à corrida, era tarde demais e a tartaruga ganhou a competição.

A divulgação dos Índices de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas revela que Salvador teve um crescimento significativo de 34% nas últimas décadas.

No Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), a capital baiana aparece em 383%, mas o dado é agravado por problemas ainda existentes, como a violência nas áreas suburbanas e a falta de infraestrutura e baixa escolaridade nesses lugares.

Mesmo assim, Salvador investe muito em melhorias e mobilidade urbana, e as ações estimulam a disputa entre o prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, do DEM, e o governador da Bahia, Rui Costa, do PT.

A cidade não ganhou a parada, um dado contrário à fábula de Esopo, mas seu esforço é digno se comparado à "triunfante" Niterói.

Niterói, que era a quarta colocada em IDHM, caiu para a sétima. Dados como a violência e o caráter provinciano de seus moradores, que aceitam ou reclamam levemente dos problemas existentes, contribuíram para a decadência da cidade.

Os niteroienses vivem praticamente com as mentes no piloto automático, esperando que as coisas se resolvam sempre "de cima", ou seja, de quem tem mais status.

Os niteroienses só reclamam de problemas óbvios, batidos, ou quando sente na carne algum transtorno.

Até agora reina o silêncio sepulcral dos niteroienses sobre monstrengos que se constroem em várias ruas da cidade, como arremedos de praças públicas. Mais detalhes lendo aqui.

As pessoas ficam resignadas perdendo tempo em locais como a Av. Marquês do Paraná (altura do Rio Cricket) e em toda a Estrada Francisco da Cruz Nunes, em vez de reivindicar passarelas.

Infelizmente, os niteroienses dependem do jornal O Dia, do RJ-TV, do Jornal Nacional e até do Brasil Urgente e da Band News para se conscientizarem dos próprios problemas.

Sobre Salvador, temos uma notícia de mais uma nova avenida ligando Pau da Lima e São Marcos, dois bairros vizinhos, e mais Vila Canária e Jardim Cajazeiras.

A futura avenida já começou suas obras e ganhou o nome do saudoso músico baiano João Gilberto, por ironia sepultado em Niterói.

E não se trata de uma obra de um esquerdista, mas de um político do DEM, ACM Neto, simpatizante de João Dória Jr.. E temos que dar razão a ACM Neto, com uma declaração que deveria deixar os niteroienses com o coração partido:

"A região de Pau da Lima e São Marcos tem muito trânsito. As vias são estreitas e não têm a largura necessária para uma duplicação. Precisamos criar novos acessos. Criando novos acessos de Pau da Lima com a Gal Costa, a integração regional vai ser facilitada".

Só entre o Rio do Ouro e Várzea das Moças, a novela da falta de avenida própria deve repetir a do acesso Cafubá-Charitas, que ficou sete décadas sem sair do papel. A Av. Rio do Ouro-Várzea das Moças, aliás, nem no papel está, diante do silêncio que contagia as autoridades.

O pessoal que vai e vem de cidades longínquas da Região dos Lagos está reclamando por que a RJ-106 continua atuando como "avenida de bairro" em Niterói e nem as páginas noticiosas niteroienses se dão conta.

Existe um terrenão ocioso. Fica no fim de linha do Rio do Ouro, onde estacionam linhas da Viação Pendotiba, no fim da RJ-108 (antiga Estrada Velha de Maricá), e vai até o entorno próximo da Rua Jean Valenteau Mouliac, junto à Estrada Ewerton Xavier, em Várzea das Moças.

Um bom terreno que, com desapropriação mediante justa indenização, pode ser trabalhado para obras de cerca de dez meses com um orçamento não muito alto.

A Av. João Gilberto, em Salvador, tem orçamento de R$ 9,1 milhões e cronograma de obras estimado em nove meses.

Creio que seja algo próximo ao do orçamento da nova avenida Rio do Ouro-Várzea das Moças. Mas até agora não houve uma mexida do prefeito Rodrigo Neves a esse respeito.

