Pular para o conteúdo principal

O "FUNK" E O "TCHAU, QUERIDA" DE RÔMULO COSTA

RÔMULO COSTA - A PIOR OPOSIÇÃO A DILMA ROUSSEFF ATUAVA JUNTO DOS ALIADOS.

A máscara do "funk" caiu. Desceu até o chão.

Vários episódios envolvendo funqueiros, incluindo os casos MC Smith e MC Biel, mostram o quanto o "funk" não tem a ver com a causa progressista a que está oficialmente associado.

Afinal o "funk" é o "caldeirão". Caldeirão do Luciano Huck, amigo de Aécio Neves, um dos mentores do atual governo Temer.

"Funk", em inglês, é "temer".

A antiga choradeira deu lugar a diversos incidentes estranhos.

Veio o estupro coletivo, e um dos brutamontes havia citado MC Smith.

Uma funqueira que foi dada a "militante feminista" foi passear para a Disney com uma ex-BBB.

Um funqueiro foi fazer festa de magnata para celebrar 18 anos e "não mediu preço" para as despesas.

Outro funqueiro foi para o Encontro com Fátima Bernardes, da esposa do William Bonner, apresentador e editor do Jornal Nacional, para posar de "maioral".

Uma "mulher-fruta" do "funk", "mulher-objeto" siliconada e plastificada metida a "feminista" (mas sem muito engajamento, fora atrapalhar um evento de topless), lançou uma revista com suas fotos "sensuais".

E ainda teve outro já denunciado por assédio sexual a uma jovem repórter.

Na festa de lançamento, muito luxo, muita pompa. E a funqueira se declarou feliz em ser "mulher-objeto", diz que não precisa de namorado porque "tem muitos fãs".

Mas circularam rumores, dados por uma socialite, que a funqueira seria namorada de um deputado fluminense que esteve entre os que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff.

Os funqueiros agora tentam argumentar que só "refletem a realidade", que "o funk não veio de Marte" ou coisa parecida.

O que se sabe é que os funqueiros apunhalaram as esquerdas pelas costas.

Lembra o sargento José Anselmo dos Santos, em 1964.

Autoproclamado marinheiro de origem mestiça e pobre, Cabo Anselmo ajudou a derrubar João Goulart, quando parecia que ele queria salvá-lo.

A quebra de hierarquia militar foi a isca que Cabo Anselmo armou para os militares tomarem o poder.

Autoproclamado ritmo sonoro de origem mestiça e pobre, o "funk", por intermédio do empresário-DJ Rômulo Costa e sua Furacão 2000, ajudou a derrubar Dilma Rousseff quando parecia que pretendia salvá-la.

A espetacularização das periferias foi a isca para o "funk" distrair as massas e diminuir a raiva popular, favorecendo a votação pelo impeachment.

O mais sonoro e ritmado "Tchau, Querida" não foi dado pelos Maluf, Bolsonaro, Cunha e similares.

Foi dado por Rômulo Costa e seus MCs.

Espetacularizou-se um protesto popular e esvaziou-se a indignação contra a saída da presidenta.

Sem falar que Rômulo Costa fez essa manobra visando "mamar" das tetas da Lei Rouanet.

Como não tem mais Dilma, perdemos o MinC tal como era antes e se investiga a Lei Rouanet, os funqueiros deixaram as esquerdas para lá. A esquerda que se dane.

Foram como oportunistas que passam a perna na multidão e num barco naufragando, pegam o único bote salva-vidas disponível na embarcação.

Agora o "funk" deixou a pior de suas máscaras caírem: é um ritmo ideologicamente CONSERVADOR.

Diz que não questiona a realidade porque é "reflexo" dela: machista, homofóbica, ignorante, sexista, violento, miserável.

Conversa para boi etnógrafo dormir.

Musicalmente, era uma precarização na qual o DJ comandava o espetáculo e os MCs eram só porta-vozes de um projeto de degradação cultural.

Tentam comparar com o samba. Em vão.

O samba tinha uma variedade rítimica e sonora muito grande. Tanto que, em seus primórdios, o samba gerou muitos ritmos derivados: maracatu, coco, jongo, lundu e tantos outros.

Quando o samba era discriminado, já existia até a variação semi-erudita, o chorinho, o samba acrescido de instrumentos de sopro ou piano.

O "funk" era uma mesmice sonora só. Só mudava de dez em dez anos, diante da vontade conjunta da elite de DJs.

