Pular para o conteúdo principal

IDIOTIZAÇÃO CULTURAL NÃO É RUPTURA DE PRECONCEITO

WESLEY SAFADÃO, VOCALISTA DO GRUPO DE FORRÓ-BREGA GAROTA SAFADA.

Infelizmente, a falta de uma intelectualidade cultural de esquerda permitiu que visões contrárias à natureza progressista fossem levadas à tona, e o debate cultural saiu corrompido e prejudicado por abordagens tidas como "provocativas".

O que se viu foi uma intelectualidade alienígena, vinda de veículos da grande mídia reacionária, que pegaram carona em jornalistas dissidentes que realmente passaram a ter uma visão esquerdista e se infiltraram na mídia de esquerda para jogar nela seus preconceituosos conceitos "sem preconceito" a respeito do que eles entendiam como "cultura popular".

Quem procurava ler os periódicos esquerdistas com atenção, sem a pressa de pessoas que, em plena correria, só "pescam" palavras-chave em textos longos, veria a aberrante diferença entre textos coerentes trazidos por pessoas como Emir Sader e Rodrigo Vianna, e o neoliberalismo festivo e tendencioso de um Pedro Alexandre Sanches, cria do intragável Projeto Folha.

O povo pobre parecia sofrer abordagens bastante opostas. De um lado, um povo ativo, ativista, atuante, batalhador e corajoso, lutando contra injustiças e desconfiado dos arbítrios impostos pelo "livre mercado" e pelo poderio midiático. Um povo consciente de sua História e de sua trajetória, além de seu rico legado para o país.

De outro, há uma multidão debiloide de pobres estereotipados, joguetes do "livre mercado" e do poderio midiático, fazendo um espetáculo caricato de música e entretenimento para puro consumo imediato, que apenas reclamam por que não são "levados a sério" pela aristocracia (?!?!) cultural brasileira, como palhaços que não entendem por que a plateia ri tanto deles.

INTELECTUAIS "SEM PRECONCEITO", MAS PRECONCEITUOSOS

Durante muito tempo tivemos que enfrentar intelectuais armados de diploma, de visibilidade, de muito prestígio acadêmico e social, discípulos da "nata neoliberal" que vai de Francis Fukuyama, Milton Friedman, Rupert Murdoch e passa por "provocativas" visões culturais de Otávio Frias Filho e Luciano Huck, que entravam na mídia esquerdista pela porta dos fundos (sem alusões ao grupo humorístico com este nome).

Esses intelectuais "bacanas" e "provocativos" - que recentemente sofreram luto com o falecimento do antropólogo baiano Roberto Albergaria, autor da constrangedora e humilhante tese da "auto-esculhambação" das classes populares - durante muito tempo tentaram convencer a opinião pública de que aceitar a idiotização cultural como "algo sério e de valor" era romper o preconceito.

Essa classe pensante, ou melhor, mal-pensante, se julgava "desprovida de qualquer tipo de preconceitos", mas era dotada do pior dos preconceitos que poderiam imaginar restar em suas mentes: a de ver o povo pobre como uma massa de bobos-alegres jogados para o lazer consumista e inconsciente de pessoas empurradas a consumir de forma voraz os "sucessos do momento".

Não havia transmissão de conhecimentos ou valores sociais que impulsionassem as classes populares a agir pelo progresso social. E, por debaixo dos panos do "provocativo" proselitismo pró-brega dos intelectuais "bacanas", havia um pano de fundo nada progressista em jogo.

IMAGEM CARICATURAL DO POVO POBRE

Muitos dos empresários do entretenimento "popular" mais "provocativo" são verdadeiros capatazes simbólicos do coronelismo regional, comprometidos em trabalhar uma imagem caricatural do povo pobre, reduzido a bobos americanizados querendo apenas participar dos banquetes das supostas elites culturais mais "esclarecidas".

Músicos bregas de diversos tipos e matizes apareceram arrogantes mas chorosos e até ingratos com o sucesso que alcançavam, resmungando nas entrevistas que não tinham oportunidade de serem vistos como "culturalmente sérios" e posavam de supostas "vítimas de preconceito" só porque suas plateias lotadas não lhes garantiam um lugar no "olimpo da MPB".

