
Sinceramente, não dá para Lula ser reeleito, por uma infinidade de fatores. Entre eles, a própria complexidade do Brasil que Lula não está conseguindo lidar, para o bem e para o mal. Para o bem, acreditando num país de contos de fadas, num “parque de diversões de Primeiro Mundo”. Para o mal, por não ter feito rupturas com o legado maligno de Michel Temer, em muitos aspectos pior do que Jair Bolsonaro, pois este foi um operador, não um mentor do projeto golpista pós-2016. Temer foi um dos mentores.
O atual mandato de Lula já está confirmado como o pior e o mais fraco de todos do petista. Não adiantou o faz-de-conta dos simulacros, como os pesquisismos, relatorismos, opiniões, cerimônias e a falsa grandeza de Lula se expondo ao resto do mundo. Toda essa maquiagem de pretenso brilhantismo só mascara um governo minúsculo de tão medíocre, cheio de palavras, números, gráficos e imagens, mas vazio em atos.
Mesmo com a queda de popularidade, Lula segue com teimosia. Primeiro, ele cometeu uma gafe, confundindo o fascismo-pastelão de Jair Bolsonaro com o genocídio na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. “Quando vejo o genocídio em Gaza, eu penso no Brasil pós-Bolsonaro”, disse o presidente n entrevista ao podicaste Mano a Mano, do rapper e ativista Mano Brown,
Em seguida, na mesma entrevista ao Mano a Mano, Lula afirmou que se candidata à campanha de 2026 “para ganhar e não para disputar”. Ele alega que vai disputar “de forma democrática”, apesar da arrogância de, inicialmente, não aceitar perder.
Dozemos inicialmente porque Lula tem um comportamento muito conhecido, que é o de ter que reconhecer uma derrota sem reagir. Mas no contexto atual de um político ambicioso, Lula pode ficar chocado no caso de uma derrota no ano que vem, o que poderá forçá-lo a decidir pela aposentadoria política.
O renomado intelectual progressista Vladimir Safatle lamentou que as esquerdas têm um único candidato, com problemas de saúde e de idade, enquanto a direita tem uma série de candidatos fortes. Os lulistas acham que somente Lula é “competitivo”, mas se esquecem de que, numa competição política democrática, não pode haver apenas um candidato competitivo.
Com os senões que podem ter os candidatos da direita, neste contexto não dá para tratar a democracia como um patrimônio exclusivo de Lula. É irônico como um político que foi muito conhecido como defensor da causa pública ter privatizado para si a ideia de democracia.
O triunfalismo de Lula destoa seriamente da realidade. A não ser que seja apenas uma atitude própria do marketing político. Mas a verdade é que a queda de popularidade de Lula, que fez os brasileiros se sentirem abandonados pelo presidente desde que ele trocou a prioridade do combate à fome pela obsessão pela política externa. Não há como desmentir os fatos.
A frustrante performance de Lula no seu atual mandato salta aos olhos e o Brasil da vida real pouco tem a ver com o parque de diversões do lulismo nas redes sociais. Portanto, enquanto Lula pensa na “democracia de um homem só”, o povo vive seu drama social se sentindo abandonado e traído pelo presidente. A reeleição de Lula não é uma certeza.
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