Ainda há muito o que se falar da Operação Lava Jato.
Com o fim da força-tarefa da Policia Federal, logo no momento em que a operação começava a investigar não-petistas, de repente encerra suas atividades.
Mas isso tem um motivo. Foram cortados investimentos para a Polícia Federal, o que inviabilizou os trabalhos da força-tarefa.
Michel Temer parece ter sabotado para que a Operação Lava Jato não atinja ele e seus aliados.
O Poder Judiciário e o Senado Federal ajudaram os aliados do PSDB.
Mas os aliados do próprio partido de Temer, o PMDB, estão vulneráveis.
O partido, na verdade remanescente dos dois partidos da ditadura militar (lembremos que o PMDB é uma continuidade do antigo MDB), está em séria crise.
Peemedebistas começam a se desentender entre si e Temer está apreensivo mesmo sendo o relator das denúncias contra o presidente, o deputado Sérgio Zveiter, ser do PMDB carioca.
O PMDB carioca franqueou o paulista Temer para comandar o país, expulsando Dilma Rousseff do poder.
E diante de todo esse ritual, a Operação Lava Jato apresentou mil irregularidades.
O juiz Sérgio Moro parecia um misto de advogado com tira de Hollywood, num desempenho confuso que a sociedade desinformada aceitava da narrativa oficial da mídia hegemônica.
Moro chegava a ir contra a natureza de seu ofício quando ia cumprimentar João Roberto Marinho, um dos donos das Organizações Globo, ou o então candidato à Prefeitura de São Paulo, o hoje titular do cargo João Dória Jr..
Sem falar das conversas animadas com Aécio Neves, que repercutiram muito na Internet.
A Operação Lava Jato também derrubava empresas, em vez de apenas punir empresários corruptos e tirá-los do comando.
O principal foco, a Petrobras, tinha como objetivo derrubar a estatal de petróleo brasileira e entregar as riquezas petrolíferas para empresas estrangeiras, de diversos países, sob a desculpa de "maior diversidade" e "concorrência".
Na verdade, todas as instituições ligadas do poder político ou jurídico demonstraram cometer erros gravíssimos.
Um processo falho do começo ao fim, mas que em certos momentos parece agradar quando denuncia políticos plutocráticos.
Não é uma maneira lícita de investigá-los, a delação premiada é um processo forçado de arrancar depoimentos e negociar a prisão.
Mas de alguma forma derrubava a reputação de políticos corruptos, como houve no caso da delação do empresário Joesley Batista, da J&F, administradora do grupo JBS.
Em função desta delação, Geddel Vieira Lima, um dos homens fortes de Temer, foi preso e o presidente está com o mandato a perder.
O Supremo Tribunal Federal, às vezes, se comporta como se fosse um trabalho escolar da turma do primeiro semestre de Direito.
O Ministério Público às vezes parece concorrer com a Polícia Federal no poder, digamos, policial.
E a Procuradoria-Geral da República, que comanda o Ministério Público Federal, também teve suas ações bastante tendenciosas.
A disputa de protagonismo entre políticos, juízes, ministros, policiais e empresários, entre outros agentes, ocorria causando arrepio às leis.
Parecia mais uma onda de surtos do que um processo de combate à corrupção.
Até porque, quando se chegou aos verdadeiros corruptos, o trabalho encerrou porque um deles resolveu "fechar a torneira".
Sem recursos, as atividades da força-tarefa tiveram que ser encerradas.
O que se nota é que os diversos personagens que chegaram ao poder com a saída de Dilma Rousseff estão em intenso conflito.
E a crise poderá aumentar, apesar do ocaso do governo Temer.
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