As "variações" do "funk" pouco variavam.

O "funk de raiz" só remetia a sons de 1990, primários e simplórios.

O "funk comercial" e o "proibidão" sempre foram rigorosamente iguais. Só variavam na temática, bem mais agressiva no segundo caso.

O "funk melody" passou a predominar, com Anitta, Ludmila e similares, e é mais uma fusão com o brega pós-Jovem Guarda de Odair José e seus derivados.

Já o "funk-exportação" era apenas um engodo mais organizado no qual o DJ tenta "caprichar" fazendo um som "para turista ver".

Mas musicalmente nada disso tinha substância alguma.

No samba, os instrumentos eram muitos: violão, cavaquinho, banjo, pandeiro, tambor etc.

Mas se até nos primórdios do rock se via uma disposição para a sofisticação musical, no "funk", todavia, a mesmice sonora era observada no som dos celulares de muitos estudantes pobres.

Se há mais de 55 anos, havia façanhas como uma vocalista de apoio do roqueiro Bo Diddley tocar guitarra, o MC não podia tocar instrumento.

Grupos de funqueiros do tipo Fulano & os (as) Sicranos (as) eram apenas de um MC e um grupo de dançarinos.

Nada de um MC com músicos.

Só tardiamente o "funk" teve que pedir ajuda dos músicos, e mesmo assim não em suas próprias gravações, mas em duetos em especiais de TV.

O "funk" é pura hipocrisia.

Nunca passou de um ritmo tão conservador como, por exemplo, o projeto político de Michel Temer.

Musicalmente, o "funk" tem um rigor estético ferrenho, nivelado por baixo.

Vocais ruins, batidas primárias, performances grotescas.

Ideologicamente, o "funk" não quer mexer na realidade do povo pobre.

Pelo contrário: faz apologia à ignorância, à pobreza, aos instintos grotescos.

Quer ser progressista mas não quer o propósito progressista de contestar a realidade estabelecida.

Pelo contrário. Sempre fez para que se mantivesse tudo como está.

Só "mudava" quando era para agradar as classes mais abastadas, para obter o apoio das mesmas.

Diante das choradeiras de antes, o "funk" atraiu o apoio das esquerdas e dos movimentos sociais.

Como um Cabo Anselmo da vez, o "funk" se passou por amigo das forças progressistas e os apunhalou pelas costas.

Com o apoio da CIA.

Sim. E o apoio da CIA ao "funk" ocorreu mesmo.

Não é para rir. É para chorar.

A Fundação Ford e George Soros comprovadamente financiaram instituições que apoiaram direta ou indiretamente o "funk". Ambos são colaboradores da CIA, do Departamento de Estado dos EUA.

Agora os funqueiros nem estão aí para as causas progressistas.

Eles comemoram suas conquistas abraçados aos barões da grande mídia.

O papo do "som de preto e favelado" só serviu de isca para as esquerdas aceitarem esse ritmo retrógrado.

Que não tinha a ver com o bom funk autêntico de Tim Maia, Gerson King Combo, Tony Tornado, Banda Black Rio, que valorizavam a música, os instrumentos e os arranjos.

Portanto, o "batidão" deu, à sua maneira, o seu grito de "Fora Dilma".

Afinal, como diz o dicionário inglês-português, "funk" não é Dilma. "Funk" é "Temer".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

"ANIMAIS CONSUMISTAS"AJUDAM A ENCARECER PRODUTOS

O consumismo voraz dos "bem de vida" mostra o quanto o impulso de comprar, sem ver o preço, ajuda a tornar os produtos ainda mais caros. Mesmo no Brasil de Lula, que promete melhorias no poder aquisitivo da população, a carestia é um perigo constante e ameaçador. A "boa" sociedade dos que se acham "melhores do que todo mundo", que sonha com um protagonismo mundial quase totalitário, entrou no auge no período do declínio da pandemia e do bolsonarismo, agora como uma elite pretensamente esclarecida pronta a realizar seu desejo de "substituir" o povo brasileiro traçado desde o golpe de 1964. Vemos também que a “boa” sociedade brasileira tem um apetite voraz pelo consumo. São animais consumistas porque sua primeira razão é ter dinheiro e consumir, atendendo ao que seus instintos e impulsos, que estão no lugar de emoções e razões, ordenam.  Para eles, ter vale mais do que ser. Eles só “são” quando têm. Preferem acumular dinheiro sem motivo e fazer de ...

