A inclusão do "funk" na agenda das esquerdas é muito estranha. O ritmo, por mais que a intelectualidade "bacana" diga que tenha "sotaque afro-brasileiro", se inspirou claramente no miami bass da Flórida, EUA. Sabe-se que a Flórida não é lá um bom ambiente para se expressar ideais socialistas. O local é reduto de latino-americanos de direita, inclusive cubanos anti-castristas, mas também jamaicanos, dominicanos e portorriquenhos, entre outros, de perfil bastante conservador. Evidentemente, são pessoas de elite ou de classe média, mas não parece que os intérpretes, produtores e o público de miami bass , associado às classes populares, esteja inclinado a algum ideal de esquerda. Talvez eles sejam do tipo neutro e despolitizado, embora não seja impossível haver os chamados "pobres de direita", sobretudo anti-castristas, no gênero. Sabe-se que o miami bass é um ritmo abertamente comercial, seu esquema profissional é precarizado, e nos...