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AS CONVULSÕES DE UM BRASIL TÓXICO

INCÊNDIOS CRIMINOSOS OCORRERAM EM ÁREAS COMO RIBEIRÃO PRETO (FOTO) E O CENTRO-OESTE BRASILEIRO.

Quem não lê "Cuidado" vai ler "Coitado". Evitar textos com temas críticos porque não aceita a veracidade dos fatos é um risco de levar um grande choque de realidade. Esperar que o jornalismo de verdade fale sempre de contos de fadas é uma insensatez enorme, e é uma grande falta de educação se isolar no conforto de sua casa e achar que pode julgar o mundo que não vê em sua volta.

Devemos parar de arrogância. É muito fácil se tranquilizar com alegações de que o Brasil se tornará a sucursal do paraíso na Terra, que virará um "país socialista de Primeiro Mundo" e que Lula é "maior" do que todos os líderes políticos mundiais de todos os tempos. São fantasias que, mesmo compartilhadas por algumas centenas de pessoas consideradas "legais", não significam que estejam de acordo com a realidade fidedigna, que escapa dos instintos de agrado da rapaziada que vê mídias sociais.

Paciência. O Brasil não é o Instagram. E vemos no atual governo Lula uma coleção vergonhosa de erros, dos quais não se pode passar pano com aquela mesma desculpa tipo "gente como a gente", confundindo simplicidade com errar muito, e de propósito.

É, portanto, muito confortável ver o título de um texto realista e, de forma arrogante, dizer: "Não vou ler". De repente é um aviso, um diagnóstico realista, ou uma demonstração de que aquele ídolo tão querido falhou em algum ponto. Mas o leitor nem se arrisca a ler, porque "objetividade", para ele, não se mede pela veracidade dos fatos, mas pelo compartilhamento de "tanta gente legal" concordando com o que o leitor posta ou compartilha nas redes sociais.

Diante disso, o conforto dessa classe, a pequena burguesia herdeira das velhas aristocracias brasileiras, mas agora repaginada para uma classe identitarista, hedonista e consumista, é desafiado pela realidade que se recusa a reconhecer em textos que lhes são desagradáveis.

As convulsões de um Brasil tóxico continuam. Os feminicídios ocorrem porque o machismo estrutural e a cultura forçadamente matrimonialista exigem que os homens tenham sempre namoradas ou esposas e eles, sempre tendo que aceitar as primeiras que aparecem no caminho, não conseguem ter afinidade e, quando as divergências se agravam, exterminam suas "companheiras".

Temos assaltos crescendo em São Paulo, porque miseráveis não conseguem obter o necessário enquanto privilegiados - o que não exclui a "gente bacana" metida a simples que se diverte na Avenida Paulista ou no Baixo Gávea - não abrem mão do supérfluo. E já houve mais de um magnata assassinado por um ladrão nas áreas nobres da capital paulista.

Temos também os momentos tóxicos que variam de motoristas de carros de luxo - como o famoso caso de um dono de Porsche que, também em Sampa, atropelou e matou um motorista de aplicativo - , que cometem acidentes fatais, e de jogadores de futebol milionários que cometem violência doméstica contra suas mulheres, além de treinadores e dirigentes esportivos ficam despejando comentários machistas em público.

Sim, nosso Brasil é tão tóxico que não menos tóxica é a recusa de ler textos com algum questionamento crítico. A gente vê, nos supermercados, os preços aumentando mas a "gente legal" que lê redes sociais não quer admitir essa realidade. Sem sair de casa direito, mal saindo do seu lar para, isolada dentro de seus carros, ir para os locais mais bacanas de sua cidade, a "gente legal" prefere acreditar nos relatórios do governo Lula, sem verificar os fatos, só acreditando "no que se diz".

Com essa postura, nosso país sempre persiste no círculo vicioso das convulsões sociais, da atual rinha polarizante entre Lula e Bolsonaro, que anda degradando nosso país. E, quando muitos acreditam que o episódio do Oito de Janeiro é um caso superado, outra série de ataques, com níveis mais dramáticos, assustam o Brasil.