Empresários de musas "sensuais", autoproclamadas "feministas" só porque não vivem, em tese, sob a sombra dos homens e "mostram demais" pela "liberdade do corpo" (?!), uma ostentação sem sentido e sem serventia, já que, em tempos de "chega de fiu-fiu", a ostentação física é injustificável, se ela se volta a alimentar justamente os desejos sexuais de machões sexualmente impulsivos.

Tudo era feito justamente para as classes populares serem desmobilizadas pelo entretenimento imbecilizado, pela idiotização espetacularizada, tudo sob a desculpa de uma "cultura transbrasileira" que, de "moderna", só tem a desculpa comparável ao da "modernização" do mercado capitalista de privatização de empresas e instituições públicas e redução de postos de trabalho.

Submete-se a cultura aos ditames da Economia e o aparente aquecimento do mercado de música brega-popularesca, com aumento de postos de trabalho, não é desculpa para atribuir a ela um suposto viés progressista. Até porque, em muitos casos, os "artistas populares" trabalham um esquema profissionalmente terceirizado que, apenas pela sorte das circunstâncias, faz jorrar grana de montão.

QUANDO LÚCIDO E LÚDICO NÃO SE BICAM

Muitos dos "artistas populares" dessa "cultura transbrasileira" (desculpa para submeter a cultura brasileira à macaqueação grosseira e paródica do pop americanizado) são financiados por deputados ligados a oligarquias políticas locais e aos latifundiários, com o apoio não só explícito mas também entusiasmado das oligarquias midiáticas regionais e até nacionais.

Daí o contraste que se tem dos barões da mídia e dos latifundiários que aparecem fartamente contestados pelos artigos políticos mais lúcidos da mídia esquerdista, enquanto, nos artigos culturais, eles aparecem como "financiadores" ocultos da "cultura provocativa" que "causa horror" à sociedade "elitista" e "preconceituosa".

Sim, porque por trás de muitos desses "sucessos", há todo o esquema de divulgação maciça que se faz por rádios e TVs controladas por oligarquias regionais, que pautam o "mau gosto" que a intelectualidade "bacana" tentava nos fazer convencer que era uma "causa libertária".

Deram um tiro no pé. Como deu o "provocativo" carioca Ronaldo Lemos, advogado e professor da Fundação Getúlio Vargas, que a mais de 2.400 km de Belém teve a arrogância de afirmar que o tecnobrega era discriminado pela grande mídia paraense.

Grande engano: o tecnobrega só fez sucesso justamente porque a oligarquia que controla o grupo O Liberal, parceira da Rede Globo de Televisão, investiu pesado no gênero, juntamente com os latifundiários estaduais que precisam dar uma de "bonzinhos" na capital paranaense, enquanto no interior do Estado ficam metralhando trabalhadores rurais, sindicalistas e missionários.

É de dar pena ver esses intelectuais pró-brega fazendo comentários falsamente contrários ao poderio midiático, atacando algozes da moda como Rede Globo, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, revista Veja, repetindo como papagaios críticas que são feitas com muito mais criatividade pelos verdadeiros analistas de esquerda.

Observa-se em ritmos como o forró-brega, a axé-music, o "sertanejo", o "funk", o "pagode romântico", o "pagodão" baiano, o tecnobrega e tudo, tudo o mais, que o povo pobre é visto de forma caricatural, praticamente paródica, e que a "auto-esculhambação" do finado sr. Albergaria era desculpa para a intelectualidade "generosa" justificar por que deseja ver o povo nessa condição tão humilhante.

Mesmo quando seus "artistas" se tornam veteranos e se passam por "gente séria", eles não viram grandes artistas. Eles apenas se tornam fetiches "arrumadinhos" de um entretenimento musical "asseado", viram apenas "boas mercadorias" para apresentar um arremedo de "música de qualidade" tão postiço e calculista que soa forçado e artificial. Vide os neo-bregas da "geração 90".

