As "esquerdas médias" desconhecem as armadilhas que estão dentro de seus meios. Os piores inimigos não são os que estão fora, mas os que estão dentro, Daí o enfraquecimento das esquerdas que não oferecem diferencial para o direitismo que dominou historicamente o Brasil entre 1964 e 2002 e que quer voltar ao poder.
Nota-se vários cacoetes dos esquerdistas, e vamos aqui questioná-los sem a histeria reacionária da direita nem o anti-petismo doentio que considera um "crime hediondo" até um "bom dia" dado educadamente pelo ex-presidente Lula.
Aqui vamos mostrar um pouco da agenda deficitária que os movimentos de esquerda fazem em algum espaço da blogosfera progressista, em que se mistura um populismo rasteiro e uma tecnocracia desenfreada, dois lados que nada têm a ver com a verdadeira luta por conquistas sociais e qualidade de vida.
Em muitos casos, essas estranhas causas têm muito mais a ver com o consumismo do que com a cidadania, e se voltam mais para as vaidades e o entretenimento pessoal de elites intelectuais infiltradas nas esquerdas - vários deles, porém, com ideais neoliberais intransigentes - do que para a defesa do interesse das classes populares.
Observa-se em muitas dessas propostas o dedo do especulador financeiro George Soros, um neoliberal radical (tanto quanto brasileiros como Olavo de Carvalho, por exemplo) mas que se deu para transformar as esquerdas em bonecos de marionetes de sua poderosa máquina financeira.
São causas muito esquisitas para serem de esquerda, mas que se utilizam de pretextos que ora evocam uma falsa revolução popular tecnológica - que revela, na verdade, a escravidão do homem pelas novas mídias digitais - , ora evocam uma falsa libertação cultural popular, revelando, por trás disso, uma escravidão mercadológica apoiada sobretudo por forças de direita.
É um ativismo tão falso quanto aquele "ativismo de butique" que movimentou a publicidade da grife Benetton, nos anos 90, ou em todo o oba-oba da "globalização" que veio nos anos 90 com a queda do Muro de Berlim e do Leste Europeu que vieram na véspera com a mundialização da economia capitalista.
George Soros está associado a investimentos que envolvem o blogue Avaaz,org, o movimento Fémen, a Mídia Ninja, a Marcha da Maconha, a Parada Gay, o Coletivo Fora do Eixo, o "funk carioca", a bregalização cultural como um todo. O investimento é intermediado pelo Estado ou pelas organizações não-governamentais.
As causas que apresentaremos seguem muito bem o estilo de George Soros, que promove uma libertinagem social consumista, uma revolução tecnológica meramente tecnocrática e um "ativismo de resultados" espetacularizado e transformado, em si só, em mercadoria. Vamos lá.
FEMINISMO QUE COMPACTUA COM O MACHISMO
Nota-se que muitas ditas feministas, nas "esquerdas médias", não rompem necessariamente com os valores machistas, de uma maneira ou de outra. As mais engajadas acham que a liberdade feminina se dá rompendo com a sensibilidade, com a meiguice e com o carinho, como se sensibilidade feminina fosse coisa de idiota.
Isso é tratado no Brasil como se fosse uma coisa moderna, atual, avançada, quando, lá fora, uma atriz considerada "alienada" como Emma Watson, estrela da franquia Harry Potter, dando um banho nas feministas brasileiras afirmando que a mulher pode ser sensível e tolerante.
Mas de que adianta falar isso, pois as esnobes "feministas" brasileiras acham isso uma frescura de "atriz comercial metida a oradora da ONU"? No Brasil, o que vale são as manifestantes duronas, algumas sensacionalistas (como as garotas do Fémen), ou então as mulheres-objetos do entretenimento popularesco.
Estas são um caso muito aberrante. São mulheres-objetos, entre paniquetes, funqueiras, peladonas, etc etc etc que, não se sabe por que cargas d'água são consideradas "feministas". Elas personificam uma imagem machista da "mulher sensual", e até a desculpa da "liberdade do corpo" e da "revolução sexual" não escondem a exploração do corpo feminino como mercadoria sexual.
EXPLORAÇÃO CARICATA DA CAUSA LGBT
Outro aspecto estranho é a maneira com que é trabalhado o ativismo LGBT no Brasil, uma coisa estereotipada, que mais parece homofóbica. Claro que devem haver manifestações em prol desta causa, mas vendo a forma como são organizadas as Paradas Gay, nota-se que elas priorizam lésbicas e gays estereotipados, caricatos.
De um lado, gays que se vestem de drag queens, que "soltam a franga" à moda antiga (mais ou menos anos 70 e 80), e, de outro, lésbicas duronas que não querem saber de explorar a sensibilidade, porque são brutamontes ou, quando muito, "patricinhas" que querem se "curtir" umas com as outras.
