Pular para o conteúdo principal

O TRAIDOR POSANDO DE VÍTIMA E AS APOSTAS "LIBERAIS" PARA A REPÚBLICA

DOIS TRAIDORES DA PÁTRIA, JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS E MICHEL TEMER.

Numa semana em que teve até lançamento de "moda nazista", da grife catarinense Lança Perfume, o temeroso presidente Michel Temer cometeu mais uma gafe.

Antes de irmos ao assunto, o caso da grife catarinense foi o lançamento de uma coleção de moda de inverno com a temática voltada à Alemanha, a "Berlin LAB Collection".

É uma coleção supostamente inspirada na diversidade e que se proclama ter a "liberdade no DNA".

Mas alguns trajes de inverno lembravam muito bem os uniformes dos soldados da SS, a polícia nazista, e até vários símbolos usados pelo nazismo, nos anos 1940.

A empresa La Moda, dona da marca Lança Perfume, retirou as fotos de divulgação, cancelou a venda dos produtos e, aparentemente, pediu desculpas, argumentando que os símbolos usados existiam antes da ascensão de Adolf Hitler ao poder.

Dito isso, voltemos então a Temer.

Ele criou um discurso no qual consegue fundir arrogância e vitimismo.

Temer disse que é "fácil criticá-lo" em vez de "fazer pelo país".

Hipócrita, Temer se comparou ao mártir da Conjuração Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, lembrado hoje.

No entanto, Temer está mais para outro Joaquim, o Joaquim Silvério dos Reis, membro do grupo que pedia a independência do Brasil que, no entanto, denunciou todos os parceiros.

Foi por causa dessa traição que Tiradentes foi preso e, depois, enforcado.

Hoje quem está mais próximo de Tiradentes é um ex-torneiro mecânico de Pernambuco chamado Luís que passou a fixar residência no ABC paulista.

Sim, falamos do Lula, que pelo jeito não terá mais condições de concorrer à Presidência da República, não porque a Constituição impede, mas porque a plutocracia fará de tudo, até trapaça, para tirá-lo da competição.

Quem lembrou do lado "Silvério dos Reis" de Temer foi Manuela d'Ávila, presidenciável pelo PC do B, em seu perfil no Twitter.

"Já diziam que no Brasil só existem dois partidos: o de Tiradentes e de Silvério dos Reis. Parece que a turma do Silvério, que entrega o país, foi pra TV tentar se passar por Tiradentes".

A gafe de Michel Temer não só está nessa comparação. Ele mesmo disse que o Brasil "voltou e está forte", só por causa do aparente crescimento de empregos com carteira assinada.

Num momento como esse, em que as elites rancorosas querem ver Lula mofando nas grades e tem na senadora Ana Amélia uma porta-voz histérica, porém desinformada - ela confundiu Al-Jazeera com Al-Qaeda, ao comentar a entrevista de Gleisi Hoffmann - , apostas "liberais" surgem.

Quatro candidatos, pelo menos, são ventilados como "promessas liberais" para vencer a eleição presidencial.

Marina Silva, Joaquim Barbosa, Álvaro Dias e Geraldo Alckmin - apesar deste último ser "paulista demais" para se projetar nacionalmente - são os principais.

Joaquim Barbosa aparentemente não se declarou presidenciável, mas é considerada uma possível aposta pelo PSB.

Junto a eles, um Ciro Gomes contraditório, uma "esquerda" que a mídia oligárquica aceita e tolera.

Fora isso, as apostas da esquerda, como a própria Manuela e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, este pelo PSOL, são consideradas anódinas pelo status quo sócio-político.

Nos bastidores, o Renova BR e o Agora procuram treinar possíveis candidatos de tendência "liberal" ao Legislativo.

Luciano Huck, pelo jeito, deixou de ser presidenciável, mas atua como um dos "cérebros" da empreitada.

Dos arqueoliberais, temos também o famigerado Flávio Rocha, presidenciável pelo PRB, e João Amoedo, do Partido Novo.

Rocha, que sairá da presidência do grupo Riachuelo (ele só integrará o conselho da empresa, como permite a lei), disse que bancará com os próprios recursos sua campanha. Ele é apoiado pelo Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil).

Já Amoedo, que é banqueiro, disse que não vai combater a desigualdade social, porque que existe a "boa desigualdade", que nasce "do trabalho e da inovação gerada".

Ele ainda alegou que não vai dividir a riqueza, porque "simplesmente dividindo a riqueza, ela acaba".