Intelectuais também são gente de elite e dotados de seus preconceitos. Mesmo que até no humor a intelectualidade pró-brega difira da ranzinza "urubologia" oficial da grande imprensa, há a equivalência de interesses mercadológicos que não podem ser dissimulados por um discurso pseudo-ativista.

Pelo que realizaram de textos e discursos, essa intelectualidade "provocativa" e "bacana" apenas expressou os seus piores preconceitos mascarados por uma postura falsamente "sem preconceitos". No fundo, eles só lutaram para ver o povo escravo da imagem idiotizada imposta pelo poderio do mercado e da mídia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INFANTILIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO

A sociedade brasileira vive uma situação estranha, sob todos os aspectos. Temos uma elite infantilizada, com pessoas de 18 a 25 anos mostrando um forte semblante infantil, diferente do que eu via há cerca de 45 anos, quando via pessoas de 22 anos que me pareciam “plenamente adultas”. É um cenário em que a infantilizada sociedade woke brasileira, que chega a definir os inócuos e tolos sucessos “Ilariê” e “Xibom Bom Bom” cono canções de protesto e define como “Bob Dylan da Central” o Odair José, na verdade o “Pat Boone dos Jardins”, apostar num idoso doente de 80 anos para conduzir o futuro do Brasil. A denúncia recente do influenciador e humorista Felca sobre a adultização de menores do ídolo do brega-funk Hytalo Santos, que foi preso enquanto planejava fugir do Brasil, é apenas uma pequena parte de um contexto muito complexo de um colapso etário muito grande. Isso inclui até mesmo uma geração de empresários e profissionais liberais que, cerca de duas décadas atrás, viraram os queridões...

LULISMO MESCLA CONTOS DE FADAS E POSITIVIDADE TÓXICA

A pressa de Lula e seus seguidores em transformar o Brasil em uma potência mundial, sem haver condições socioculturais para tanto, pode não ser compreendida devidamente por muitos que, apegados às narrativas lineares das redes sociais, ignoram que nossa realidade é bastante complexa. A tendência de Lula arrefecer seu brilho momentâneo na queda de braço fiscal com Donald Trump é provável. Até a edição deste texto, há a negociação para tentar aliviar os tributos a produtos brasileiros no mercado dos EUA. Mas isso será mais um pequeno alívio diante da situação degradante em que vove nosso país. As redes sociais mostram que muita gente, apegada ao consumo frenético de reels - espécie de menu de postagens existente no Instagram e no Tik Tok - e vendo também seriados de TV, simplesmente não consegue entender os reais problemas do governo Lula. Além disso, devemos também considerar que a base social de apoio a Lula mudou totalmente. Embora a narrativa lulista renegue essa realidade, é certo, ...

A FRENTE AMPLA QUE VAI DA MÍDIA HIDROFÓBA À MÍDIA ALTERNATIVA

O espectro político do Lulismo 3.0 reflete também no círculo midiático. Se Lula cerca em torno de si setores que vão da ala mais moderada dos golpistas de 2016 até uma parcela próspera da esquerda raiz, na mídia o clube se configura de maneira semelhante. Assim como a elite do bom atraso é uma frente social que vai da alta burguesia descolada ao chamado “pobre de novela”, a mídia já começa a montar um padrão que envolve vários veiculos antes considerados antagônicos entre si. Temos desde veículos “insentos” da mídia patronal, como Folha/UOL e O Globo/Rede Globo, até veículos como a Revista Fórum. Recentemente, veículos como O Antagonista e O Estado de São Paulo sinalizam um apoio condicionado ao Lulismo 3.0, em que pese as divergências conhecidas. A questão não é apenas diversificar as pautas jornalísticas nem de desenvolver um “jornalismo do contra”, mas a de criar um padrão de jornalismo parcialmente crítico, com críticas ao bolsonarismo mas ao mesmo tempo tornando-se chapa branca em...

