Nas minhas andanças cotidianas, vejo que as pessoas estão se livrando de obras que haviam sido best sellers neste mercado analgésico que é o da comercialização de livros.
Dias atrás, em Niterói, numa dessas caixas de doação de livros nos pontos de ônibus, vi muitos livros da série 50 Tons de Cinza, espécie de erotismo milenial cheio de suspense.
No último dia 10, foi a vez de uma sacola deixado pela vizinhança para o recolhimento de descartáveis. Como era domingo, a sacola eu tive que pegar para botar embaixo no prédio, porque é proibido deixar material reciclável na escadaria nesse dia da semana.
Por curiosidade, eu vi o conteúdo. Livros juvenis banais, desses que o calor do momento faz badalação intensa, mas o tempo condena ao esquecimento mais fúnebre, e o Floresta Encantada, "clássico" dos "livros para colorir".
Tudo literatura analgésica, em que palavras como Conhecimento e Saber são praticamente inexistentes.
São muitos vampiros estudantis, muitos cavaleiros medievais atormentados que correm atrás do segredo do Livro do Nhem-Nhem-Nhem, da Espada de Piroca, da Medalha de Telkur...
Gente que lê livros sob a desculpa de exercer um "saudável entretenimento", mas foge de medo de livros que trazem algo diferente em termos de compreensão da realidade.
Daí o grande medo que se tem de Esses Intelectuais Pertinentes..., que desconstrói a "campanha contra o preconceito" que levou muito marmanjo mimado para a cama, depois das noitadas popularescas.
Mas tudo tem limites e nem mesmo cavaleiros medievais, bonecos de Minecraft e vampiros estudantis conseguem se segurar por muito tempo.
Chega uma hora que até esses astros da literatura anestesiante são condenados ao lixo do esquecimento.
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