O discurso vitimista do “funk”, que durante anos usou o coitadismo como estratégia de marketing, anda sendo desmascarado por vários episódios. O machismo e a objetificação da mulher, que derrubaram a tese do suposto feminismo, o enriquecimento abusivo dos funqueiros e as alianças com a mídia patronal mostram o quanto a choradeira intelectual em prol do gênero nunca passou de conversa para boi dormir.
Um caso recente que revela a hipocrisia do “funk”, que agora tem o DJ Marlboro transformado em magnata e queridinho da burguesia ilustrada, é o de uma jovem que, em nome do seu hedonismo funqueiro, deixou uma filha morrer em casa, na companhia de apenas seu irmão de conco anos de idade
A jovem Vanusa Moura Ferreira, moradora do bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, deixou as duas crianças sozinhas em casa para ela sair à noite para curtir um “baile funk”. A filha de oito meses acabou morrendo por possível engasgo com a mamadeira. A mãe foi presa acusada de abandono de incapaz com resultado de morte.
O “funk” tentou, durante anos, trabalhar um discurso “socializante” sem pé nem cabeça, pelo qual se promoveu às custas de clichês que vão do ativismo sociopolítico ao glamour fashion, sob a blindagem de luxo da Folha de São Paulo e das Organizações Globo, apesar das passagens de pano da mídia esquerdista.
Ir a um “baile funk”, para a festejada intelligentzia “tudo de bom” da intelectualidade burguesa e sua “luta contra o preconceito”, era sinônimo de “cidadania”, de “ativismo sociopolítico” e, sobretudo, de “manifestação de cultura popular”. Deixar crianças em casa era só um detalhe, diante do cumprimento de “certas responsabilidades”, pois ir a um “baile funk”, para nossa intelectualidade “bacana”, era praticamente sinônimo de “ser brasileiro”.
Os funqueiros, diante desse caso, devem reagir com o mesmo choro vitimista de reclamar porque "o funk é sempre o culpado". Sempre o mesmo coitadismo, sempre as mesmas desculpas de que o "funk" é culturalmente precarizado e degradante, e aí os funqueiros culpam "a sociedade" quando eles sempre se mantém nesse nível culturalmente baixo, usando a pobreza e a negritude como carteirada. Tudo uma grande hipocrisia desse estilo que glamouriza a miséria humana e prende a juventude na simbologia da pobreza e transforma favelas em safáris humanos para o deleite da burguesia esnobe.
Os pobres da vida real não se sentem identificados com o "funk" e até se sentem ofendidos com esse gênero cujos ídolos se enriqueceram demais com esse discurso de "pobreza" e "periferia". Esse discurso de "funk" como suposta cultura e pretenso ativismo nunca passou, segundo a gíria carioca, de um simples "caô".
Comentários
Postar um comentário