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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

AUTOCRÍTICA É PARA TODOS

É doloroso ter autocrítica. É como vasculhar um porão cheio de poeira, insetos e alguma podridão. É pôr o nosso orgulho em risco, é revisitar erros que geraram traumas, vergonhas, tristezas. É lembrar do lado incômodo de nós mesmos. Eu procuro ter autocrítica em meus problemas pessoais. Quando erro, procuro ficar em paz com meus erros, avaliá-los e procurar evitar repeti-los. Recentemente, vemos o caso da nova âncora do programa de entrevistas Roda Viva, Vera Magalhães, que agora faz duras críticas ao governo Jair Bolsonaro. Vera é integrante da imprensa conservadora que defendeu o golpe contra Dilma Rousseff em 2016. Tem passagem na Folha de São Paulo, foi uma das "meninas do Jô", o grupo de jornalistas reacionárias que fazia comentários no hoje extinto Programa do Jô, do humorista Jô Soares. Atualmente ela está no Estadão e na Jovem Pan. E ganhou o cargo de âncora do Roda Viva. Mas ela não adotou uma postura autocrítica. Apenas mudou de posição, como quem t

EROTIZAR OBESAS NÃO COMBATE GORDOFOBIA. FAZ ATÉ O CONTRÁRIO

BIELO PEREIRA E JOJO TODDYNHO: ANTI-GORDOFOBIA OU UMA FORMA DE OBJETIFICAÇÃO DO CORPO FEMININO? A sensualidade, sem dúvida alguma, não pode ser o ponto de medida para a autoestima e o empoderamento de pessoa alguma. Combater o preconceito através da "provocatividade" como um fim em si mesmo e apelar para a "sensualidade de guerra" feita mais para incomodar do que causar prazer, é só um tiro pela culatra. Vide o caso da bregalização da cultura popular, que só abriu as portas para o golpe político de 2016 e para o governo Bolsonaro. Usar o "mau gosto" como bandeira libertária é um desperdício. Até porque, à sua maneira, os bolsonaristas também se impõem pelo "mau gosto". O "movimento corpo livre", nova menina dos olhos da intelectualidade "bacana", é uma grande falácia, que aposta na "sensualidade de guerra" como arma para impor reconhecimento. O apelo da hora é a erotização das mulheres muito obesas, com

"PROVOCAR", POR SI SÓ, NÃO É NECESSARIAMENTE LIBERTÁRIO

THIAGUINHO MT, MILA E JS O MÃO DE OURO, ÍCONES DO NOVO MODISMO CHAMADO "BREGA FUNK". Não faz sentido o discurso que a intelectualidade "bacana", autoproclamada "sem preconceitos", de que a "provocatividade" do "mau gosto" é um ato libertário. No meu livro Esses Intelectuais Pertinentes... , eu mostro o quanto a bregalização acabou contribuindo para o golpe político de 2016. Não é difícil ver analogia entre os "provocadores" do chamado "popular demais" e os bolsonaristas que convocam para o ato anti-Congresso Nacional para o próximo dia 15 de março. Muitos tiveram a ilusão de que tudo que parece jovem, pop, provocativo e desafiador era necessariamente libertário e progressista. Muita gente boa mordeu a isca. Havia um consenso em que bastava ser "provocador" para ser libertário, bastando somente espetacularizar a coisa. Muitos ficaram iludidos com o suposto remédio da catarse juvenil que iria am

A ESQUERDA E SEUS "BRINQUEDOS"

WALDICK SORIANO SE APRESENTANDO NO SBT, UM DOS PRINCIPAIS VEÍCULOS DA MÍDIA CONSERVADORA DO BRASIL. As esquerdas continuam em silêncio em relação a seus "brinquedos" que recebeu de presente da centro-direita. Esses "brinquedos" são referenciais culturais trazidos principalmente da infância e juventude de seus membros, que viram televisão durante a ditadura militar e em períodos políticos conservadores. São ídolos cafonas do passado, "médiuns espíritas", funqueiros, breganejos, mulheres-objetos e craques de futebol fanfarrões blindados pela Globo, SBT, Folha e Abril. Como são referenciais culturais supostamente associados ao povo pobre, as esquerdas cometem o erro de lhas acolherem como se fossem suas. Se iludem pela imagem hipotética de "pobres sorrindo" associadas a esses "brinquedos". E se esse "sorriso" for forçado por alguma manipulação ou enganação forjada pelo poder vigente? Isso é cacoete de gente nascida

FILHAS DE DEMI MOORE ADEREM AO CORPO LIVRE... DE TATUAGENS!

