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COM A CONDENAÇÃO DE LULA PELO TRF-4, INTELECTUALIDADE "BACANA" PODE DESEMBARCAR DO APOIO ÀS ESQUERDAS


Se caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região concordar com a sentença de Sérgio Moro condenando Lula a nove anos e meio de prisão, um desembarque pode haver em breve.

É a de setores da intelectualidade comprometidos com a bregalização cultural.

Colaboradores free lancer da mídia hegemônica, apesar de alguns colaborarem para a mídia alternativa, eles não eram o primor do esquerdismo.

Mesmo assim, faziam de tudo para darem a impressão de que integravam as forças progressistas.

Faziam textos bajulatórios a Lula e Dilma Rousseff, sem no entanto ter a visceralidade dos jornalistas de esquerda mais genuínos (e genoínos).

Iam para as redes sociais "curtir" postagens esquerdistas, buscando apoios estratégicos de figurões influentes.

Escreviam artigos ou entrevistavam ativistas e artistas de esquerda, para "causar" na Internet e ter seus nomes publicados nas páginas progressistas.

Iam para eventos com Lula e Dilma para tirar selfies e promover seus nomes às custas desses acontecimentos.

Falavam mal dos direitistas da moda, seja Aécio Neves, Marco Feliciano, Sérgio Moro, a Rede Globo, a Janaína Paschoal, fazendo comentários ensaiados, usando termos clichês etc.

Faziam tudo isso para "entrar na turma", quem sabe arrumando um assento para o próximo evento no Centro de Estudos Barão de Itararé.

Faziam isso para, um dia, serem escolhidos mediadores de debates sobre o poder da mídia hegemônica.

Mas todas essas "boas ações" eram tendenciosas e oportunistas, porque, entrando nesses ambientes, esses intelectuais "bacanas" sabotavam o debate cultural.

Empurravam a bregalização, o comercialismo populista que atinge a música brasileira, empurrando a imbecilização cultural do povo pobre como se fosse uma "causa libertária".

Empurravam fenômenos que tinham cadeira cativa na Rede Globo para serem partes indissociáveis do esquerdismo cultural brasileiro.

Assim, fizeram de tudo para transformar o "funk", por exemplo, em agenda inseparável das esquerdas, apesar do ritmo ter o apoio de gente da "pesada" como Luciano Huck e Alexandre Frota.

E faziam isso mesmo sob o preço de misturar alhos com bugalhos, mesclando Arrigo Barnabé com Mr. Catra, Itamar Assumpção com Paulo Sérgio, Inezita Barroso com Tati Quebra-Barraco.

Ou então apelando para a difícil "guevarização" dos aecistas convictos Chitãozinho & Xororó, na vã tentativa de vender duplas assim como se também simbolizassem algum bolivarianismo musical.

Os intelectuais "bacanas" também apelavam para um "bom esquerdismo" visando a grana da Lei Rouanet. Eles integravam "coletivos culturais" que precisavam de verbas públicas para engrossar seus lucros com as gordas fatias privadas que também recebiam.

Com o julgamento de Lula, porém, isso pode acabar e aí o desembarque, provável mas oficialmente "inimaginável", pode finalmente ocorrer.

Não se sabe quando, mas, com a condenação de Lula, sua candidatura pode se inviabilizar e a plutocracia pode consolidar sua retomada política iniciada em 2016.

Com isso, não há motivo para a intelectualidade "bacana" ficar ao lado de quem está derrotado.

Esses intelectuais voltarão para a Globo, Folha, Estadão, Veja, defendendo nos seus espaços de origem a bregalização que eles, durante muito tempo, vendiam como falso esquerdismo.

Além do mais, a bregalização está no mainstream, se consolidando com um discurso etnográfico que perderá o sentido repetir, por já estar firmado nas mentes dos jovens.

O problema é quando e de que forma a intelectualidade "bacana" vai se revelar integrante do poder midiático do qual apenas fingiu ter rompido "por definitivo".

Mas, quando isso acontecer, poderá soar doloroso para as forças progressistas, diante do que passarão a agir os "bons amigos" do esquerdismo cultural.

2018 poderá mostrar novas surpresas, dentro do cenário ainda mais complexo que terá o Brasil.

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