Linhaça Atômica

Comparado com o funk autêntico, o "funk" brasileiro, o chamado "batidão" ou "pancadão" que até hoje ilude as esquerdas brasileiras, é uma grande vergonha. Isso porque o funk autêntico, de nomes como James Brown, Earth Wind & Fire, Chic, o nosso Tim Maia e tantos outros, é marcado pela grande exigência de qualidade musical, pois o funk autêntico valoriza a competência dos músicos, cantores e arranjadores.

Desmentindo as intenções de defesa da redemocratização, o ex-presidente, "cacique" e "guru" do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, não quer o impeachment  de Jair Bolsonaro e, em entrevista à Rádio Jornal, de Recife, ele disse que o Brasil precisa ser "tolerante" com o atual presidente.

Os exemplos de indícios de plágios em dissertações do atual ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, e do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, são uma tendência mais comum do que se pensa, dentro de um âmbito dos cursos de pós-graduação, onde o senso crítico é discriminado, mas não os plágios, dentro de um padrão de cosmética "científica", teses meramente descritivas e abordagens supostamente "imparciais" e "objetivas".

Nas mãos de Luís Ernesto Lacombe, o Aqui na Band, da TV Bandeirantes tornou-se um panfleto bolsonarista, mesmo sob a fachada de um jornalismo regular com atrações de variedades. O programa foi longe demais quando foi debater conservadorismo com Alexandre Garcia, Allan dos Santos (Terça Livre, investigado por difusão de fake news ) e Flávio Morgenstern (Senso Incomum, personalidade não citada no vídeo). Teve baixíssima audiência e repercussão negativa, o que fez com que a cúpula do Jornalismo da Band reformulasse o programa.

Na prometida live  do movimento Direitos Já, se prevê a mesma aliança da centro-direita golpista de 2016 com os setores das esquerdas que não percebem que o movimento apenas defende uma democracia de fachada, meramente formal. Além disso, há quem cogite chamar Michel Temer e Sérgio Moro para essa estranha "frente ampla". (Informação não mencionada no vídeo: Michel Temer é um apoiador de Jair Bolsonaro)

O Senado aprovou, por 65 a 13, a privatização dos serviços de saneamento e tratamento da água, e irá para sanção presidencial. Isso significa que é menos uma riqueza a ficar em nossas mãos, já que o relator Tasso Jereissati é representante de uma conhecida corporação estadunidense. É a sequência do projeto de privatizações do golpe político de 2016.

O Ministério Público do Rio de Janeiro anunciou que vai investigar o filho do presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, acusado de envolvimento com o esquema de "rachadinhas" do ex-policial Fabrício Queiroz. Enquanto isso, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, viajou para os EUA para fugir de investigações sobre as declarações que havia dado durante uma reunião ministerial com o presidente, quando xingou os ministros do Supremo Tribunal Federal de "vagabundos" e disse que eles "deveriam estar presos".

Para quem imagina que a bregalização cultural é sinônimo de "progressismo", deveria se lembrar de seu caráter conservador e atrasado quando trata as classes populares de maneira estereotipada, caricata e inferiorizada. Pois foi justamente a campanha do "combate ao preconceito" que ajudou a parir o bolsonarismo, este "filho" dos mesmos paradigmas da breguice cultural.

Em uma análise mais simplificada, explica-se como a campanha do "combate ao preconceito" da bregalização - que, no entanto, forçava a aceitação intelectual de formas já preconceituosas de supostas expressões populares - foi crucial para tirar o povo pobre da mobilização social e abrir caminho para a derrubada dos governos progressistas de Lula e Dilma Rousseff.

Espalham por aí que o sucesso da axé-music "Xibom Bombom", do grupo As Meninas, de autoria do hoje falecido empresário Wesley Rangel e de Rogério Gaspar, é inspirado em O Capital , de Karl Marx e Friedrich Engels. Vídeo explica o equívoco dessa tese que repercute fortemente nas redes sociais.

