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Mostrando postagens de julho, 2022

TV LINHAÇA - A FESTA DO MOVIMENTO DA DEMOCRACIA ESTÁ BONITA. MAS DEPOIS DA FESTA VEM A CONTA

 Lula está articulando uma frente ampla demais, aumentando o apoio de forças divergentes ao seu projeto político. Tudo pelo diálogo, pela união, pela democracia. A festa está muito bonita, mas depois vem a conta e como Lula vai ter que lidar com isso?

MOVIMENTO PELA DEMOCRACIA? OU MOVIMENTO RICAÇOS COM LULA?

LULA E GERALDO ALCKMIN APERTAM AS MÃOS, NA OFICIALIZAÇÃO DA CHAPA EM CONVENÇÃO DO PSB. NO MEIO, O PRESIDENTE DO PSB, CARLOS SIQUEIRA. A campanha presidencial está constrangedora, quando o tal Movimento pela Democracia atropela a própria democracia para forçar a vitória de Lula na marra, a qualquer preço, em ação predatória contra a Terceira Via. Uma estranha euforia destoa do Brasil distópico, enquanto a propaganda lulista tenta forçar a ideia de que o nosso país vai migrar do inferno bolsonarista para o paraíso lulista sem escalas. Pular etapas não parece ser o forte de Lula, que não quer muitos debates e, de preferência, quer vitória no primeiro turno a qualquer preço. Lula, que se comporta como um grande pelego, já começa a deixar a máscara cair: quando evoca os movimentos populares, enfatiza as causas identitárias, quase nunca o proletariado e o campesinato e muito menos o lumpesinato que, aqui em São Paulo, é simbolizado pelos miseráveis que sofrem na Cracolândia. No entanto, quan

DEMOCRACIA DECIDIDA "DE CIMA"?

GERALDO ALCKMIN ATRAI AS ELITES CONSERVADORAS A VOTAREM EM LULA Sim, o bom empresariado existe, mas é muito estranho haver tanto entusiasmo das elites empresariais com a candidatura de Lula para a Presidência da República. A alegação de "defesa da democracia" faz com que o empresariado mergulhasse fundo na luta contra o bolsonarismo. Walter Schalka, presidente da empresa fabricante de papel Suzano, disse: "Nunca vi mobilização tão grande do empresariado na política". O Manifesto Pela Democracia, lançado recentemente e que sofreu 2.340 tentativas de ataques hackers , apesar de envolver diversos segmentos da sociedade, teve como destaque a participação do empresariado, que, para defender seus interesses, sempre apelam para o termo "democracia", para o bem e para o mal. Para o bem, temos o exemplo atual da candidatura de Lula, indicando que o petista tende mesmo a aliviar seu programa de governo. Como areia caindo da caçamba furada de um caminhão, Lula já abr

LULA E O BRASIL DE CONTOS DE FADAS

Lula foi o entrevistado de ontem do UOL, no canal do jornalista Kennedy Alencar, de tendência progressista. No entanto, é a primeira vez que Lula aparece no portal, antes conhecido pelo antipetismo marcante da família Frias, dona do portal e do jornal Folha de São Paulo. Com a simpatia de sempre, Lula no entanto manteve aquele clima de sonho, só que sem exibir as promessas exageradas que, por sinal, se dissolvem pouco a pouco. Até o Bolsa Família, que Lula prometeu turbinar, ficará no valor de R$ 600. Juro que imaginava que ele iria determinar o valor em R$ 1.500, que já considerava paliativo, diante de famílias pobres muito numerosas. A entrevista de Lula não traz novidades. Ele já havia falado, por exemplo, que pretende pautar os preços dos combustíveis da Petrobras em reais e considerar a demanda do consumidor e não dos acionistas. Correto. Ele pretende recriar ministérios e também incrementar políticas em prol da preservação da Amazônia e da garantia da soberania da parte brasileir

