Vivemos um dado preocupante. Sabe aquele ditado popular que diz que “apressado come cru”? Pois é. O que vemos nessa obsessão do lulismo em dominar o mundo, com a exploração espetacularizada do caso do tarifaço de Donald Trump, é essa pressa. E também vemos a intolerância ao pensamento crítico por parte da burguesia ilustrada que, só ela, se acha a “espécie humana mais legal do planeta”.
Com um sistema de valores herdado da Era Geisel, mas “ressignifcado” para a apreciação das esquerdas médias, nosso Brasil precarizado tende a ser lançado cru ou mal passado no concerto das nações desenvolvidas, depois de tantos retrocessos ocorridos desde 1964, que criaram um “novo normal” que, em muitos aspectos, deixaria Franz Kafka e Luís Bunuel abismados.
A discriminação ao senso crítico revela a obsessão de uma classe privilegiada em querer que o Brasil fique calado para chegar ao Primeiro Mundo com facilidade. A ideia é transformar o Brasil num parque de diversões para distrair a juventude woke e pseudo-cool no hedonismo consumista e na liberdade de instintos.
O “humanismo de resultados” é somente uma fachada para que a elite do atraso, agora convertida em elite do bom ateaso, mantenha seu poder e sobreviva às sucessivas crises do pós-2016. E os textos que tentam pôr em xeque o mundo de faz-de-conta do Lulismo 3.0 são boicotados por não fazer parte das narrativas oficiais, bastante simplórias e agradáveis a essa classe do privilégio.
A burguesia brasileira aprontou das suas e não se arrependeu dos seus atos. Como pegou muito mal apoiar o bolsonarismo, agora apoiam “de forma incondicional” o governo Lula para botar as atrocidades dos antepassados para debaixo do tapete.
Muitos desses burgueses lutaram pelo "Fora Dilma" em 2015, mas mediante as conveniências do momento passaram a defender Lula e clamar por sua reeleição, alegando que "os tempos são outros". Até não se consideram "burgueses", acham que "sempre foram povo", apesar do muito dinheiro que esbanjam consumindo bens diversos e frequentando lugares da moda.
Imploram para “julgarmos menos e amarmos mais”, pregam a união “em prol de um bem comum”, mas não escondem seu DNA golpista e seu desprezo às carências dos mais necessitados. A própria aversão ao senso crítico é uma herança do AI-5 defendido por seus pais ou avós.
Por isso mesmo, vivemos numa situação contrastante. Enquanto, nas redes sociais, a bolha lulista se acha a dois passos do paraíso, na vida real pobres sofrem no seu trabalho precário, no desemprego, na moradia degradada ou sem ter um teto para lhe abrigar. Miseráveis indignados, tristes, revoltados, pouco preocupados com a questão do tarifaço porque não lhes faz diferença, pois de qualquer forma os preços lhes são sempre caros e inacessíveis.
Lula se preocupa em ser o Luís Inácio Superstar, com seus vilões de ocasião como Sérgio Moro, Jaír Bolsonaro e, agora, Donald Trump. Tudo para aquecer as ferventes bolhas lulistas, extasiadas com um Brasil que é só para elas, que integram o Clube de Assinantes VIP do Lulismo 3.0.
E aí vemos os atuais apoiadores de Lula, a burguesia ilustrada que pensa ser "mais povo que o povo", tentando demonizar o senso crítico, forçando que estejamos subservientes a esse "esquerdismo de resultados" que mais parece um mero espetáculo de entretenimento, a empolgar apenas o Brasil infantilizado que, tomado de megalomania, pensa que pode mandar no mundo. Triste.
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