"Tatuagens são divertidas até deixar de serem", escreveu Tallulah Willis, uma das filhas de Demi Moore e Bruce Willis, que resolveu remover as tatuagens de seu corpo. Ela fez uma cirurgia a lazer para remover sua primeira tatuagem no braço esquerdo. Segundo Tallulah, tatuar o corpo foi uma imaturidade. Atualmente com 26 anos, ela disse a um fã que, na época em que começou a tatuar, tinha 20 anos e era "impulsiva", além de não compreender o que significava a palavra "permanente" naquele tempo. A irmã Rumer Willis, conhecida pelo filme Casa das Coelhinhas (House Bunny) , também havia removido uma tatuagem de leão em seu braço. A etapa da remoção ainda deixou vestígios da antiga tatuagem, conforme se vê em foto publicada pelo portal Just Jared. Rumer comentou a respeito do seu caso: "É horrível, é horrível. Tenho muita sorte que muitas das minhas tatuagens enormes eram super leves - mas quando as pessoas disseram que (a cirurgia de remoção)

LANÇADO LIVRO 'ESSES INTELECTUAIS PERTINENTES...'

CAPA DA VERSÃO E-BOOK. Para quem leu meu livro Música Brasileira e Cultura Popular em Crise , é essencial ler meu novo livro, Esses Intelectuais Pertinentes... (Como a retórica do "combate ao preconceito" da bregalização contribuiu para o golpe político de 2016) . O livro descreve a campanha do "combate ao preconceito" que persuadiu a opinião pública para aceitar os fenômenos popularescos. Nesta obra, são analisados fatores diversos relacionados aos fenômenos popularescos das últimas décadas. Além disso, há capítulos específicos sobre os principais intelectuais que se tornaram ideólogos da bregalização. Não vou dar sinopse ( spoiler ), mas adianto que o livro tem 365 páginas e seu conteúdo é instigante, com muita informação. Foram feitas muitas pesquisas e eu cito vários trechos dos principais textos desses ideólogos, para mostrar o teor de sua campanha. O livro tem como objetivo explicar como a falácia do "fim do preconceito" resultou no g

JAIR BOLSONARO E SEU CRIME DE RESPONSABILIDADE

Nestes dias de folia, a escola de samba Águia de Ouro ganhou o Carnaval paulista com um tema exaltando Paulo Freire, a carioca Mangueira explorou o tema de Jesus negro e mulher e a também carioca São Clemente veio com Marcelo Adnet parodiando Jair Bolsonaro. É saudável protestar no Carnaval? É, sem dúvida, e isso traz visibilidade a muitas questões. Só temos que perceber que não podemos contar com a folia para derrubar o golpe. A situação está séria. Jair Bolsonaro divulgou no WhatsApp vídeo apoiando a iniciativa de seus seguidores em realizar, no próximo 15 de março, um protesto em várias cidades do Brasil contra o Congresso Nacional e o Poder Legislativo. Com um vídeo explorando o máximo de vitimismo, com mentiras do tipo "Bolsonaro é trabalhador e incorruptível", os reaças apelam mais uma vez para seu mantra golpista. E se o próprio Bolsonaro apoiou a manifestação, ele comete crime de responsabilidade. Segundo a Lei 1.079, de 10 de abril de 1950 , ele ameaça

GIOVANNA ANTONELLI DEIXA VAZAR QUE APARECER NO CARNAVAL É "NEGÓCIO"

