Situação dramática no Brasil de hoje.
O deputado federal Jean Wyllys, que foi colega meu na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom-UFBA), está recebendo ameaças de morte.
A ONU, cada vez menos ouvida pela plutocracia brasileira, exigiu que Wyllys recebesse proteção policial, para evitar que sofresse atentado similar ao que matou a colega do PSOL, Marielle Franco.
O Brasil passou do 10º para o 9º lugar entre os países do mundo com maior desigualdade social, conforme o levantamento da ONG Oxfam International, de origem inglesa.
Para piorar, o Brasil é o primeiro colocado entre os não-africanos no ranquim, e o segundo dos BRICS nesta situação. A África do Sul, primeiro colocado da lista geral, é também o primeiro relacionado a este bloco.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antônio Palocci, hoje traidor dos antigos aliados, foi condenado a prisão domiciliar pela delação premiada, incluindo um estranho depoimento feito para enfraquecer a vantagem eleitoral de Fernando Haddad, na corrida presidencial.
Palocci agora vai voltar para casa, enquanto Lula fica indefinidamente na prisão, esperando novas condenações sem provas. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) concedeu a prisão domiciliar, por maioria de votos.
Palocci teve pena reduzida de 12 anos e 2 meses para 9 anos e 10 dias. Terá direito a regime semi-aberto e receberá monitoramento eletrônico, além de poder receber R$ 30 milhões pela delação.
Dos três desembargadores, João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Vítor Laus, somente o último foi contra tais benefícios.
Fora do âmbito político, temos os dois remanescentes da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, proibidos de usar a marca Legião Urbana.
A marca pertence a Giuliano Manfredini, que, apesar de ser filho de Renato Russo e ter a memória afetiva pelo falecido pai, não tem a vivência artística dos dois músicos.
Um jovem com know how próximo ao decadente rock brasileiro dos anos 90 e que foi capaz de chamar Ivete Sangalo para cantar com um holograma de Renato Russo, não deve ser levado muito a sério.
E ainda temos o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro - espécie de articulador político da família - usando boné com a palavra Trump e recebendo o assessor de Segurança Nacional do governo dos EUA, John Bolton, que visita o Brasil.
Bolton, não lá muito carismático na nação de "titio Samuca", disse que a vitória do candidato do PSL abre uma "oportunidade histórica" nas relações do Brasil com os EUA.
Bolsonaro monta seu ministério que, de 16 pastas, passará a ter 22. E um dos apoiadores-mor de Jair, Magno Malta, poderá ser trocado, para um dos ministérios, por aquele sósia do Simon Monjack que é o Marco Feliciano.
O Brasil também cancela sua condição de sede da Conferência do Clima que ocorreria em 2019. Outro país deve escolher nova sede para o acontecimento.
O cancelamento foi pedido pelo presidente eleito, por problemas no orçamento da União e por conta da transição de governo.
Enquanto isso, o meu Estado natal, Santa Catarina, que mais apoiou Bolsonaro, é considerado um dos maiores redutos de violência contra a mulher.
Que ironia! Nasci em 21 de março, em Florianópolis, sou filho de militar, xará de Alexandre Frota e no entanto votei em Fernando Haddad e gosto de ser gentil e respeitoso com as mulheres.
Dito isso, temos também a discussão em torno da redução da maioridade penal, que será uma das bandeiras do "novo" governo.
Segundo pesquisa publicada no portal G1, 33% dos deputados federais eleitos são totalmente a favor da redução da maioridade para 16 anos, 24% são favoráveis apenas em algumas condições e 22% são contra.
O grande problema é que, apesar da aparente consciência dos menores que têm 16 e 17 anos de idade para cometer crimes, inclusive os de morte, a culpa não pode ser dada a eles, mas ao "sistema" que os obriga a agir assim.
Ora, vemos programas policialescos, que fazem apologia à violência, sendo exibidos em horário diurno e, sobretudo, vespertino.
A criançada volta para casa com aquelas notícias de violência e aquelas pregações vingativas e rancorosas dos "âncoras" desses programas.
A culpa da criminalidade dos menores se deve à veiculação desses programas em horário acessível.
Ninguém se mobiliza para jogar esses programas lá pelo alto da madrugada.
Eles criam essa mentalidade, botando raiva na criançada, educando-as muito mal.
Só por isso esses programas e apresentadores como José Luiz Datena, do Brasil Urgente, deveriam estar na cadeia, não a de TV, mas a da prisão, mesmo.
O que os adolescentes precisam é de escolas melhores, que discutissem a realidade e promovessem, de maneira construtiva, o progresso social e a defesa dos direitos humanos.
Isso a Escola Sem Partido é incapaz de fazer, vale lembrar muito bem. Cidadania não é o forte da plutocracia.
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