Há quatro anos, um comercial passava na televisão, pelo menos a Rede Globo, com uma dublagem tosca.
O comercial, em si, é sofisticado, mas é estrangeiro. Transmitido no Brasil, passou com uma dublagem tipo "Fucker & Sucker".
Para quem não sabe, "Fucker & Sucker" era um quadro do Casseta & Planeta que, tal como o Bruce Kane de Chico Anysio, tirava sarro com as dublagens que não conseguiam sincronizar as palavras da tradução brasileira com os movimentos labiais dos personagens dos vídeos originais.
O comercial é da petrolífera Total, então desconhecida dos brasileiros, e cuja sede é na França.
A peça publicitária seria uma tentativa de, no mundo inteiro - ela foi transmitida em vários países - melhorar a imagem institucional na companhia, abalada no mundo capitalista.
Via o comercial durante o desjejum enquanto meus pais viam o Bom Dia Brasil, noticiário matinal da Globo.
A Total tinha presença discreta no Brasil, mas hoje eu coloco esta postagem porque ela é uma das corporações que cobiçam o espólio da Petrobras.
E agora que o governo Jair Bolsonaro, através de seu comandante terceirizado - no setor da Economia - , Paulo Guedes, criou a Secretaria de Privatizações, vinculada ao "superministério" da Economia.
Chegou-se a cogitar o ex-secretário de Desestatização da Prefeitura de São Paulo, então na "gestão" de João Dória Jr. e, depois, na de Bruno Covas, o empresário Wilson Poit, foi designado para o cargo federal.
Poit já afirmou que as privatizações são "um caminho sem volta" para o Brasil. A tese do "Estado mínimo" vem com tudo no Brasil.
Daí o esquartejamento da Petrobras, que já dará adeus à BR Distribuidora.
E a Total estará junto da Shell, Exxon Mobil, BP, Equinor (antiga Statoil), Chevron e outras gringas interessadas em explorar nossas riquezas e levar seus lucros exorbitantes para seus países de origem.
No entanto, quem acabou sendo mesmo escolhido para a Secretaria de Privatizações é o empresário da concessionária de aluguel de carros, Localiza - cujas filiais de Salvador e Niterói já vi pessoalmente - , Salim Mattar.
Ele assumirá a secretaria, com atribuições em parte presentes no Ministério do Planejamento do governo Temer, pasta agora fundida ao Ministério da Economia de Guedes (que absorveu a Fazenda).
Já o Programa de Parceria e Investimentos, que também atua junto às privatizações, será submetido à Presidência da República e pode ser responsabilizada pelo vice, general Antônio Hamilton Mourão.
Está se organizando tudo para que nossas riquezas deixem de serem nossas.
O Petróleo não será mais nosso. E teremos mais comerciais "Fucker & Sucker" de petrolíferas estrangeiras?
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