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O SAUDOSISMO ARTIFICIAL DOS ANOS 90


Eu só errei um pouco a data de quando a década de 1990 seria alvo de um saudosismo mercadologicamente programado.

Pensava que era 2015, mas o saudosismo artificial se dá agora, quatro anos depois.

A década de 1990, no Brasil, diferente do que ocorreu nos EUA e Reino Unido, onde prevaleceu a ressaca melancólica após o fim das eras Margareth Thatcher e Ronald Reagan / George Bush (pai), foi uma tradução tardia do hedonismo vazio dos anos 1980.

Os anos 90 foram a década perdida do Brasil, marcada pela imbecilização cultural que a mídia venal, por eufemismo, define como "politicamente incorreto".

Filmes de violência na Sessão da Tarde, hegemonia do brega na música brasileira, erotização precoce em programas infantis, baixarias na TV para alavancar audiência, crescimento vertiginoso dos programas policialescos.

Tinha a Banheira do Gugu Liberato, a agressividade do Ratinho, a violência glamourizada do Aqui Agora.

A década de 1990 foi a colocação em prática da farra de concessões políticas de rádio e TV durante o governo Sarney.

O então ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, virou senador e teve seu auge político durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

A politicagem nas emissoras de rádio e TV - que não envolvia somente parlamentares, mas empresários "idôneos" solidários a ACM e Sarney - provocou estragos profundos.

Fez uma parcela de emissoras FM imitarem o formato de rádio AM, destruindo a segmentação radiofônica.

Sem ter trabalho em FMs populares ou pop, que se encanaram em transmitir futebol (fruto de caixa dois com dirigentes esportivos), os locutores pop invadiram as rádios de rock que perderam sua personalidade e viraram "Jovem Pan com guitarras".

O rádio AM enfraqueceu, porque as FMs vampirizaram seu formato. Mas também as FMs alternativas foram derrubadas uma a uma, porque o nivelamento por baixo fez as rádios estilizadas darem lugar a rádios de hit-parade "temáticas" (rock, adulto contemporâneo etc).

Mas a música brasileira foi afetada. A MPB, que tinha um espaço subalterno nas rádios popularescas, perdeu espaço de tal forma que perdeu a conexão com o povo pobre e com os jovens.

Enquanto isso, as breguices musicais dos "sertanejos" e "pagodeiros" canastrões se ascendeu vertiginosamente na década noventista.

Blindados pela Rede Globo, esses intérpretes que cantavam sobre "barata da vizinha", "amor de chuveiro", "ódio, desejo, sonho e ternura" eram convidados a fazer "MPB de mentirinha", mostrando sua aberrante canastrice musical.

Camuflavam seus repertórios autorais sofríveis com covers de MPB "embelezadas" por outros arranjadores e, às vezes, com duetos oportunistas com emepebistas.

Tudo embaladinho para consumo das famílias em jantares em bons restaurantes, feito à maneira da "MPB gastronômica" que a indústria fonográfica desenvolveu ao pasteurizar a música brasileira autêntica.

Essa pasteurização tinha dois fins: enfraquecer a MPB e dar uma cosmética à música brega para ela tornar-se palatável para públicos de maior poder aquisitivo.

A expansão do mercado só se tornou completa nos anos 2000, quando intelectuais vindos da mídia venal foram fazer proselitismo na mídia de esquerda fazendo aquela choradeira do "combate ao preconceito".

Tudo para evitar a volta do CPC da UNE. A ideia dos intelectuais "bacanas" é que a "cultura popular", musical e comportamental, "descesse ao povo" e não "subisse", ou seja, tinha que se degradar em vez de se aperfeiçoar.

Jackson do Pandeiro, Cartola e Cornélio Pires morriam mais uma vez enquanto uma das poucas esperanças de renovação da MPB naqueles anos 90, Chico Science, morreu num acidente de carro. Há quem desconfie que a morte do mangue boy era uma urucubaca da axé-music.

E vieram as baixarias do É O Tchan, paralelas à comédia do "funk de raiz", como hoje é conhecido o que, em 1990, era o "rap", denominação equivocada que só teve fim quando o hip hop se popularizou no Brasil.

No É O Tchan se destacavam a depois comportada Carla Perez e as "pegadoras que fingiam ser encalhadas" Scheila Carvalho e Sheila Mello. Musicalmente, era um samba de gafieira ruim que era rotulado erroneamente como "samba de roda", e puxou uma série de conjuntos "genéricos".

O "funk de raiz" mostrava funqueiros que faziam paródias de cantigas de roda, com frágil nível de contestação temática, mas que, uma década depois, exigiam para si uma reputação de um Bob Dylan.