Nenhum diálogo com o Governo do Rio de Janeiro, o DER em particular, nem com os donos do terreno ocioso.

Silêncio absoluto na imprensa. Eu já mandei até mensagem nesta matéria de O Fluminense e ninguém se mexe. Tem gente até sonhando com VLT sem que a cidade esteja sequer estruturada para tal.

E olha que nem é preciso comparar Niterói com Salvador

Vamos à cidade vizinha, o Rio de Janeiro.

Tem um vídeo (que deveria ser visto por todos) em que comparo, por exemplo, o fato do Rio de Janeiro ter construído a Linha Amarela.

Se for pelo pensamento obtuso do niteroiense médio, que se contenta até com praça-monstrengo na Rua Coronel Moreira César - decepção o "correspondente da Rua Moreira César" que faz jornalismo de redes sociais não se preocupar sequer com a própria rua - , a Linha Amarela não existiria.

Por esse raciocínio torto, bastava ir pela Av. Lobo Júnior, pegar o Viaduto da Penha, o Brás de Pina, Vaz Lobo, percorrer Madureira, Praça Seca e Taquara para ir da Av. Brasil para a Barra da Tijuca.

E o que dizer da Baixada Fluminense? Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis e São João do Meriti têm a Via Light.

E por que tanta frescura em ninguém reivindicar a nova avenida Rio do Ouro-Várzea das Moças?

Será porque a área tem um "centro espírita" que está obsediando os niteroienses a nunca reivindicar essa nova via, deixando todo mundo num transe muito estranho?

Devemos largar a zona de conforto, porque a BR-101 está com problemas, a Região Oceânica começa a crescer e o tráfego todo está indo para a RJ-106, aos poucos.

Não vamos esperar o problema ir longe demais para reconhecer a necessidade da nova avenida Rio do Ouro-Várzea das Moças para aliviar o tráfego da RJ-106, que é uma rodovia estadual e deve priorizar seu trajeto ligando Niterói e Região dos Lagos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RELIGIÃO DO AMOR?

Vejam como são as coisas, para uma sociedade que acha que os males da religião se concentram no neopentecostalismo. Um crime ocorrido num “centro espírita” de São Luís, no Maranhão, mostra o quanto o rótulo de “kardecismo” esconde um lodo que faz da dita “religião do amor” um verdadeiro umbral. No “centro espírita” Yasmin, a neta da diretora da casa, juntamente com seu namorado, foram assaltar a instituição. Os tios da jovem reagiram e, no tiroteio, o jovem casal e um dos tios morreram. Houve outros casos ao longo dos últimos anos. Na Taquara, no Rio de Janeiro, um suposto “médium” do Lar Frei Luiz foi misteriosamente assassinado. O “médium” era conhecido por fraudes de materialização, se passando por um suposto médico usando fantasias árabes de Carnaval, mas esse incidente não tem relação com o crime, ocorrido há mais de dez anos. Tivemos também um suposto latrocínio que tirou a vida de um dirigente de um “centro espírita” do Barreto, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Houve incênd...

LULA GLOBALIZOU A POLARIZAÇÃO

LULA SE CONSIDERA O "DONO" DA DEMOCRACIA. Não é segredo algum, aqui neste blogue, que o terceiro mandato de Lula está mais para propaganda do que para gestão. Um mandato medíocre, que tenta parecer grandioso por fora, através de simulacros que são factoides governamentais, como os tais “recordes históricos” que, de tão fáceis, imediatos e fantásticos demais para um país que estava em ruínas, soam ótimos demais para serem verdades. Lula só empolga a bolha de seus seguidores, o Clube de Assinantes VIP do Lulismo, que quer monopolizar as narrativas nas redes sociais. E fazendo da política externa seu palco e seu palanque, Lula aposta na democracia de um homem só e na soberania de si mesmo, para o delírio da burguesia ilustrada que se tornou a sua base de apoio. Só mesmo sendo um burguês enrustido, mesmo aquele que capricha no seu fingimento de "pobreza", para aplaudir diante de Lula bancando o "dono" da democracia. Lula participou da Assembleia Geral da ONU e...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