TERCEIRA VIA RESPIRA E MERECE ESPAÇO

Diferente do telecatch  político entre Lula e Jair Bolsonaro, tomado de muita arrogância e bravataria, a Terceira Via respira, vai muito bem obrigado e merece ter espaço na campanha presidencial. Isto é democracia, é dar vez para mais candidatos expuserem suas ideias, dando aos eleitores o direito de escolha. A grande mídia, ao menos Globo e Band, começam a cortejar os três candidatos considerados terceiro-viáveis, a senadora e advogada Simone Tebet (MDB-MS), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT-CE) e o também advogado André Janones (Avante-MG), em programas de entrevistas e debates. Eles aabam se tornando prioridade pela grande mídia. A CCNN Brasil suspendeu o debate presidencial porque Lula e Bolsonaro não aceitaram participar. O empenho da Terceira Via é de certa forma considerável, apesar da aparente baixa popularidade apontada por supostas pesquisas eleitorais, que Janones chegou a conversar com Lula e desistir da candidatura para apoiar o petista. Mas Janones preferiu seguir

A BANALIZAÇÃO DA IDEIA DE DEMOCRACIA

Que a ameaça fascista de Jair Bolsonaro é uma coisa séria, isso não tem como questionar. O problema é quando, no lado da campanha de Lula, tudo parece ser feito de brincadeira, quando o termo "democracia", banalizado, só serve de pretexto para conservadores embarcarem em alguma causa nobre. O que se vê é uma brincadeira de criança. Brincar de fazer história, brincar de protagonismo, brincar de Diretas Já, e criar um clima de festa que é incabível neste país distópico que é o Brasil. Como se fosse fácil retomar o rumo esquerdista, quando o cenário não está favorável para as esquerdas na América Latina. O que se vê como "esquerda latino-americana" são na verdade governos domesticados que pincelam seu projeto neoliberal com algumas concessões assistenciais ou identitárias. Tudo parece bom demais. Uma estranha equação política em que se supõe que Lula, mesmo fazendo alianças mais estreitas com forças conservadoras, fará um projeto esquerdista mais ousado do que o dos go

TV LINHAÇA - CURTAS - POR QUE OS JORNALISTAS CULTURAIS PASSAM PANO NA MEDIOCRIDADE MUSICAL?

 Vídeo curto explica o motivo de jornalistas culturais passarem pano em ídolos musicais medíocres.

TV LINHAÇA - QUAIS OS LIMITES DE LULA?

Favorito na corrida presidencial, Lula promete tudo, aparentemente sem medir contextos nem condições e nem mesmo obstáculos. No entanto, diante do contexto de um Brasil fragilizado e com as alianças com forças divergentes, é certeza absoluta que Lula terá limites em sua performance governamental. Vídeo explica com detalhes este assunto.

ESQUERDAS E OS "KUBITSCHEK DE BOTEQUIM"

EDUARDO PAES, RODRIGO NEVES E GERALDO ALCKMIN. Que as esquerdas brasileiras sempre procuram um "direitista favorito", isso é verdade. Vide os "brinquedos culturais" da direita moderada que, adotados pelas esquerdas, as fazem ver a realidade do Brasil como se fosse uma novela das 21 horas da Rede Globo de Televisão, com seus funqueiros, "médiuns", craques de futebol, "sertanejos" e mulheres-objetos povoando os pensamentos desejosos de esquerdistas que querem um mundo de direita habitando o universo de esquerda. Com esse costume, cujo ato mais marcante foi a escolha do neoliberal irredutível Geraldo Alckmin para a Vice-Presidência na chapa de Lula, as esquerdas não querem transformar o Brasil, preferindo apenas conviver com valores e personalidades de direita que não falem hidrofobês, o idioma da raiva e do rancor. Se ser de esquerda é acolher tudo que é de direita que dispense o idioma do ódio, então para que Karl Marx ter se esforçado para ter um

