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Mostrando postagens de julho, 2024

LULA, QUANDO NÃO PODE FAZER, SÓ OPINA

As críticas ao lulismo têm que urgentemente sair da zona de conforto das acusações vagas, do mito do “Luladrão” que só serve para a oposição ao presidente receber chacota dos lulistas que, tomados de profundo triunfalismo, cada vez mais agem como os valentões da escola. Temos que criticar Lula com inteligência e cautela, e isso não é passar pano nos erros do presidente. Pelo contrário, as críticas enérgicas são as que observam os erros reais e mais sérios, vistas com objetividade e não reduzindo a imagem negativa de Lula ao perfil caricato de um bandido de desenho animado. Nosso blogue é muito mal compreendido porque, assumidamente de esquerda, de repente deixou de apoiar Lula e passou a fazer críticas severas ao hoje presidente brasileiro. Os antigos leitores esperariam que o nosso blogue passasse a falar de maravilhas e fantasias, só porque o petista conquistou o atial mandato. Queriam que tratássemos o Lula como um fetiche e aceitarmos seis erros como se fossem outros tipos de acert

COMO CRITICAR LULA SEM CAIR NOS CLICHÊS DO ANTIPETISMO VULGAR

Que o governo Lula, em seu atual mandato, é o mais medíocre de todos, em que pese ser o mandato mais ambicioso e mais grandiloquente, isso poucos conseguem perceber com objetividade. Que Lula está sofrendo uma grande oposição popular, é uma realidade oposta e diferente do que a bolha lulista nos faz crer, pois o "sucesso" do atual governo não encontra ressonância na realidade vivida dos brasileiros. Lula fez seu pronunciamento no último dia 28 de julho, domingo, mesmo dia em que a Venezuela votava para a sucessão presidencial, na disputa centralizada pelo opositor Edmundo González e pelo presidente Nicolás Maduro, que buscava a reeleição. No momento, a Venezuela sofre uma crise, depois que o Conselho Nacional Eleitoral, o TSE daquele país, anunciou a vitória de Maduro, contestada pelo seu opositor. O presidente brasileiro, tentando mais uma vez exaltar suas supostas realizações - artifícios resultantes dos simulacros que já definimos neste blogue, um processo de relatórios, e

JOVEM PAN E FOLHA DE SÃO PAULO FORAM PARADIGMAS DA "MÍDIA MODERNA"

Hoje parte da mídia e setores da opinião pública fogem da raia, mas a verdade é que, nos anos 1990 e 2000, a Jovem Pan e a Folha de São Paulo simbolizaram os paradigmas da dita "mídia moderna". A estética visual da Folha, com seus cadernos com o cabeçalho envolvido em retângulo que variava de cor conforme o bloco de notícias: Cotidiano, Esportes, Ilustrada etc. Essa estética eu vi copiada pelo jornal impresso da Rádio Metrópole, em Salvador. Os textos enxutos e curtos, o rigor na elaboração de lides e sublides e a cobertura insípida - que o jargão jornalístico define como "isento" - era adotado pelo Projeto Folha do finado Otávio Frias Filho anos antes do periódico surtar e concorrer, em reacionarismo, com o Estadão. Esses procedimentos durante muito tempo foram considerados pelo mercado midiáticos como "verdades absolutas" da dita objetividade jornalística, que se sustentava pelo mito da imparcialidade, hoje considerada uma ilusão. O que tivesse de jornal

BRASIL COMEÇA A VIVER SUA RESSACA APÓS O "SONHO" PÓS-COVID E PÓS-BOLSONARO

SHOPPING TERAPIA - PESSOAS COMPRANDO DEMAIS SÓ POR COMPRAR. A "festa sem fim" da chamada "sociedade do amor" já começa a viver sua ressaca. E vamos combinar que, no Brasil, a elite do bom atraso é boa de festa, mas ruim de ressaca. E todo aquele auge do consumismo e do hedonismo pós-Covid e pós-Bolsonaro, que se deu na "pandemia do egoísmo", já começa a ter seus problemas identificados. Nas redes sociais, já começam a surgir questionamentos sobre práticas que a burguesia enrustida brasileira, aquela elite que se fantasia de "gente simples" para lacrar na Internet, faz de inconveniente e errado, mas que tenta esconder ou defender como se fosse uma "liberdade" ou um "direito". Neste caso, vemos o vício das pessoas de jogarem comida fora após algumas garfadas. Compram comida farta no restaurante, mas comem apenas uma parte do prato e depois jogam fora. Se fosse para isso, seria preferível que essas pessoas fizessem um lanche pequ