“FUNK” DEIXA A MÁSCARA CAIR COM CASO DA MÃE OMISSA

O discurso vitimista do “funk”, que durante anos usou o coitadismo como estratégia de marketing, anda sendo desmascarado por vários episódios. O machismo e a objetificação da mulher, que derrubaram a tese do suposto feminismo, o enriquecimento abusivo dos funqueiros e as alianças com a mídia patronal mostram o quanto a choradeira intelectual em prol do gênero nunca passou de conversa para boi dormir. Um caso recente que revela a hipocrisia do “funk”, que agora tem o DJ Marlboro transformado em magnata e queridinho da burguesia ilustrada, é o de uma jovem que, em nome do seu hedonismo funqueiro, deixou uma filha morrer em casa, na companhia de apenas seu irmão de conco anos de idade  A jovem Vanusa Moura Ferreira, moradora do bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, deixou as duas crianças sozinhas em casa para ela sair à noite para curtir um “baile funk”. A filha de oito meses acabou morrendo por possível engasgo com a mamadeira. A mãe foi presa acusada de abandono de inca...

UMA RELIGIÃO QUE ENVELHECE MAL

PADRES JESUÍTAS JOSÉ DE ANCHIETA (DE JOELHOS) E, PRINCIPALMENTE, MANUEL DA NÓBREGA, AQUI RETRATADOS PELO PINTOR BENEDITO CALIXTO EM OBRA DE 1927, FORAM ADOTADOS PELO ESPIRITISMO BRASILEIRO, CONFIRMANDO SER UMA RELIGIÃO FUNDAMENTADA PELO CATOLICISMO DA IDADE MÉDIA. Por muita sorte, o Brasil é um país atrasado e que, por isso, vê em fenômenos como a bregalização cultural como “vanguarda”, uma ideia sem um pingo de lógica e só serve para atestar a ignorância sistêmica e solipsista do brasileiro médio. Por sorte é que o desconhecimento geral das coisas faz com que tudo que é, na verdade, velho, soa “novo”, desde o bolsonarismo até a pintura padronizada nos ônibus. Não é porque tais coisas são novidades, elas é que não são conhecidas pelo público médio. Uma religião que envelhece mal é, por incrível que pareça, o Espiritismo brasileiro. Na verdade, a forma que o dito “kardecismo” surgiu no Brasil, com traições doutrinárias graves contra Allan Kardec, revela que essa religião nunca passou de...

A MIRAGEM DO PROTAGONISMO MUNDIAL BRASILEIRO

A BURGUESIA ILUSTRADA BRASILEIRA ACHA QUE JÁ CONQUISTOU O MUNDO. Podem anotar. Isso parece bastante impossível de ocorrer, mas toda a chance do Brasil virar protagonista mundial, e hoje o país tenta essa façanha testando a coadjuvância no antagonismo político a Donald Trump, será uma grande miragem. Sei que muita gente achará este aviso um “terrível absurdo”, me acusando de fazer fake news ou “ter falta de amor a Deus”, mas eu penso nos fatos. Não faço jornalismo Cinderela, não estou aqui para escrever coisas agradáveis. Jornalismo não é a arte de noticiar o desejado, mas o que está acontecendo. O Brasil não tem condições de virar um país desenvolvido. Conforme foi lembrado aqui, o nosso país passou por retrocessos socioculturais extremos durante seis décadas. Não serão os milagres dos investimentos, a prosperidade e a sustentabilidade na Economia que irão trazer uma cultura melhor e, num estalo, fazer nosso país ter padrões mais elevados do que os países escandinavos, por exemplo....

O DECLÍNIO DO DESPREZÍVEL E ABJETO JAIR BOLSONARO

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o desastrado e nocivo ex-presidente da República, sem dúvida alguma é uma página a ser virada na História do Brasil. Parecia ontem, mas eram há sete anos quando, num supermercado de Niterói, via uma senhora defender a eleição de Bolsonaro, sob a desculpa de "experimentá-lo" como presidente da República. Jair Bolsonaro não é o mentor do golpe político de 2016. Ele foi um ator, mas estava cumprindo um roteiro alheio, e se destacou apenas na performance. Difícil dizer isso quando o público médio das redes sociais confunde ator com roteirista e apresentador de telejornal com jornalista. São funções diferentes, nem todo performático é autor daquilo que interpreta. Sim, Bolsonaro é uma figura abominável. Se bem que o filho Eduardo Bolsonaro demonstra ser mais perigoso. Em todo caso, a família Bolsonaro, seus amigos, parentes e aliados, são uma grande escória política, ridículos e patéticos que não trouxeram uma única contribuição positiva para...