Apesar do impacto causado pelas prisões de Sara Geromini (Sara Winter) e Fabrício Queiroz e pela demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação, o aprofundamento da crise de Jair Bolsonaro está só começando e ainda pode ser revertido. Portanto, o quadro não é para as esquerdas recuperarem os espaços perdidos em 2016, porque os golpistas mantém o protagonismo e apenas atuam de maneira mais moderada do que antes. (No vídeo, me esqueci de pedir para que vocês se inscrevam, mas não se esqueçam de se inscrever no canal)

É certo que a crise do governo Jair Bolsonaro está se desgastando profundamente e aumentam as chances de chegar ao fim, mas ainda é cedo para pensar que as esquerdas irão recuperar o protagonismo político, com as circunstâncias se mostrando desfavoráveis a isso.

A prisão de Fabrício Queiroz, membro das milícias cariocas e amigo da família Bolsonaro, e a demissão do ministro da Educação, Fabrício Queiroz, aprofundam o desgaste do governo Jair Bolsonaro, que dá indícios de que pode chegar ao fim. (Comentário não creditado no vídeo: nota-se, por ironia, que a prisão se deu num sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, cidade onde tem um imóvel mentirosamente atribuído ao ex-presidente Lula)

Na noite de ontem, duas notícias se destacaram, como a aprovação, por pelo menos oito votos (até a edição desta postagem), dos ministros do Supremo Tribunal Federal para a continuidade do inquérito das fake news  dos apoiadores de Bolsonaro, e, sob o impacto dessa investigação, surgiu o anúncio de que Abraham Weintraub decidiu sair do Ministério da Educação, ato ainda não oficializado na ocasião desta postagem, mas tendo substituto cotado, o olavista Carlos Naradim.

A situação está delicada no Brasil. Se, por um lado, temos o Supremo Tribunal Federal dando continuidade às investigações do "gabinete do ódio", a ponto de quebrar o sigilo bancário de vários parlamentares bolsonaristas, o governo Jair Bolsonaro pediu inquérito para apurar a charge de Renato Aroeira mostrando o presidente pintando sobre a cruz vermelha, desenhando uma suástica. É o conflito do bolsonarismo com seus opositores que se torna ainda mais acirrado. (Obs.: No vídeo, o nome de Abraham Weintraub não é creditado, mas ele é um dos ídolos do "gabinete do ódio" que produz fake news  em campanhas anti-democráticas)

Tiago Iorc, que rompeu com o empresário Felipe Simas (não confundir com o ator homônimo), fato não creditado neste vídeo, entrou em conflito com Ana Caetano, da dupla Anavitória, devido a uma composição que o cantor que proibiu as ex-parceiras de cantarem a composição dele e da cantora, Trevo (Tu). O incidente, embora sem querer, acaba dando visibilidade a esses dois ícones da "MPB carneirinha".

Hoje a militante reacionária do movimento 300 Pelo Brasil, Sara Winter, foi presa, acusada de fazer ameaças ao Poder Judiciário e ao Poder Legislativo, além de ser investigada por envolvimento em produção de fake news  nas redes sociais.

Num sábado que teve a Polícia Federal desmontando um acampamento do 300 pelo Brasil, que depois reagiu tentando invadir o Congresso Nacional, em Brasília, temos ainda a suposta "volta à normalidade" através da reabertura de shopping centers  e do restante do comércio, numa época em que a pandemia não atingiu o pico no Brasil.

Não bastasse o processo de idiotização que o establishmenti , no Brasil, determina aos homens e mulheres solteiros, há a trilha sonora culturalmente duvidosa de músicas popularescas, como se notou numa live  para pessoas solteiras transmitida pela Internet, em pleno Dia dos Namorados.

Acatando ordem de Jair Bolsonaro de invadir hospitais públicos e de campanha para verificar supostas denúncias de leitos vazios, um grupo de pessoas invadiu o hospital Ronaldo Gazzola, em Acari, gritando e chutando portas de quartos de pacientes.

O governo Jair Bolsonaro, em mais uma atitude de esperteza para salvar seu governo, recriou o Ministério das Comunicações (por desatenção, eu falei Ministério da Comunicação) visando agradar tanto o Centrão quanto os donos da "mídia amiga", principalmente o SBT, de Sílvio Santos, sogro do ministro designado, Fábio Faria.