BRASIL TERRIVELMENTE DOENTE

EMÍLIO SURITA FAZENDO COMENTÁRIOS HOMOFÓBICOS E JOVENS GRITANDO E SE EMBRIAGANDO DE MADRUGADA, PERTURBANDO A VIZINHANÇA. A turma do boicote, que não suporta ver textos questionadores e, mesmo em relação a textos jornalísticos, espera que se conte, em vez de fatos verídicos, estórias da Cinderela - é sério, tem muita gente assim - , não aceita que nosso Brasil esteja em crise e ainda vem com esse papo de "primeiro a gente vira Primeiro Mundo, depois a gente conversa". Vemos que o nosso Brasil está muito doente. Depois da pandemia da Covid-19, temos agora a pandemia do egoísmo, com pessoas cheias de grana consumindo que em animais afoitos, e que, nos dois planos ideológicos, a direita reacionária e a esquerda festiva, há exemplos de pura sociopatia, péssimos exemplos que ofendem e constrangem quem pensa num país com um mínimo de dignidade humana possível. Dias atrás, o radialista e apresentador do programa Pânico da Jovem Pan, Emílio Surita, fez uma atrocidade, ao investir numa

O QUE É UM "ANIMAL CONSUMISTA"?

Neste Brasil dos últimos tempos, em que se vive a pandemia do egoísmo, dentro de um quadro de extrema degradação cultural, que nenhuma verba do Ministério da Cultura irá resolver, e de uma grande falsidade da elite do bom atraso, a burguesia de chinelos que finge ser "gente simples" e está espalhada escondida entre o povo nas ruas, há uma espécie que devemos analisar com atenção. É o "animal consumista", o "homo ludicus" que tem a pretensão megalomaníaca de substituir o homo sapiens. Um animal que precisa consumir produtos e sensações, comprar o que for para dar sentido à sua vida sem sentido. Desprovido de sentimentos humanos, de algum senso de altruísmo e alteridade e de qualquer tipo de consciência social, o animal consumista é escravo do seu hedonismo, ou seja, está subordinado aos seus instintos e impulsos. Ele, na sua falsidade, até tenta falar bonito, dizendo "Eu quero é viver", como se tivesse direitos para alguma coisa. Aliás, só ele tem

DIFÍCIL É CRITICAR LULA SEM SER BOLSONARISTA

A missão do verdadeiro jornalista não é narrar contos de fadas, mas procurar interpretar os fatos com o mínimo de honestidade e realismo possíveis. Pelo menos, deveria ser assim. Mas, desde que Lula voltou ao poder em 2023, o boicote ao pensamento crítico manifesto por textos informativos é preocupante, vindo de setores infantilizados das esquerdas médias e da sociedade dita "democrática". Por isso meu blogue é afetado pelo desprezo a certas pautas, que não estão de acordo com as fantasias e os pensamentos desejosos de muita gente. A realidade em curso é que começa, aos poucos, a lapidar essa situação de forma que o inicial deslumbramento com o lulismo 3.0 se torna alvo de críticas duras fora do "Clube de Assinantes VIP" da "democracia de um homem só" de Lula. Demorei a escrever aqui a situação da geopolítica internacional, que foi impactada pela renúncia do presidente estadunidense Joe Biden à reeleição, depois que ele sofreu pressão para desistir da corr

CUIDADO COM AS LISTAS DE CIDADES MAIS CARAS E BARATAS NO PAÍS

Tomem muito cuidado com a nova onda das "melhores cidades para viver" no Brasil. Com a corrida eleitoral das prefeituras e com a facilidade com que páginas duvidosas, que produzem fake news  ou, na melhor das hipóteses, fofocas sobre famosos, além de páginas voltadas a um público mais elitista, estão despejando muita inverdade em torno das cidades com melhor qualidade de vida. Em primeiro lugar, é necessário um estudo aprofundado de verdade, não um amontoado de números de critérios supostamente específicos e técnicos, pois não é o olhar do especialista, que muitas vezes pesquisa a cidade onde nunca viveu, que irá avaliar melhor o que é uma cidade boa para viver, mas um maior número e maior diversidade de moradores. Hoje vemos que as estatísticas andam destacando uma cidade do interior paulista, a obscura Gavião Peixoto, como "melhor cidade em qualidade de vida" do Brasil. Como assim? Porque tem mais crianças inscritas na escola e menor número de desempregados? Esses