IMPRENSA: GUTENBERG É O CULPADO
O papo tecnocrático dos "esquerdistas médios", de que a imprensa de papel morreu, que só vamos ter mídias digitais, e-books e coisa e tal, embora seja dito com certo triunfo quixotesco por seus defensores, que acreditam com isso encerrarem a tirania dos barões midiáticos, no entanto garante o sono destes e de seus porta-vozes.
Primeiro, pelo seu caráter tecnocrático que, na prática, não incrimina os barões da mídia e nem reaças como Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Eliane Cantanhede etc. Dizer que "o papel morreu", que não vamos mais ter livros, revistas e jornais, incrimina exclusivamente o coitado do Johannes Gutenberg que criou a máquina de impressão. no século XV.
Isso até favorece o esnobismo de um Reinaldo Azevedo, um brutamontes das palavras, mas sempre vigilante ao menor erro cometido pelos esquerdistas. Claro, porque, se o blogueiro de esquerda diz, "profeticamente", que a imprensa de papel "morreu", acaba isentando de culpa os jornalistas reaças, porque a culpa é apenas do papel impresso, a sentença de morte vai para as gráficas.
Imprudentes, as "esquerdas médias" desconhecem que os barões da grande mídia usam a Internet e podem sobreviver a uma hipotética morte do papel, e mesmo a Veja, se porventura deixar de ser produzida em papel, pode virar um perigoso fantasma em "htm" a assombrar a blogosfera esquerdista.
Daí o sentido equivocado dessa visão da "morte do papel". O que se espera que decaiam são as corporações midiáticas, e não a revista e o papel impresso em si. Acreditar que, acabando com o jornalismo de papel, se destruirá o coronelismo midiático, é uma visão errada, porque o coronelismo midiático, detentor de muito dinheiro, se adaptará muito bem às novas mídias digitais.
Por isso é que não surpreende que tais pontos de vista, que as "esquerdas" aceitam comodamente através de armadilhas como o Jornalismo das Américas do Centro Knight (sustentado por George Soros) é compartilhado até mesmo por Carlos Alberto di Franco, um dos articulistas do retrógrado Estadão e membro honorário do reacionário Instituto Millenium.
O "ORGULHO DE SER POBRE" E A GLAMOURIZAÇÃO DAS FAVELAS
Uma das bandeiras da intelectualidade soros-positiva (apoiada secretamente por George Soros), o "orgulho de ser pobre" e a glamourização das favelas inverte o sentido dramático que tais áreas, subprodutos da exclusão imobiliária, possuem historicamente.
Para piorar, essa ladainha neoliberal e de um nível terrivelmente elitista era expresso dentro dos círculos esquerdistas, como se isso fosse melhorar a auto-estima das classes populares. Os pobres eram domesticados e as favelas eram vistas como "arquitetura pós-moderna".
Ativistas chegavam mesmo a uma equação complicada de como melhorar a vida dos pobres sem tirá-los da pobreza ideológica. Como encher as favelas, as periferias, de dinheiro sem que isso represente melhoria de qualidade de vida,
Como trilha-sonora, os supostos "sucessos populares" que tratam o povo pobre como se fosse débil-mental, que vai do antigo brega ao "funk carioca", enfim, tudo que é tocado, em caráter nacional ou regional, pelas rádios ditas "populares" como supostas expressões das populações pobres, enfatizadas na supremacia do "mau gosto".
Enquanto isso, as favelas se tornam paisagens de consumo e o povo pobre é visto como uma "tribo de bons selvagens", "dóceis aborígenes urbanos" para encher de vaidade os intelectuais neoliberais enrustidos num pretenso esquerdismo.
PROSTITUIÇÃO COMO PROFISSÃO DEFINITIVA
A estranha valorização da prostituição feminina, tão ruidosamente defendida por ativistas das "esquerdas médias", muitas vezes por contragosto das próprias prostitutas que querem sair dessa condição e aprender novos trabalhos, é uma das bandeiras da intelectualidade soros-positiva.
As mulheres pobres não podem largar a profissão para conquistarem posições melhores na sociedade. Elas precisam ser "prostitutas", num complemento para o acima citado "orgulho de ser pobre". Um falso feminismo, um falso ativismo social, que esconde a exploração do corpo feminino como mera mercadoria, principalmente para o recreio de homens ricos e claramente machistas.
Vejo uma grande hipocrisia nesse ativismo pró-prostituição porque, no fundo, o objetivo não é promover uma "justiça social" das chamadas "profissionais do sexo", mas garantir um nicho de mercado para turistas e intelectuais de alto poder aquisitivo mas frustrados em suas relações amorosas desenvolvidas pelo jogo de interesses.
CONCLUINDO
Coisas assim não trazem a sonhada qualidade de vida e desmoralizam a intelectualidade de esquerda, que, defendendo causas assim, abriu a guarda para a reabilitação e o fortalecimento de uma intelectualidade reacionária, que se alimenta às custas das debilidades dos pensadores e ativistas de esquerda. É por isso que tais debilidades criaram uma esquerda servil que George Soros adora.
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