A rádio Sul América Paradiso FM acolheu dois programas da extinta MPB FM.
Primeiro, a emissora passou a transmitir o Samba Social Clube.
Agora, é a vez do programa Palco MPB, com apresentações ao vivo de nomes da MPB no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, que voltará ao ar no dia 07, com Diogo Nogueira.
O programa transmite concertos ao vivo em um clima mais intimista.
A medida é bem vinda e serve para minimizar as lacunas que a MPB FM deixou.
Mesmo assim, ainda é pouco.
A presença de música brasileira nas rádios de pop adulto é razoável, mas precisa aumentar, em quantidade e variação de repertório.
As músicas se limitam a serem apenas os hits, geralmente ditados pelas trilhas sonoras de novelas da Rede Globo.
Como há várias rádios de pop adulto (Sul América, JB, Alpha e Antena Um), a ideia deveria ser, além de aumentar a presença de MPB, abrir espaço para "lados B".
Isso significa acolher artistas sem acesso fácil às rádios e sem depender de trilhas sonoras de novelas.
Da mesma forma, significa também tocar músicas que não são programadas para serem hits.
É preciso uma atitude de coragem dessas, sobretudo num mercado como o pop adulto, cujas rádios costumam ser muito preguiçosas no repertório, com exceção da Antena Um.
A Antena Um, por sua vez, deveria diminuir um pouco a presença estrangeira, sem eliminá-la, claro, porque é a que mais se diferencia na divulgação de músicas estrangeiras.
A diminuição seria apenas para abrir espaço para as cotas de MPB que as rádios devem tocar.
Outra boa proposta é pedir que os programas de comunicador das rádios "AM em FM" abram espaço para tais músicas, e que elas sejam tocadas na íntegra.
Nestes casos, infelizmente, a música nunca é tocada completa, pois o comunicador fala em cima da introdução e a música é cortada antes do refrão final.
Em época de músicas inteiras disponíveis em MP3, uma rádio tocar música cortada ou com locução em cima, é imperdoável.
Rádio que age assim "leva surra" dos internautas e pode ter problemas com anunciantes e tudo.
As rádios deveriam fazer de tudo para suprir a lacuna da MPB FM no rádio.
O ideal era até a FM O Dia deixar o brega-popularesco aos poucos (já nutrido pelas rádios Fanática e Mania) e também mergulhar na abertura de espaços à MPB.
Com o jornal O Dia aumentando ainda mais o espaço aos emepebistas nos seus suplementos de lazer e diversão.
É preciso que a música brasileira de qualidade seja divulgada no rádio, porque é a única maneira dela se fixar no gosto do público médio, que anda com os ouvidos bastante sujos.
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