QUANDO LOJAS OFERECEM PREÇOS CAROS E POUCA VARIEDADE

Em mercados que não contam com concorrentes que oferecem produtos melhores e mais variados, dois exemplos recentes mostram o quanto as empresas pouco se preocupam em oferecer algo diferenciado, cobrando caro pelo mais do mesmo. Esses exemplos são a recém-instalada Pollar Foods, loja de congelados em São Paulo, e a rede de restaurantes Billy the Grill, sediada no Rio de Janeiro mas com filiais não só nas demais cidades do Estado do Rio de Janeiro, mas também em algumas cidades de Minas Gerais e em São José dos Campos, no norte paulista. Ocupando os espaços físicos deixados pela sorveteria catarinense Eskimó, que deixou o mercado da capital paulista, a Pollar Foods, não é somente dedicada aos sorvetes, mas também a outros produtos congelados, como carnes e salgados. Mesmo assim, a Pollar Foods deixa a desejar quando a finalidade é cobrir as lacunas deixadas pela Eskimó. Os sorvetes são muito caros, um pote de dois quilos custa R$ 25, quando deveria custar R$ 19. É um grande perigo, uma v

GOVERNO LULA ADOTA MEDIDA DA REPÚBLICA VELHA PARA "AQUECER ECONOMIA"

O MINISTRO DA JUSTIÇA, RICARDO LEWANDOWSKI, E O PRESIDENTE LULA. O governo Lula adotou uma medida da República Velha com a finalidade de tornar a economia brasileira "mais competitiva". O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou uma força-tarefa que pretende atrair mão-de-obra estrangeira para trabalhar no Brasil. A medida visa agilizar o processo burocrático para regularizar a situação dos estrangeiros que residem no Brasil. Até aí, tudo bem. Mas o outro lado da medida visa, também, atrair novos profissionais estrangeiros para atuar no nosso país. "Facilitar a entrada de talentos e investimentos estrangeiros é crucial para a recuperação econômica", disse Lewandowski, que acrescentou: "A modernização dos nossos processos é essencial para acompanhar as demandas de um mercado globalizado e dinâmico". A intenção de atrair novos estrangeiros para o Brasil é clara, e lembra o que foi feito no começo do século XX, período da República Velha - fase marc

"ANIMAIS CONSUMISTAS" FAZEM SÃO PAULO SE TORNAR A CIDADE MAIS CARA DO BRASIL

PRECISAM AS PESSOAS IREM TODO DIA A RESTAURANTES CARÍSSIMOS EM SAMPA? Dados recentes confirmam a fama de São Paulo como a cidade mais cara do Brasil, em que pese ser, também, uma das capitais com melhor qualidade de vida no nosso país. E isso se dá por razões bastante óbvias: gente ganhando demais e consumindo demais. É o auge da pandemia do egoísmo humano que assola o Brasil. Na época em que vivemos hoje, os herdeiros das velhas elites oligárquicas, genocidas, farsantes e golpistas se repaginaram, não para se tornarem melhores, mas para evitar serem tragadas pelo julgamento do tempo e desaparecerem como classe social privilegiada. Por isso essa elite, a elite do atraso revista, ampliada mas adaptada ao politicamente correto, inventou o bolsonarismo elegendo o medíocre Jair Bolsonaro, que em condições naturais nunca seria eleito presidente da República, como um "idiota útil" para levar consigo todas as responsabilidades negativas, todo o entulho moral que a classe do privilég

UMA "ESCRAVIDÃO DE LUXO"

Um novo tipo de trabalho análogo à escravidão acontece no Brasil. É o trabalho por comissão, um emprego sem salário, no qual, em tese, o empregado pode obter grande remuneração se conseguir realizar uma venda, o que pode parecer maravilhoso à primeira vista. Em áreas como a corretagem de imóveis e outros setores, há uma máscara sobre essas profissões, aparentemente liberais, mas que se nivelam ao falso empreendedorismo dos tempos do governo Michel Temer. A máscara sugere que tais empregos garantem muitos ganhos e uma oportunidade imensa de obter prosperidade financeira, uma ilusão que serve de armadilha para candidatos a um novo emprego. Mas a máscara cai quando a rotina de trabalho mostra que os fregueses ou clientes não aparecem assim por milagre. Pelo contrário, há uma dificuldade muito grande. Muitas vezes, o freguês ou cliente expressa algum interesse pelo produto ou serviço vendido, mas depois desiste da oferta, deixando o profissional em questão sem dinheiro. Até conseguir reali