Diferente de Cabo Anselmo nos anos 1970 e de vários nomes das esquerdas setentistas em 2010, está difícil para os infiltrados, direitistas ocultos em movimentos de esquerda, desembarcarem dela. E isso não se deve ao amor deles pelos movimentos esquerdistas, vale lembrar.

Contrariando a prudência progressista de conter o avanço da Covid-19 com prevenção social, o "funk" e o "pagodão" baiano realizaram eventos clandestinos com aglomerações, com apetite similar ao dos bolsonaristas. A máscara caiu, e não foi a de proteção.

É perda de tempo conversar sobre rock com ouvintes da Rádio Cidade porque eles não são mais que meros deslumbrados, que, na verdade, nem curtem realmente rock, sendo apenas cariocas provincianos que usam o rock apenas como trilha sonora para sonharem que estão nos EUA, no seu habitual transe imaginativo, ao som da programação da duble de rádio rock do Rio de Janeiro.

Domingo, 07 de junho de 2020, foi o dia em que aumentaram as manifestações de protesto contra Jair Bolsonaro, no seu conjunto da obra, porém agravado pela omissão de dados sobre Covid-19 no dia anterior. Os protestos podem, por enquanto, não surtirem efeitos políticos concretos, mas trazem a noção de impopularidade do governo Bolsonaro.

Sem ter uma tradição progressista, o Brasil demonstra que os movimentos de esquerda estão no início, e ainda sofrem o problema de que, dentro deles, existe muita gente de direita que finge ser esquerdista visando vantagens pessoais.

Se há eventos como o protesto anti-bolsonarista na Av. Paulista, ocorrido no final do mês passado, quem se manifestou foram cidadãos que aproveitaram sua condição de membros de grupos de torcidas para se unirem para uma manifestação. Não foi o futebol que protestou contra Bolsonaro, foram pessoas de um grupo que o fizeram. Futebol é apenas um lazer, uma diversão, não é uma causa nem um movimento libertário.

Mais uma tragédia comove o país, com o menino Miguel caindo do nono andar de um edifício de Recife, depois que ele tentava procurar sua mãe, uma empregada doméstica, que foi passear com os cães dos patrões, o prefeito de Tamandaré (PE), Sérgio Hacker, e sua esposa, Sari Corte Real, que cuidava do filho da empregada mas não quis acompanhar o menino. Em tempo: na menção dos protestos negros, mencionei uma jovem negra assassinada, mas não havia lembrado o nome dela. Ela foi Breonna Taylor, outra vítima do abuso policial, que teria feito aniversário hoje (05 de junho de 2020), se não tivesse sido morta naquele 13 de março último, em Louisville, Kentucky.

Vendo o vídeo da propaganda do curso de bateria do renomado músico Ivan Busic no canal do Régis Tadeu, observa-se, logo de cara, que o baterista do Dr. Sin traz outro ensinamento, que só mesmo vendo este vídeo para saber.

O Movimento Estamos Juntos mostra o quanto é problemático "furar a bolha" pelo lado errado, um vício que toma conta das esquerdas brasileiras. Felizmente, o ex-presidente Lula não aderiu ao manifesto, que só serve aos interesses da direita moderada que fez o golpe de 2016.

Uma médica foi educadamente pedir para que pessoas acabassem com uma festa numa casa no Grajaú, Zona Norte do Rio de Janeiro, e foi covardemente agredida por indivíduos "de bem" que ignoram o que é respeitar o ser humano.

A campanha do suposto combate ao preconceito da bregalização fez com que as classes populares se "ocupassem" com o entretenimento popularesco, tido erroneamente como "ativismo libertário", o que permitiu abrir o caminho para o golpe político de 2016.

O último fim-de-semana de maio de 2020 foi marcado por protestos contra a morte violenta de George Floyd, nos EUA. No Brasil, houve os protestos anti-bolsonaristas, mas também teve o movimento moderado Estamos Juntos e a "minifestação" de Sara Winter e seus "300 pelo Brasil" que, por sinal, eram só trinta.