
Lula poderia ter feito muito para o Brasil. Só que, no atual mandato, pouquíssima coisa fez e, mesmo assim, nada que pudesse fazer diferença a qualquer outro governante da nossa nação. A dança dos números, palavras e imagens dos relatórios e das supostas pesquisas de opinião nada dizem para a realidade, e por isso o povo da vida real deixou de apoiar o presidente, mais preocupado com a festa do que com o trabalho.
Devido aos erros do governo Lula, sua popularidade despencou e isso causa muita preocupação, diante do isolamento político do presidente. E isso se agrava quando a proposta do governo de aumento do IOF é rejeitada no Congresso Nacional. Lula já sinalizou que vai acionar a justiça para reverter a decisão do Legislativo.
O governo Lula, para tentar recuperar a popularidade, tem que tomar como prioridades propostas urgentes que o presidente “queria fazer, mas não muito”: a taxação dos mais ricos e o fim da escala 6x1 do trabalho. As duas medidas são urgentes, mas Lula ficou muito tempo mais preocupado com a paz na Ucrânia e a construção do Estado Palestino, além da recente solidariedade com o Irã diante dos ataques de Israel., país cliente dos EUA.
Lula teve todo o tempo, no começo de seu atual mandato, de realizar política interna visando o atendimento às necessidades dos brasileiros. 2023 poderia ter sido um hiato de política externa, quando muito com ministros viajando para o exterior para participar de negociações e reuniões de cúpula.
Mas Lula quis se ostentar, se preocupando demais com a sua consagração pessoal e perdeu tempo festejando a recuperação de seus direitos políticos. Lula imaginou que poderia se aliar à burguesia sem perder o apoio do povo. Da mesma forma, o presidente também acreditou que poderia estar ausente do país por muito tempo e continuar sendo apoiado pelas classes populares. Ou seja, Lula poderia até abandonar o povo que o povo nunca iria abandonar o presidente.
Mas a realidade não é assim. A reconstrução do Brasil não tem a paciência de esperar nosso país primeiro melhorar a imagem no exterior e depois buscar uma melhoria socioeconômica. Muitos brasileiros ficaram irritados quando Lula priorizou a política externa, pagando o preço caro de se ver desprezado pelo povo.
Perdido, Lula não teve um programa de governo sólido, e suas políticas sociais foram feitas na base do improviso, sem ações efetivas e apenas reduzidas a programas de grife e a medidas de caráter paliativo. Por isso quilombolas, indígenas, servidores e professores da rede pública, proletários e camponeses se sentiram abandonados por Lula e, o que é pior, mal tratados e mal atendidos pelo governo.
Enquanto isso, os lulistas, nas redes sociais, arrotam arrogância e mostram de que lado Lula passou a estar: o da burguesia ilustrada, da classe média abastada enrustida que finge ser pobre para lacrar nas redes sociais. Um seguidor de Lula cometeu a insanidade de escrever que "é melhor ter um trabalho precarizado do que não ter emprego", uma ideia que nenhum trabalhista de raiz nem um proletário de chão de fábrica tria a covardia de pensar em dizer.
Difícil será Lula ter que se esforçar em ultima hora quando precisaria fazer tido no primeiro momento. Não dá para dissimular e fingir que fez o que deixou de fazer. O concerto das palavras é dotado de frases muito bem arrumadas, mas elas muitas vezes são mentiras na medida em que elas se chocam com os fatos e com a falta de resultados.
Ou seja, Lula até tem uma vontade de conversar e falar muito. Mas, antes de falar, é obrigação de um governante agir, por conta própria e não sob pressão. É vergonhoso Lula tentar agir agora o que deveria ter feito há dois anos, só para manter o cargo presidencial por mais quatro anos. E isso só para satisfazer as elites abastadas que ficam feliz com essa "democracia de um homem só" que está aí.
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