A BURGUESIA ILUSTRADA BRASILEIRA ACHA QUE JÁ CONQUISTOU O MUNDO.
Podem anotar. Isso parece bastante impossível de ocorrer, mas toda a chance do Brasil virar protagonista mundial, e hoje o país tenta essa façanha testando a coadjuvância no antagonismo político a Donald Trump, será uma grande miragem.
Sei que muita gente achará este aviso um “terrível absurdo”, me acusando de fazer fake news ou “ter falta de amor a Deus”, mas eu penso nos fatos. Não faço jornalismo Cinderela, não estou aqui para escrever coisas agradáveis. Jornalismo não é a arte de noticiar o desejado, mas o que está acontecendo.
O Brasil não tem condições de virar um país desenvolvido. Conforme foi lembrado aqui, o nosso país passou por retrocessos socioculturais extremos durante seis décadas. Não serão os milagres dos investimentos, a prosperidade e a sustentabilidade na Economia que irão trazer uma cultura melhor e, num estalo, fazer nosso país ter padrões mais elevados do que os países escandinavos, por exemplo.
Há muito o que fazer e a titularidade de país desenvolvido só agrada e interessa a uma elite de brasileiros que já vive na opulência financeira. Essa elite já vive seu Primeiro Mundo de brinquedo e a ela interessa a reputação do Brasil como nação desenvolvida visando somente as duas vaidades de classe e a intenção de viver as benesses dos países ricos sem sofrer humilhação.
Não se trata de defender causas nobres a ideia de fazer o Brasil entrar agora no Primeiro Mundo. São grandes bobagens falar em “alegria do povo brasileiro” ou “lições de fraternidade do Brasil”. Até porque, depois das convulsões sociais do pós-2016, a situação está bastante tensa.
A pressa do presidente Lula em colocar ele e o Brasil em posições gloriosas no mundo é surreal e preocupante, porque nosso país não está em condições objetivas para alcançar essa reputação. A reconstrução do Brasil ainda está para ocorrer e Lula acaba comendo cru em sua pressa globalitária e oferecendo relatórios mal passados de um cardápio de realizações das quais não se ouviu um som de cozimento algum.
O que vejo nessa ciranda política mais parece um reality show. Um espetáculo midiático, mesmo nos atos “positivos” de Lula. Não é algo que represente uma maturidade política, tudo soa teatral e quase fictício. Difícil ver o Brasil pronto para ser país desenvolvido, pois esse status exige critérios e requisitos tão complexos que se tornam impossíveis de serem alcançados.
Um país desenvolvido não se faz meramente com estabilidade econômica, saúde institucional e estrutura democrática. Exige uma série de condições culturais, morais, educacionais e outros aspectos que apontem um índice menor de injustiças e desigualdades sociais, coisa que nosso país aonda está distante de atingir.
E isso envolve um complexo sistema de valores que não deveria estar a serviço de uma elite de supostos esclarecidos, mas de um maior e mais diversificado número de pessoas. E não dá para confindir os interesses privados da burguesia ilustrada, quando seus valores são compartilhados por milhares de pessoas, com os valores próprios das classes populares.
Portanto, o nosso país vive um sistema de valores deteriorado. Ainda é forte o legado da Era Geisel, apesar das tentativas de ocultar essa origem ao “ressignificar” esses valores para o contexto da “democracia” lulista. E isso impede que nosso país se torne desenvolvido, e não são as ostentações do Brasil no entretenimento e na política que mudarão essa constatação.
Pelo jeito, o Brasil não segue o ditado popular “cresça e apareça”, querendo aparecer antes de crescer. E pelo jeito o país terá que esperar séculos para crescer e seria melhor que ficasse quieto na sua e cuidasse dos problemas internos. Deixem o mundo girar sem a intromissão xereta dos chatos da América do Sul.
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