Você vê famosos, sobretudo jovens atores da moda, cantando e dançando felizes os sucessos da axé-music, do "funk" e outras breguices que rolam nos carnavais do Brasil? Pois fiquem sabendo, eles fazem por dinheiro. Vai cortar o cachê da atriz mais destacada do momento e vejamos se ela vai dançar o "funk" ou aqueles sucessos do Psirico e do Parangolé. Nem sonhando. Já tivemos casos relatados por Samara Felippo e pelo advogado dos famosos, Sylvio Guerra . São escândalos que revelam outros escândalos. No caso de Samara, foi o uso de dinheiro público usado pela Câmara dos Deputados para pagar viagens de famosos para participação do camarote de uma micareta, há mais de dez anos, em abril de 2009. "Não sabia de jeito nenhum! Que horror! Fui contratada para participar de uma micareta como tantas outras. Ninguém sabia nada disso", disse Samara, na época. Um dos acusados do crime financeiro foi o deputado Fábio Faria, hoje marid

BARRICADAS COMPLICAM TRÂNSITO NO TRECHO "AVENIDA DE BAIRRO" DA RJ-106

TRÂNSITO SEMPRE TRANQUILO NO TRECHO "AVENIDA DE BAIRRO" DA RJ-106? SÓ NO GOOGLE STREET VIEW! Segundo informa o jornal O Fluminense , houve manifestação popular na altura de Várzea das Moças, na rodovia RJ-106. Sim, é o trecho "avenida de bairro" entre Rio do Ouro e Várzea das Moças, que não possuem avenida própria de ligação (o caso, hoje, é a Cafubá-Charitas do futuro, como sabemos aqui). Moradores teriam colocado, na noite de ontem, barricadas para complicar o trânsito, e houve ameaça de focos de incêndio, para barrar a via. E isso foi na noite de domingo, quando o chamado "niteroiense médio", que não dá a mínima para seus próprios problemas e só pensa na vitória do Flamengo, está em casa vendo WhatsApp ou assistindo ao Fantástico ou ao canal Sportv. É evidente que Rio do Ouro e Várzea das Moças estão no mais completo abandono. Sem infra-estrutura, sem iluminação, saneamento, sem passarelas renovadas - as que existem são velhas e inseguras,

O PERIGOSO TROCADILHO DE UMA MENSAGEM EM PROTESTO DE CARNAVAL CONTRA JAIR BOLSONARO

"BOLSONARO É O CARAI"? O Carnaval pode ser uma excelente oportunidade para as pessoas expressarem sua indignação contra um governante reacionário, no atual caso o presidente Jair Bolsonaro. No entanto, que ninguém espere que tais protestos tenham um efeito político em si. Eles só servem de termômetro para a popularidade de um governante. E quem disse que Jair Bolsonaro quer saber de popularidade? Se o Brasil estiver em ruínas mas Sérgio Moro e Paulo Guedes realizarem seus planos, Jair Bolsonaro simplesmente terá consciência de que sua missão foi cumprida. O povo, para ele, é só um detalhe. Daí ser uma grande ilusão acreditar que o Carnaval irá derrubar Jair Bolsonaro. Mesmo com a poderosa (em termos artísticos) performance da Paraíso do Tuiuti, isso foi insuficiente para derrubar Michel Temer, que, ainda por cima, deu pitaco para o desfile pós-Carnaval: a retirada da faixa presidencial na fantasia do "Vampirão". Um protesto durante o Carnaval mostrou

TV LINHAÇA - "LIBERDADE DO CORPO" É MESMO LIBERDADE?

Texto comenta a ideia de que a sensualidade é a medida para, supostamente, fortalecer a autoestima e o empoderamento humano.