O JOGO DUPLO DE LULA

  Contradição não é sinônimo de equilíbrio. Lula está fazendo um duplo papel, o de moderado diante dos empresários e o de pretenso audacioso diante das classes populares, neste caso fazendo uma caricatura do antigo sindicalista que desapareceu para sempre. Ontem foi um dia em que houve chacina no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, cometida por policiais, e a perseguição de um segurança racista a jovens negros que, como consumidores, estavam no seu direito de conhecer o Shopping Pátio Higienópolis, aqui em São Paulo. Por ironia, o Complexo do Alemão também tem sua Higienópolis (entre Inhaúma e Bonsucesso), que, diferente da paulistana, é muito pobre. Já passei pelas duas Higienópolis, manchadas de racismo num mesmo dia. A situação está dura, o Brasil distópico, o Rio de Janeiro pragmático com o governador Cláudio Castro mandando eliminar pobres sob a desculpa de combater o crime, com policiais atirando sem haver um verdadeiro confronto e sempre matando algum inocente, e os lulistas

QUEM VOTA EM LULA, NÃO VOTA EM LULA. VOTA EM GERALDO ALCKMIN

Ninguém vai votar em Lula. Votando em Lula, o pessoal votará, na verdade, em Geraldo Alckmin, o freio que irá brecar as ousadias do presidente, de forma a reduzir todo o projeto progressista a projetos paliativos de combate à fome e o desemprego, sem mexer nos privilégios nababescos tanto da elite do atraso (a classe média "esclarecida" e "sabedora das coisas") quanto do poder financeiro e empresarial associado a essa mesma elite. Para entendermos a situação, citemos um episódio que, aparentemente, nada tem a ver. Recentemente, o filho do cartunista Maurício de Sousa, Maurício Takeda, pagou R$ 14,5 mil para comprar uma placa de vídeo. No entanto, ao receber a mercadoria, em vez do produto solicitado, veio uma caixa de areia. A situação no Brasil está tão complexa que não se permite encarar os fatos com ingenuidade e pensamento desejoso, este sobretudo através de sua forma mística, a fé religiosa. Geraldo Alckmin, escolhido para ser vice de Lula, não aderiu à chapa p

'DEVAGAR QUASE CORRENDO' É UMA GRANDE OBRA VINTAGE

  Quem acha que vintage  é gourmetizar a música de Michael Sullivan ou Benito di Paula ou imagina que cult  é Grupo Molejo, Raça Negra e É O Tchan, está bastante desinformado das coisas. Precisa melhorar o repertório de leitura de livros e sair das zonas de conforto das obras anestésicas que "servem para relaxar". Uma boa dica é meu livro Devagar, Quase Correndo , um livro que lancei há um tempo e que mostra coisas legais bem vintage . Um livro que serve para dialogar com o público que busca o verdadeiro saudosismo cultural, que é bem diferente do que ler aquele jornalista cultural isentão passando pano em esquecidos ídolos bregas ansiosos em voltar à carreira, agora promovidos como "gênios visionários". O livro Devagar, Quase Correndo  faz aquele estilo das coletâneas minhas. Não é material previamente lançado colhido numa mesma fonte. Há textos já publicados na Internet, mas há também textos exclusivos e raros, e outros que já figuraram na Internet mas estão fora

ELES (EM MAIORIA) "APOIARAM" LULA, MAS ABRIRAM AS PORTAS PARA BOLSONARO

Hermano Vianna, Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches, Ronaldo Lemos, Milton Moura, Roberto Albergaria, Mônica Neves Leme, Eugênio Arantes Raggi e Bia Abramo. Estes são alguns dos personagens do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , que descreve a campanha do "combate ao preconceito", que tomou conta da mídia e de setores da opinião pública entre os anos 2000 e a primeira metade da década de 2010. Essa campanha visava usar a desculpa do "fim do preconceito" para não somente reciclar os sucessos dos fenômenos popularescos, mas fazer eles alcançá-los públicos com maior poder aquisitivo ou, se isso não for necessariamente o caso, as demandas com melhor grau educacional. Com um pouco de coitadismo aqui, partindo dos próprios intelectuais, eles mesmos autoproclamados "injustiçados", e uma certa carteirada - os sociólogos e antropólogos que "pesquisam tudo", o jornalista cultural que "entrevistou tudo quanto é artista", a cineast