Incêndios criminosos foram realizados nos últimos dias, produzindo fumaça intensa que atingiu até os céus de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Focos de incêndios ocorreram nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro. 

Em Ribeirão Preto, um incêndio ocorreu perto do condomínio Alphaville 3, assustando os moradores, que foram obrigados a deixar suas casas, por medida de segurança. Apesar disso, o incêndio não atingiu as residências. Já em Altinópolis, também no interior paulista, a rave Anacã teve que ser cancelada devido ao incêndio nas proximidades.

O caso ainda está sob investigação. Mas há indícios de serem esses incêndios uma série de ataques de grupos bolsonaristas, que sinalizam agora seu plano B da extrema-direita, representada pelo ascendente influenciador digital Pablo Marçal, empresário goiano que, radicado em São Paulo, é apontado como um dos favoritos para a prefeitura da capital paulista e pode ser o possível candidato extremo-direitista para a Presidência da República em 2026.

Marçal teve seus perfis digitais bloqueados pela Justiça Eleitoral, que analisa uma ação movida pelo Ministério Público Eleitoral para impugnar a candidatura do influenciador. Este, por sua vez, entrou com mandado de segurança no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) alegando que as punições contra ele são "ilegais e abusivas".

O grande perigo de Pablo Marçal é que ele é jovem, tem apenas 37 anos - dois a mais do que a idade mínima para ser presidente da República - e o cargo de prefeito de São Paulo seria, para ele, um trampolim para ele se tornar candidato ao Palácio do Planalto, vontade virtual de seu público de muitos seguidores, órfãos dos desgastados Jair Bolsonaro e Sérgio Moro.

Esse perigo consiste num contraste entre um extremo-direitista jovem e um centro-esquerdista - embora mais alinhado a um neoliberalismo positivo, assistencialista e focado no identitarismo cultural - muito idoso, que é Lula, que, para piorar, aparenta o velho modelo do homem idoso, pois sua aparência não é mais um paradigma de um homem de 79 anos, quando até antigos cantores como Frankie Valli e Cliff Richard, ambos à beira dos 90 anos, parecem melhores do que o presidente brasileiro.

Lula não quer designar um herdeiro político, se arriscando demais do seu próprio carisma pessoal para se perpetuar no poder. A perda de popularidade do petista é um efeito de um velho líder político que teve que abrir mão de seus princípios para garantir vantagens políticas e hoje estabelece o "mínimo denominador comum" entre o neoliberalismo "democrático" e o assistencialismo "popular", além da blindagem de seus seguidores na mídia associada e nas redes sociais.

Isso é mal, porque o PT se desgasta ao envelhecer mal na sua imagem, enquanto a extrema-direita reage com novas caras da corrida eleitoral. A teimosia dos lulistas em se imporem como "o novo" na marra, se recusando a ler textos críticos ao presidente brasileiro, e só querem impor "sua verdade" para a opinião pública, preferindo manter sua cegueira valorativa a qualquer preço.

Daí que outros "Oito de Janeiro" virão. O Brasil errou ao querer sonhar demais com Lula. Talvez fosse necessário um candidato de terceira via para ter vencido nas eleições de 2022. Sonhar demais após o pesadelo bolsonarista só foi bom para a velha burguesia que sempre viveu bem nos tempos do "milagre brasileiro" e cujo medo do desgaste de Lula não passa de um mero mimimi ideológico.

Afinal, Lula é o único que pode oferecer generosas gorjetas àqueles que já tem muita grana no bolso. Daí a mudança que os descendentes das velhas oligarquias realizaram: aceitar, agora, de forma incondicional o lulismo, em nome dos incentivos financeiros que só o petista pode oferecer para quem o apoia até de olhos vendados. Daí que a atual burguesia ama tanto o Lula, que permite financiar os trabalhos dessa classe, liberando suas fortunas pessoais para a diversão e o lazer.

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