A SOCIEDADE HIPERMERCANTIL E HIPERMIDIÁTICA

CONSUMISMO, DIVERSÃO E HEDONISMO OBSESSIVOS SÃO AS NORMAS NO BRASIL ATUAL. As pessoas mais jovens, em especial a geração Z mas incluindo também a gente mais velha nascida a partir de 1978, não percebe que vive numa sociedade hipermercantilizada e hipermidiatizada. Pensa que o atual cenário sociocultural é tão fluente como as leis da natureza e sua rotina supostamente livre esconde uma realidade nada livre que muitos ignoram ou renegam. Difícil explicar para gente desinformada, sobretudo na flor da juventude, que vivemos numa sociedade marcada pelas imposições do mercado e da mídia. Tudo para essa geração parece novo e espontâneo, como se uma gíria fabricada como “balada” e a supervalorização de um ídolo mediano como Michael Jackson fossem fenômenos surgidos como um sopro da Mãe Natureza. Não são. Os comportamentos “espontâneos” e as gírias “naturais” são condicionados por um processo de estímulos psicológicos planejados pela mídia sob encomenda do mercado, visando criar uma legião de c...

COVID-19 TERIA MATADO 3 MIL FEMINICIDAS NO BRASIL

Nos dez anos da Lei do Feminicídio, o machismo sanguinário dos feminicidas continua ocorrendo com base na crença surreal de que o feminicida é o único tipo de pessoa que, no Brasil, está "proibida de morrer". Temos dois feminicidas famosos em idade de óbito, Pimenta Neves e Lindomar Castilho (87 e 84 anos, respectivamente), e muitos vão para a cama tranquilos achando que os dois são "garotões sarados com um futuro todo pela frente". O que as pessoas não entendem é que o feminicida já possui uma personalidade tóxica que o faz perder, pelo menos, 20 anos de vida. Mesmo um feminicida que chega aos 90 anos de idade é porque, na verdade, chegaria aos 110 anos. Estima-se que um feminicida considerado "saudável" e de boa posição social tem uma expectativa de vida correspondente a 80% de um homem inofensivo sob as mesmas condições. O feminicida tende a viver menos porque o ato do feminicídio não é um simples desabafo. No processo que se dá antes, durante e depois ...

ESTÁ BARATO PARA QUEM, CARA PÁLIDA?

A BURGUESIA DE CHINELOS ACHA BARATO ALUGUEL DE CASA POR R$ 2 MIL. Vivemos a supremacia de uma elite enrustida que, no Brasil, monopoliza as formas de ver e interpretar a realidade. A ilusão de que, tendo muito dinheiro e milhares de seguidores nas redes sociais dos quais umas centenas concordam com quase tudo, além de uma habilidade de criar uma narrativa organizada que faz qualquer besteira surreal soar uma pretensa verdade, faz da burguesia brasileira uma classe que impõe suas visões de mundo por se achar a "mais legal do planeta". Com isso, grandes distorções na interpretação da realidade acabam prevalecendo, mais pelo efeito manada do que por qualquer sentido lógico. "Lógica " é apenas uma aparência, ou melhor, um simulacro permitido pela organização das narrativas que, por sorte, fabricam sentido e ganham um aspecto de falsa coerência realista. Por isso, até quando se fala em salários e preços, a burguesia ilustrada brasileira, que se fantasia de "gente si...

ED MOTTA ERROU AO CRITICAR MARIA BETHÂNIA

  Ser um iconoclasta requer escolher os alvos certos das críticas severas. Requer escolher quem deveria ser desmascarado como mito, quem merece ser retirado do seu pedestal em primeiro lugar. Na empolgação, porém, um iconoclasta acaba atacando os alvos errados, mesmo quando estes estão associados a certos equivocos. Acaba criando polêmicas à toa e cometendo injustiças por conta da crítica impulsiva. Na religião, por exemplo, é notório que a chamada opinião (que se torna) pública pegue pesado demais nos pastores e bispos neopentecostais, sem se atentar de figuras mais traiçoeiras que são os chamados “médiuns”, que mexem em coisa mais grave, que é a produção de mensagens fake atribuídas a personalidades mortas, em deplorável demonstração de falsidade ideológica a serviço do obscurantismo religioso de dimensões medievais. Infelizmente tais figuras, mesmo com evidente charlatanismo, são blindadas e poupadas de críticas e repúdios até contra os piores erros. É certo que a MPB autêntica ...