O PENSAMENTO ANALÓGICO DA INTELECTUALIDADE PRÓ-BREGA

TIDA COMO "MODERNA", A INTELECTUALIDADE QUE DEFENDE A BREGALIZAÇÃO CULTURAL PARECE AINDA VIVER NO SÉCULO XIX. O pensamento analógico da intelectualidade pró-brega, analisada no meu futuro livro, é ilustrativo de seu tendenciosismo. Neste livro, no qual explico como a defesa da bregalização, sob o pretexto do "combate ao preconceito", resultou no golpe político de 2016, um vício comum nesse discurso chama a atenção. É o vício de atribuir a rejeição aos fenômenos popularescos de hoje o mesmo tipo de rejeição que o samba, o maxixe, o baião, a catira, o lundu e outros ritmos populares tiveram há 100 anos ou mais. Puro pensamento analógico de quem vê o povo pobre de longe. Isso é um grande equívoco e mostra o quanto o otimismo em relação aos estilos popularescos seja uma questão de tempo. Afinal, os contextos são muito, muitíssimo diferentes. Não há como fazer analogia e espalhar pelos quatro ventos que o "funk" terá "seu justo reconhecimen

O ATENTADO A CID GOMES E O AGRAVAMENTO DE CRISE DO GOVERNO BOLSONARO

SENADOR CEARENSE CID GOMES, SE RECUPERANDO DO ATENTADO MOVIDO POR PMS EM MOTIM. São três fatos que atingem mortalmente o governo Jair Bolsonaro e não são as caneladas cômicas de outros momentos. São situações tensas e que fragilizam o governante. Primeiro, a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, envolvido no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, com indícios de "queima de arquivo" e um conflito entre o presidente Bolsonaro e o governador da Bahia, o petista Rui Costa. Adriano foi condecorado pelo filho de Jair, o hoje senador Flávio Bolsonaro, quando exercia o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), em 2005. Segundo, o depoimento de Hans River na CPMI das fake news , na qual ele mentiu, acusando Patrícia Campos Mello, repórter da Folha de São Paulo, de assédio sexual em troca de um depoimento. Jair Bolsonaro manifestou solidariedade a Hans e desprezo à jornalista. E agora é um protesto de policiais militares no

DIREITA MODERADA GANHA PROTAGONISMO COM PAUTAS DAS ESQUERDAS

Um fenômeno está ocorrendo nos últimos dias. É a direita moderada obtendo protagonismo nas atitudes combativas diversas. Oposicionistas ao bolsonarismo surgiram dentro de seu meio, como Alexandre Frota, Joice Hasselmann e Arthur "Mamãe Falei" do Val. Temos também, na direita moderada propriamente dita - tipo DEM, PSDB, parte da mídia hegemônica - , as posturas de Rodrigo Maia contra os abusos do governo Bolsonaro. E temos, recentemente, a Folha de São Paulo, que obteve o protagonismo na campanha pelo impeachment  de Bolsonaro. Isso, em si, não é ruim. É até saudável, dentro dos princípios democráticos. É impossível não nos solidarizarmos com Patrícia Campos Mello, repórter da Folha que sofreu sucessivas ofensas e agressões de Bolsonaro e seus apoiadores. A repórter, simplesmente, foi investigar a indústria de fake news  que elegeu Jair Bolsonaro. A última ofensa que ela recebeu foi pesada: a declaração mentirosa e cafajeste de um ex-funcionário da Yacows, e

ABI ENTRA COM PEDIDO DE 'IMPEACHMENT' CONTRA JAIR BOLSONARO

Não dá mais para ser pragmático e aceitar o governo Jair Bolsonaro por causa de suas tiradas "divertidas". Também não dá para ser um quenunca e ver naturalidade em caneladas sucessivas. Jair Bolsonaro tenta acobertar as milícias, compra briga com governadores nordestinos, apronta diversas encrencas e sua permanência no poder pode fazer o Brasil despencar no abismo. Não dá para os pragmáticos acharem que o governo Bolsonaro é "bom" ou "ótimo" porque "combate a crise econômica". Que combate? Bolsonaro, que costuma falar muitas besteiras, foi longe demais ao corroborar as acusações do ex-funcionário da Yacows, Hans River do Rio Nascimento, fez contra a repórter da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello. Na maior cara-de-pau, Hans River disse que Patrícia "teria lhe convidado a sair com ela" em troca de um depoimento sobre as fake news  nas redes sociais durante a campanha de Bolsonaro. A declaração é mentirosa e ofensiva.