BURGUESIA ILUSTRADA E SEU VIRALATISMO

ESSA É A "FELICIDADE" DA BURGUESIA ILUSTRADA. A burguesia ilustrada, que agora se faz de “progressista, democrática e de esquerda”, tenta esconder sua herança das velhas oligarquias das quais descendem. Acionam seus “isentões”, os negacionistas factuais, que atuam como valentões que brigam com os fatos. Precisam manter o faz-de-conta e se passar pela “mais moderna sociedade humana do planeta”, tendo agora o presidente Lula como fiador. A burguesia ilustrada vive sentimentos confusos. Está cheia de dinheiro, mas jura que é “pobre”, criando pretextos tão patéticos quanto pagar IPVA, fazer autoatendimento em certos postos de gasolina, se embriagar nas madrugadas e falar sempre de futebol. Isso fora os artifícios como falar português errado, quase sempre falando verbos no singular para os substantivos do plural. Ao mesmo tempo megalomaníaca e auto-depreciativa, a burguesia ilustrada criou o termo “gente como a gente” como uma forma caricata da simplicidade humana. É capaz de cele...

“COMBATE AO PRECONCEITO” TRAVOU A RENOVAÇÃO REAL DA MPB

O falecimento do cantor e compositor carioca Jards Macalé aos 82 anos, duas semanas após a de Lô Borges, mostra o quanto a MPB anda perdendo seus mestres um a um, sem que haja uma renovação artística que reúna talento e visibilidade. Macalé, que por sorte se apresentou em Belém, no Pará, no Festival Se Rasgum, em 2024. Jards foi escalado porque o convidado original, Tom Zé, não teve condições de tocar no evento. A apresentação de Macalé acabou sendo uma despedida, um dos últimos shows  do artista em sua vida. Belém é capital do Estado da Região Norte de domínio coronelista, fechado para a MPB - apesar da fama internacional dos mestres João Do ato e Billy Blanco - e impondo a música brega-popularesca, sobretudo forró-brega, breganejo e tecnobrega, como mercado único. A MPB que arrume um dueto com um ídolo popularesco de plantão para penetrar nesses locais. Jards, ao que tudo indica, não precisou de dueto com um popularesco de plantão, seja um piseiro ou um axezeiro, para tocar num f...

O ERRO QUE DENISE FRAGA COMETEU, NA BOA-FÉ

A atriz Denise Fraga, mesmo de maneira muito bem intencionada, cometeu um erro ao dar uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo para divulgar o filme Livros Restantes, dirigido por Márcia Paraíso, com estreia prevista para 11 de dezembro. Acreditando soar “moderna” e contemporânea, Denise, na melhor das intenções, cometeu um erro na boa-fé, por conta do uso de uma gíria. “As mulheres estão mais protagonistas das suas vidas. Antes esperavam que aos 60 você estivesse aposentando; hoje estamos indo para a balada com os filhos”. Denise acteditou que a gíria “balada” é uma expressão da geração Z, voltada a juventude contemporânea, o que é um sério equívoco sem saber, Denise cometeu um grave erro de citar uma gíria ligada ao uso de drogas alucinógenas por uma elite empresarial nos agitos noturnos dos anos 1990. A gíria “balada” virou o sinônimo do “vocabulário de poder” descrito pelo jornalista britânico Robert Fisk. Também simboliza a “novilíngua” do livro 1984, de George Orwell, no se...