RADIALISMO ROCK: FOMOS ENGANADOS DURANTE 35 ANOS!!

LOCUTORES MAURICINHOS, SEM VIVÊNCIA COM ROCK, DOMINAVAM A PROGRAMAÇÃO DAS DITAS "RÁDIOS ROCK" A PARTIR DOS ANOS 1990. Como o público jovem foi enganado durante três décadas e meia. A onda das “rádios rock” lançada no fim dos anos 1980 e fortalecida nos anos 1990 e 2000, não passou de um grande blefe, de uma grande conversa para búfalos e cavalos doidos dormirem. O que se vendeu durante muito tempo como “rádios rock” não passavam de rádios pop comuns e convencionais, que apenas selecionavam o que havia de rock nas paradas de sucesso e jogavam na programação diária. O estilo de locução, a linguagem e a mentalidade eram iguaizinhos a qualquer rádio que tocasse o mais tolo pop adolescente e o mais gosmento pop dançante. Só mudava o som que era tocado. Não adiantava boa parte dos locutores pop que atuavam nas “rádios rock” ficarem presos aos textos, como era inútil eles terem uma boa pronúncia de inglês. O ranço pop era notório e eles continuavam anunciando bandas como Pearl Jam e...

MICHAEL JACKSON: O “NOVO ÍDOLO” DA FARIA LIMA?

MICHAEL JACKSON EM SUA DERRADEIRA APARIÇÃO, EM 24 DE JUNHO DE 2009. O viralatismo cultural enrustido, aquele que ultrapassa os limites do noticiário político que carateriza o “jornalismo da OTAN” - corrente de compreensão político-cultural, fundamentada num “culturalismo sem cultura”, que contamina as esquerdas médias abduzidas pela mídia patronal - , tem desses milagres.  O que a Faria Lima planeja em seus escritórios em Pinheiros e Itaim Bibi (nada contra esses bairros, eu particularmente gosto deles em si, só não curto as ricas elites da grana farta) acaba, com uma logística publicitária engenhosa, fazendo valer não só nas areias do Recreio dos Bandeirantes, mas também nos redutos descolados de Recife, Fortaleza e até Macapá. Vide, por exemplo, a gíria “balada”, jargão de jovens ricos da Faria Lima para uma rodada de drogas alucinógenas. Pois a “novidade” trazida pelos farialimeiros que moldam o comportamento da sociedade brasileira através da burguesia ilustrada, é a “ressurrei...

NINGUÉM PODE SABER O QUE A ELITE DO BOM ATRASO FEZ NO VERÃO PASSADO

Vivemos um dado preocupante. Sabe aquele ditado popular que diz que “apressado come cru”? Pois é. O que vemos nessa obsessão do lulismo em dominar o mundo, com a exploração espetacularizada do caso do tarifaço de Donald Trump, é essa pressa. E também vemos a intolerância ao pensamento crítico por parte da burguesia ilustrada que, só ela, se acha a “espécie humana mais legal do planeta”. Com um sistema de valores herdado da Era Geisel, mas “ressignifcado” para a apreciação das esquerdas médias, nosso Brasil precarizado tende a ser lançado cru ou mal passado no concerto das nações desenvolvidas, depois de tantos retrocessos ocorridos desde 1964, que criaram um “novo normal” que, em muitos aspectos, deixaria Franz Kafka e Luís Bunuel abismados. A discriminação ao senso crítico revela a obsessão de uma classe privilegiada em querer que o Brasil fique calado para chegar ao Primeiro Mundo com facilidade. A ideia é transformar o Brasil num parque de diversões para distrair a juventude woke e ...