O Partido Novo, que só é novo no nome e se ancora na "não-política", tem como membros filiados o ex-treinador da Seleção Brasileira de Vôlei, Bernardinho, e o economista Gustavo Franco.

Gustavo, antes ligado ao PSDB, foi presidente do Banco Central durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e é também associado ao Instituto Millenium, no qual atua como colunista.

Bernardinho, por sua vez, apoiou Aécio Neves em 2014 e, agora, pelo "novo" partido, pensa em concorrer ao governo do Estado do Rio de Janeiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

PUBLICADO 'ESSA ELITE SEM PRECONCEITOS (MAS MUITO PRECONCEITUOSA)'

Está disponível na Amazon o livro Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , uma espécie de "versão de bolso" do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , na verdade quase isso. Sem substituir o livro de cerca  de 300 páginas e análises aprofundadas sobre a cultura popularesca e outros problemas envolvendo a cultura do povo pobre, este livro reúne os capítulos dedicados à intelectualidade pró-brega e textos escritos após o fechamento deste livro. Portanto, os dois livros têm suas importâncias específicas, um não substitui o outro, podendo um deles ser uma opção de menor custo, por ter 134 páginas, que é o caso da obra aqui divulgada. É uma forma do público conhecer os intelectuais que se engajaram na degradação cultural brasileira, com um etnocentrismo mal disfarçado de intelectuais burgueses que se proclamavam "desprovidos de qualquer tipo de preconceito". Por trás dessa visão "sem preconceitos", sempre houve na verdade preconceitos de cl

LULA, O MAIOR PELEGO BRASILEIRO

  POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, LULA DE 2022 ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE FERNANDO COLLOR O QUE DO LULA DE 1989. A recente notícia de que o governo Lula decidiu cortar verbas para bolsas de estudo, educação básica e Farmácia Popular faz lembrar o governo Collor em 1991, que estava cortando salários e ameaçando privatizar universidades públicas. Lula, que permitiu privatização de estradas no Paraná, virou um grande pelego político. O Lula de 2022 está mais próximo do Fernando Collor de 1989 do que o próprio Lula naquela época. O Lula de hoje é espetaculoso, demagógico, midiático, marqueteiro e agrada com mais facilidade as elites do poder econômico. Sem falar que o atual presidente brasileiro está mais próximo de um político neoliberal do que um líder realmente popular. Eu estava conversando com um corretor colega de equipe, no meu recém-encerrado estágio de corretagem. Ele é bolsonarista, posição que não compartilho, vale lembrar. Ele havia sido petista na juventude, mas quando decidiu votar em Lul

MAIS DECEPÇÃO DO GOVERNO LULA

Governo Lula continua decepcionando. Três casos mostram isso e se tratam de fatos, não mentiras plantadas por bolsonaristas ou lavajatistas. E algo bastante vergonhoso, porque se trata de frustrações dos movimentos sociais com a indiferença do Governo Federal às suas necessidades e reivindicações. Além de ter havido um quarto caso, o dos protestos de professores contra os cortes de verbas para a Educação, descrito aqui em postagem anterior, o governo Lula enfrenta protestos dos movimentos indígenas, da comunidade científica e dos trabalhadores sem terra, lembrando que o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) já manifestou insatisfação com o governo e afirmou que iria protestar contra ele. O presidente Lula, ao lado da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, assinou, no último dia 18, a demarcação de apenas duas terras para se destinarem a ser reservas indígenas, quando era prometido um total de seis. Aldeia Velha (BA) e Cacique Fontoura (MT) foram beneficiadas pelo document

O ETARISTA E NADA DEMOCRÁTICO MERCADO DE TRABALHO

É RUIM O MERCADO DISCRIMINAR POR ETARISMO, AINDA MAIS QUANDO O BRASIL HOJE É GOVERNADO POR UM IDOSO. O mercado de trabalho, vamos combinar, é marcado pela estupidez, como se vê na equação maluca de combinar pouca idade e longa experiência, quando se exige experiência comprovada em carteira assinada até para coisas simples como fazer cafezinho. O drama também ocorre quando recrutadores de "oficinas de ideias" não conseguem discernir reportagem de stand up comedy  e contratam comediantes para cargos de Comunicação, enganados pelas lorotas contadas por esses humoristas sobre uma hipotética carreira jornalística, longa demais para suas idades e produtiva demais para permitir uma carreira paralela ou simultânea a gente que, com carreira na comédia, precisa criar e ensaiar esquetes de piadas. Também vemos, nos concursos públicos, questões truncadas e prolixas - que, muitas vezes mal elaboradas, nem as bancas organizadoras conseguem entender - , em provas com gabaritos com margem de