Os anos 90 também foram a década em que Veja, já conservadora nos anos 1980, surtou de vez.

Foi então que a revista passou a adotar uma postura hidrófoba contra os movimentos sociais. Trabalhadores, camponeses e estudantes não podem se organizar politicamente, mas investidores estrangeiros eram vistos como a "salvação para a lavoura".

A década de 1990 no Brasil ainda trouxe o "rock engraçadinho", com bandas mais preocupadas em fazer gracinhas nas fotos e arrumar um bom empresário do que fazer música decente.

Nomes como Baba Cósmica, Ostheobaldo, Fincabaute, Peter Perfeito e o caso dos Virguloides, espécie de Sambô pelo avesso.

Note que Virguloides e Sambô são a mesma mediocridade, combinando sambrega com "rock engraçadinho", mas enquanto Virguloides usava uma embalagem "roqueira", o Sambô, surgido nos anos 2010 mas segue o espírito "anos 90", usa uma embalagem "sambista".

E havia o "não-rock" dos Mamonas Assassinas, banda depois inteiramente falecida num desastre aéreo, grupo que foi erroneamente tido como "banda de rock que ridicularizava o brega".

Afinal, tendo como convidados músicos de sambrega, os Mamonas eram na verdade uma "banda de brega que ridicularizava o rock".

Dito isso, os anos 90 só são considerados "brilhantes" pela mídia venal que sempre faturou às custas da idiotização cultural.

Para a moçada que só foi educada pela mídia e pelo mercado, virando uma geração hipermidiatizada e hipermercadológica, só tinha "coisa legal" nos anos 90.

E não era as poucas coisas realmente legais da década noventista, como Marisa Monte, Chico Science & Nação Zumbi, Castelo Rá-Tim-Bum, num Brasil cuja cultura "alternativa", salvo exceções, desprezava uma banda britânica significativa para a década, o Ride.

O Ride foi tão importante que o chamado britpop que, aí sim, entrou nas rádios brasileiras, era, na verdade, uma tentativa de imitar uma das músicas do álbum Nowhere do Ride, a lenta "In a Different Place".

É como se houvesse um concurso para fazer versões diferentes de "In a Different Place".

Fico imaginando como Chris Martin, no começo do Coldplay, estava transtornado em compor diferentes versões da música do Ride, trocando acordes, criando outras letras etc.

Os brasileiros, isolados do mundo, achavam o britpop, uma espécie de shoegaze menos criativo, coisa do outro mundo. E, ocupados demais com o grunge, que atendia ao pragmatismo sonoro do roqueiro médio, desprezaram os shoegazers como o poderoso Ride.

E isso ocorria a ponto do roqueiro médio preferir a pior música do Genitortures (sub-bandinha de grunge) do que a melhor do Ride.

Mas isso ocorre porque, na indigência musical de hoje, o lixo dos anos 90 parece "genial em tudo".

As músicas que eram consideradas baixaria no ano de 1990 passaram a ser consideradas "geniais" vinte anos depois, num lobby que incluiu a intelectualidade "bacana".

E isso culminou nesse saudosismo artificial dos anos 90, com Corona (a cantora, não a marca de chuveiro), Technotronic, Double You, sem falar daqueles obscuros que rolavam na Jovem Pan.

Os DJs da Jovem Pan esbanjaram arrogância ao tomar para si o cadáver da Fluminense FM.

Em compensação, a FM pop carioca Rádio Cidade sofreu da "síndrome de Michael Jackson", em alusão ao astro do pop dançante que durante uma fase teve uma obsessão forçada em ser roqueiro, imitando Elvis Presley e Mick Jagger e detendo o copyright do repertório dos Beatles.

Era horrível a Rádio Cidade jogar sua boa história no lixo e querer ser roqueira à força, sem vocação. Só os seus ouvintes, reaças precursores dos bolsomínions, achava isso o máximo.

E temos agora a novela Verão 90, da Rede Globo que adotou a bregalização que corria solta no SBT, Record e Band (e, mais atrás, na TV Tupi em sua fase final), que vai conduzir esse saudosismo artificial da década de 1990, que, na verdade, nunca acabou.

Tanto que ela não teve fim anunciado mesmo quando chegou o fim da década, do século e do milênio. 2000 chegou sem que a imprensa especializada informasse que os anos 90 acabaram, sinal de que eles continuaram até hoje.

Fenômenos posteriores aos anos 90, como o Big Brother Brasil e a vitoria eleitoral de Jair Bolsonaro, só foram possíveis por causa do imaginário primário da década noventista.

Uma década brega, consumista, idiotizada, mediocrizada e reacionária. Os anos 90 foram bolsomínions por antecipação.

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