As chamadas "musas populares" não desistem. Aquilo que elas chamam de "liberdade do corpo" já foi ao limite e, mesmo assim, elas não querem abrir mão. O pior da mesmice é quando ela tenta ser eterna e repetir, como em um "feitiço do tempo", todo dia se fazendo tudo sempre igual.
Vendo diversas "musas populares", nota-se que, mesmo com tentativas de mudança de contexto - elas agora são "musas fitness" ou vão a eventos inusitados - , há sempre a exibição dos corpos avantajados.
Nessa época de pré-inverno, elas não descansam, e será que alguma delas correrá o risco de contrair pneumonia exibindo suas formas "sensuais" sob temperaturas baixas, como fez uma sub-celebridade que já passou dos 40 anos de idade?
Observando as atrizes, modelos e cantoras que exibem sua sensualidade, elas têm o diferencial de, sempre que necessário, escondem seus corpões, evitam a superexposição, até porque não há motivo para as mulheres exibirem demais seus físicos. Até Jennifer Lopez, conhecida pelo traseiro sexy, aparece várias vezes com vestidões ou roupões, não precisa bancar a "gostosa" o tempo todo.
A quem interessa as "musas populares" ficarem se "sensualizando" demais até, se preciso, quando vão a velórios, eventos chiques ou lugares frios? Aumentar os impulsos sexuais dos homens grosseiros, tão sub-escolarizados que não sabem os limites de seus desejos sexuais desenfreados?
Ficamos perguntando por que essa "sensualidade" obsessiva, já que é da natureza da mulher não fazer o papel de "gostosa" o tempo todo ou fora de contexto, mesmo quando arruma um evento como desculpa para tornar a "exibição" mais sutil.
É algo contraditório nesse contexto em que as mulheres de classe média fazem campanha pelo fim das cantadas nas ruas e, de preferência, de qualquer tipo de paquera. Diante dessa situação, não há desculpa das "musas" que "mostram demais" alegarem que fazem isso porque "adoram seus corpos".
Se elas realmente gostam de sua forma física, não seria bom se elas se preservarem em algumas situações, não ficarem se "sensualizando demais", para não ficar estimulando demais a tara masculina, sobretudo de um público que vê suas fotos em jornais e revistas popularescos?
Será preciso que moças pobres da periferia, que veem nessas "musas populares" um modelo, ainda que exótico, de sucesso feminino, sejam estupradas ou mortas por tarados para que seja feita alguma moderação na exibição corporal dessas "musas"?
A "liberdade do corpo" não significa exibicionismo. Se as "musas" quiserem, que fiquem admirando seus corpos quando vão aos chuveiros, quando trocam suas roupas nos quartos, sem apelar para mostrar tudo para o público. Elas precisam se guardar na privacidade, e seus corpos não são carne de rua para serem expostos por aí.
A verdadeira liberdade do corpo sugere um pouco de privacidade, não é a liberdade de exibição, até porque os corpos femininos não estão aí para o uso gratuito, aleatório e sem controle de qualquer um. Esconder os corpões também é liberdade do corpo, é a liberdade de protegê-lo do assédio simbólico dos machistas que consomem a mídia popularesca.
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