COMO A BURGUESIA DE CHINELOS DISSIMULA SUA CONDIÇÃO SOCIAL?

A BURGUESIA ENRUSTIDA BRASILEIRA SE ACHA "POBRE" PORQUE, ENTRE OUTRAS COISAS, PAGA IPVA E COMPRA MUITO COMBUSTÍVEL PARA SEUS CARRÕES SUV. A velha Casa Grande ainda está aqui. Os golpistas de 1964 ainda estão aqui. Mas agora essa burguesia bronzeada se fantasia de “gente simples” e se espalha entre o povo, enquanto faz seus interesses e valores prevalecerem nas redes sociais. Essa burguesia impõe seus valores ou projetos como se fossem causas universais ou de interesse público. A gíria farialimer “balada”, o culto aos reality shows , o yuppismo pop-rock da 89 FM, Rádio Cidade e congêneres, a exaltação da música brega-popularesca (como a axé-music, o trap e o piseiro), a pseudo-sofisticação dos popularescos mais antigos (tipo Michael Sullivan e Chitãozinho & Xororó) e a sensação que a vida humana é um grande parque de diversões. Tudo isso são valores que a burguesia concede aos brasileiros sob a ilusão de que, através deles, o Brasil celebrará a liberdade humana, a paz soc...

A EXPLOSÃO DO SENSO CRÍTICO QUE ENVERGONHA A "BOA" SOCIEDADE

Depois de termos, em 2023, o "eterno" verão da conformidade com tudo, em que o pensamento crítico era discriminado e a regra era todos ficarem de acordo com um cenário de liberdade consumista e hedonista, cuja única coisa proibida era a contestação, o jogo virou de vez. As críticas duras ao governo Lula e as crises sociais do cenário sociocultural em que temos - como a queda da máscara do "funk" como suposta expressão do povo pobre, quando funqueiros demonstraram que acumularam fortunas através dessa lorota - mostram que o pensamento crítico não é "mera frescura" de intelectuais distópico-existencialistas europeus. Não convencem os boicotes organizados por pretensos formadores de opinião informais, que comandam as narrativas nas redes sociais. Aquele papo furado de pedir para o público não ler "certos blogues que falam mal de tudo" não fez sentido, e hoje vemos que a "interminável" festa de 2023, da "democracia do sim e nunca do nã...

THE ECONOMIST E A MEGALOMANIA DA BURGUESIA DE CHINELOS ATRAVÉS DO "FUNK"

A CANTORA ANITTA APENAS LEVA O "FUNK" PARA UM NICHO ULTRACOMERCIAL DE UM RESTRITO PÚBLICO DE ORIGEM LATINA NOS EUA. Matéria do jornal britânico The Economist alegou que o "funk" vai virar uma "febre global". O periódico descreve que "(os brasileiros modernos) preferem o sertanejo, um gênero country vibrante, e o funk, um estilo que surgiu nas favelas do Rio. O funk em particular pode se tornar global e mudar a marca do Brasil no processo". Analisando o mercado musical brasileiro, o texto faz essa menção em comparação com a excelente trilha sonora do filme Eu Ainda Estou Aqui , marcada por canções emepebistas, a julgar pela primeiro sucesso póstumo de Erasmo Carlos, "É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo", uma antiga canção resgatada de um LP de 1971. "A trilha sonora suave do filme alimenta a imaginação dos estrangeiros sobre o Brasil como um país onde bandas de samba e bossa nova cantam canções jazzísticas em calçadões de areia. Mas ...

LULA QUER QUE A REALIDADE SEJA SUBJUGADA A ELE

LULA E O MINISTRO DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, SIDÔNIO PALMEIRA. A queda de popularidade do presidente Lula cria uma situação inusitada. Uma verdadeira "torre de Babel" se monta dentro do governo, com Lula cobrando ações dos ministros e o governo cobrando dos assessores de comunicação "maior empenho" para divulgar as chamadas "realizações do presidente Lula". Um rol de desentendimentos ocorrem, e acusações como "falta de transparência" e "incapacidade de se chegar à população" vêm à tona, e isso foi o tom da reunião que o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, publicitário responsável pela campanha de Lula em 2022, fez com 500 profissionais de assessorias de diversos órgãos do Governo Federal, na última sexta-feira. Sidônio criticou a falta de dedicação dos ministros para darem entrevistas para falar das "realizações do governo", assim como a dificuldade do governo em apresentar esses dados ao ...