SENSUALISMO NÃO É MEDIDA PARA VALORIZAR A AUTOESTIMA HUMANA

MULHERES OBESAS, A PRETEXTO DE SUPOSTA VALORIZAÇÃO DA AUTOESTIMA, SE TORNARAM ESCRAVAS DE UMA SEXUALIZAÇÃO OBSESSIVA. Há um inconsciente bolsomínion mesmo em setores das esquerdas brasileiras. Sobretudo na "ditabranda do mau gosto", quando criticamos fenômenos marcados pela expressão do grotesco, que nada trazem em termos de dignidade para as classes populares ou para as chamadas "minorias sociais". Quando fazemos alguma crítica, somos chamados de "higienistas", "elitistas", "patrulha estética", "ditadores de padrões" e por aí vai. O grande problema é que o sensualismo e o hipotético prazer - mais uma preguiça e uma zona de conforto do que uma necessidade de ser respeitada pela sociedade - , entre outros condicionamentos sociais, tornam-se medidas para, em tese, valorizar a autoestima humana. Creio que não há ditadura pela boa forma, pela jovialidade, pelos bons valores culturais. O que há é o inverso, uma supost

ESQUERDAS AINDA PENSAM ESTAREM VIVENDO EM 2002

JAIR BOLSONARO NEM ESTÁ AÍ COM O QUE A MÍDIA, AS ESQUERDAS E OS DEMAIS OPOSITORES DIZEM SOBRE ELE. Não adianta vaiar Jair Bolsonaro. Não adianta gritar "Fora Bolsonaro" na folia. Não adianta, na plateia, gastar as cordas vocais gritando "Ei, Bolsonaro, vai tomar no...". Isso pode parecer divertido, e até é, admitamos. Mas a realidade mostrou que isso não passa de uma atitude inócua, de um "Carnevale" que só serve para despejar a catarse coletiva, antes que tudo voltasse a ser como está. Reduziram-se os protestos contra o golpe a uma provisória diarreia emocional. O governo Bolsonaro está em sua fase mais sombria, por causa do caso Adriano da Nóbrega. Traz indícios de que as milícias estão sendo muito bem representadas no Governo Federal. O miliciano, envolvido no caso Marielle Franco, teria sido morto por "queima de arquivo", mas também há o mistério de que as informações do celular dele haviam sido apagadas antes. O Brasil vive

TV LINHAÇA - É INÚTIL GRITAR "FORA BOLSONARO" NO CARNAVAL

Pode até ser divertido gritar "Fora Temer" ou "Fora Bolsonaro" nos carnavais dos últimos anos, mas eles não causam efeito algum, nada de concreto, seguindo apenas a lógica do "Carnevale", o Carnaval primitivo medieval. Vejam para entender por quê.

EMPODERAMENTO?

Triste Brasil, onde a mulher tem que, salvo exceções, escolher entre o macho e o machismo. Com a banalização do termo "feminismo" e sua associação, tendenciosa e errônea, à objetificação do corpo feminino, veio uma estranha inversão de valores. As mulheres realmente emancipadas, capazes de se emancipar até da hipersexualização, já nem se interessam muito em se considerar feministas. Enquanto isso, as mulheres que estão associadas a uma imagem "exageradamente sensual", são as primeiras a falar em "feminismo" e "empoderamento". É aquela coisa: quem é não precisa tanto se considerar como tal, mas quem não é tem a preocupação sempre em afirmar uma qualidade que não tem. Nos EUA, até existem casos de mulheres que têm que se decidir entre o macho e o machismo. Mas isso não tem a frequência que existe hoje, quando o Brasil redescobriu, tardiamente, a Contracultura estadunidense e assimila muito mal seu ativismo identitário. O Brasil fic