CAMPANHA PRESIDENCIAL QUE QUER TERMINAR QUANDO LOGO COMEÇA

Pouca gente percebe, mas a campanha de Lula - inclusive a que oficialmente se chama de "pré-campanha" - é uma vergonhosa coleção de erros, principalmente estratégicos. Escolher um neoliberal irredutível, Geraldo Alckmin, como vice-presidente, e criar um clima de festa na campanha, são apenas dois dos piores erros, diante de um contexto de um país em crise profunda (mas profunda mesmo). E devemos levar em conta que, até agora, Geraldo Alckmin não fez a menor prestação de contas com o povo brasileiro por conta dos erros passados. A atitude de Lula não querer que se faça autocrítica, seja por parte dele, seja de gente como Alckmin, e sob a desculpa de que autocrítica é autoflagelo, só demonstra mais um erro, porque o passado sombrio de Alckmin continua sendo uma sujeira escondida debaixo de um tapete. Lula cometeu tantos erros, como espinafrar a Terceira Via, que o petista achava que iria lhe roubar os votos. Esquece Lula que a Terceira Via é um subproduto do antipetismo, o que

TV LINHAÇA - O TERRAPLANISMO CULTURAL DOS JOVENS BRASILEIROS DE HOJE

Inverter conceitos de comercialismo e não-comercialismo na música contemporânea é a regra desse terraplanismo cultural num cenário de mediocridade e estupidez que assolam as redes sociais através da geração milenial.

MÚSICA BRASILEIRA EM ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

EX-MULHER DE ROQUEIRO, A ATRIZ DÉBORA FALABELLA APARECE NUM INTERVALO DE FILMAGENS DANÇANDO AO SOM DE TERRA SAMBA, GRUPO DE "PAGODÃO" BAIANO. O Brasil está vivendo aquilo que o saudoso jornalista Mauro Dias chamava de "massacre cultural sem precedentes". Sem as eventuais passagens de pano que seu xará, Mauro Ferreira, faz hoje com a música popularesca, Dias alertava para o império totalitário da música popularesca e a produção em série de ídolos comerciais em várias de suas tendências. Pois hoje estamos tão cercados de música popularesca que se criou o pseudo-cult  e o falso vintage para gourmetizar o saudosismo da mediocridade musical de um passado de, pelo menos, até 50 anos. O pseudo-cult  que "ressignifica" ídolos cafonas como Gretchen e tenta glamourizar o antigo fenômeno do É O Tchan, e o falso vintage que vende como "sofisticados" artistas sofríveis como Michael Sullivan e Benito di Paula, dão o tom desse império totalitário da bregalizaçã

LULA NÃO É PACIFICADOR, APESAR DE DEFENDER A PAZ

Temos que ter muita calma nessa hora. Não é tempo para sonhar nem para voltar a sorrir. Nosso Brasil está distópico, frágil desde o fim de 2015, e, principalmente, depois do golpe político de 2016. Tivemos retrocessos, tragédias, desastres, incêndios que devastaram da Amazônia ao Museu Nacional no Rio de Janeiro e, recentemente, parte do comércio da região do Brás, em São Paulo. Temos que ser objetivos e não emocionais. A polarização é emocional, subjetivista, um Fla-Flu político. Mas, em que pese os defeitos da campanha de Lula e a habilidade estratégica de Jair Bolsonaro obter visibilidade e manipular até mesmo incidentes negativos a seu favor, temos que esclarecer algumas coisas. Primeiro, o assassinato do dirigente petista por um bolsonarista, em Foz do Iguaçu, foi crime político, sim. Os bolsonaristas tentam dizer que não foi, que apenas foi uma discussão banal. Mas foi crime político e isso tudo está escancarado quando o criminoso gritava a favor de Bolsonaro e ficou furioso quan