O NEGACIONISMO FACTUAL E A 89 FM

Era só o que faltava. Textos que contestam a validade da 89 FM - que celebra 40 anos de existência no dia 02 de dezembro, aniversário de Britney Spears - como “rádio rock” andam sendo boicotados por internautas que, com seu jeito arrogante e boçal, disparam o bordão “Lá vem aquele chato criticar a 89 novamente”. Os negacionistas factuais estão agindo para manter tudo como o “sistema” quer. Sempre existe uma sabotagem quando a hipótese de um governo progressista chega ao poder. Por sorte, Lula andou cedendo mais do que podia e reduziu seu terceiro mandato ao mínimo denominador comum dos projetos sociais que a burguesia lhe autorizou a fazer. Daí não ser preciso apelar para a farsa do “combate ao preconceito” da bregalização cultural que só fez abrir caminho para Jair Bolsonaro. Por isso, a elite do bom atraso investe na atuação “moderadora” do negacionista factual, o “isentão democrático”, para patrulhar as redes sociais e pedir o voicote a páginas que fogem da assepsia jornalística da ...

A RELIGIÃO QUE COPIA NOMES DE SANTOS PARA ENGANAR FIÉIS

SÃO JOÃO DE DEUS E SÃO FRANCISCO XAVIER - Nomes "plagiados" por dois obscurantistas da fé neomedieval "espirita". Sendo na prática uma mera repaginação do velho Catolicismo medieval português que vigorou no Brasil durante boa parte do período colonial, o Espiritismo brasileiro apenas usa alguns clichês da Doutrina Espírita francesa como forma de dar uma fachada e um aparato pretensamente diferentes. Mas, se observar seu conteúdo, se verá que quase nada do pensamento de Allan Kardec foi aproveitado, sendo os verdadeiros postulados fundamentados na Teologia do Sofrimento da Idade Média. Tendo perdido fiéis a ponto de cair de 2,1% para 1,8% segundo o censo religioso de 2022 em relação ao anterior, de 2012, o "espiritismo à brasileira" tenta agora usar como cartada a dramaturgia, sejam novelas e filmes, numa clara concorrência às novelas e filmes "bíblicos" da Record TV e Igreja Universal. E aí vemos que nomes simples e aparentemente simpáticos, como...

“JORNALISMO DA OTAN” BLINDA CULTURALISMO POPULARESCO DO BRASIL

A bregalização e a precarização de outros valores socioculturais no Brasil estão sendo cobertos por um véu que impede que as investigações e questionamentos se tornem mais conhecidos. A ideologia do “Jornalismo da OTAN” e seu conceito de “culturalismo sem cultura”, no qual o termo “cultura” é um eufemismo para propaganda de manipulação política, faz com que, no Brasil, a mediocridade e a precarização cultural sejam vistas como um processo tão natural quanto o ar que respiramos e que, supostamente, reflete as vivências e sentimentos da população de cada região. A mídia de esquerda mordeu a isca e abriu caminho para o golpismo político de 2016, ao cair na falácia do “combate ao preconceito” da bregalização. A imprensa progressista quase faliu por adotar a mesma agenda cultural da mídia hegemônica, iludida com os sorrisos desavisados da plateia que, feito gado, era teleguiada pelo modismo popularesco da ocasião. A coisa ainda não se resolveu como um todo, apesar da mídia progressista ter ...

O BRASIL DOS SONHOS DA FARIA LIMA

Pouca gente percebe, mas há um poder paralelo do empresariado da Faria Lima, designado a moldar um sistema de valores a ser assimilado “de forma espontânea” por diversos públicos que, desavisados, tom esses valores provados como se fossem seus. Do “funk” (com seu pseudoativismo brega identitário) ao Espiritismo brasileiro (com o obscurantismo assistencialista dos “médiuns”), da 89 FM à supervalorização de Michael Jackson, do fanatismo gurmê do futebol e da cerveja, do apetite “original” pelas redes sociais, pelo uso da gíria “balada” e dos “dialetos” em portinglês (como “ dog ”, “ body ” e “ bike ”), tudo isso vem das mentes engenhosas das elites empresariais do Itaim Bibi, na Zona Sul paulistana, e de seis parceiros eventuais como o empresariado carnavalesco de Salvador e o coronelismo do Triângulo Mineiro, no caso da religião “espírita”. E temos a supervalorização de uma banda como Guns N'Roses, que não merece a reputação de "rock clássico" que recebe do público brasile...