Pular para o conteúdo principal

CHOREM, INTELECTUAIS "BACANAS"! CHICO BUARQUE FOI CONVIDADO PARA OUVIR DEFESA DE DILMA


Um cantor e compositor brasileiro foi convidado para ouvir a defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff em Brasília, no julgamento final do impeachment.

A intelectualidade "bacana", aquela cheia de "ideias legais", sonha que esse cantor seja algum dos ídolos "populares demais".

Wesley Safadão, Luan Santana, Thiaguinho, MC Guimê seriam os nomes "ideais" para essa "admirável" e "sestrosa" intelligentzia.

Mas não. Eles são ídolos da grande mídia, apoiados pela Rede Globo, representam uma imagem caricata e espetacularizada do povo pobre, estão preparados para sobreviver, com alegria e satisfação, num futuro governo Temer.

Quem foi convidado é justamente o dito "coronel da Fazenda Modelo", Chico Buarque de Hollanda.

Ele é de uma família aristocrática? Sim, é. Essa família já teve vocações mais oligárquicas e elitistas? Sim, claro. O pai de Chico Buarque, Sérgio Buarque de Hollanda, acreditava no mito discutível do "brasileiro cordial" quase no mesmo caminho de Gilberto Freyre? Sim.

E Chico Buarque de Hollanda não substitui os artistas do samba dos morros? Não substitui, e Chico é o primeiro a ter consciência disso.

Mas a intelectualidade "bacana" vai ter que engolir.

Chico Buarque deu e dará contribuições valiosas para a cultura musical brasileira.

Se ele não é o sambista dos morros, ele deu visibilidade ao samba autêntico feito nos morros.

E ele é, sim, um esquerdista sincero, elegante e solidário, que sempre apoiou os movimentos progressistas nos tempos mais difíceis.

Você não vê isso no "funk", o suposto queridinho das esquerdas.

Os funqueiros fingem que estão com as esquerdas e embarcam na carona de alguns eventos.

Mas, na situação mais complexa, eles apunhalam as esquerdas pelas costas e vão comemorar conquistas ao lado dos barões da grande mídia.

Rômulo Costa, tão "solidário" com Dilma Rousseff, havia, anos atrás, escolhido ninguém menos que Luciano Huck para ser "embaixador do funk".

Sim, isso mesmo. Luciano Huck, amigo de Aécio Neves, Álvaro Granero, estrela da Rede Globo, ex-contratado da Jovem Pan, sócio de uma grife de roupas que faz mensagens socialmente depreciativas.

A Furacão 2000 usou a manifestação pró-Dilma só para abafar os protestos e reduzir os protestos contra a votação do 17 de Abril em uma simples festa consumista.

Depois desse oportunismo pseudo-solidário, o "funk" poderia assumir seu machismo, com um ex-MC da Furacão 2000, MC Smith (Adam Smith?) citado por um dos envolvidos num estupro coletivo de uma jovem pobre.

A plutocracia adora "funk", com base na ideia elitista de que é melhor ver um pobre rebolando do que lutando por reforma agrária, por exemplo.

Até os dicionários inglês-português dão a senha: "funk" não quer dizer Dilma, quer dizer Temer.

E as esquerdas, às vezes, fazem fogo amigo contra Chico Buarque, alegando que a MPB já deu o que tinha que dar, que a "revolução" agora está no jabaculê sonoro do "popular demais".

Quase cometeram gafe quando, naquele episódio de William Waack fazer piadinha irônica com Anitta, transformaram a inócua cantora em "libertária", num desnecessário maniqueísmo entre um ídolo "popular" e um jornalista da grande mídia.

Até porque Anitta nunca representou qualquer ameaça aos barões da mídia. Até a ranzinza Jovem Pan toca sucessos da cantora.

Voltando ao Chico Buarque, ele foi convidado a assistir à defesa de Dilma Rousseff, junto a outras 34 personalidades, a maioria políticas e ligadas ao governo da presidenta afastada.

Ele chegou cedo à sessão, prestando solidariedade a Dilma e Lula e confirmando presença para um ato às 18 horas.

Mesmo se Chico Buarque não pudesse aparecer, o convite já lhe dá uma reputação de esquerdista sério e intelectual consistente.

Qual o Wesley Safadão que seguraria uma longa entrevista cheia de declarações inteligentes, como o suposto "coronel da Fazenda Modelo"?

Antes de tucanear, Zezé di Camargo até tentou, mas sem qualidade. Ele fazia longas entrevistas mas falava bobagens sobre vida amorosa e ideias políticas mais próximas do ufanismo da ditadura militar.

O jeito é Pedro Alexandre Sanches deixar de birra e parar com aqueles trocadilhos tresloucados, como chamar, sem motivo coerente, Cristovam Buarque de "Cristovam Buarque de Hollanda".

É bom Pedrinho Fukuyama, o "filho da Folha", se acostumar, até porque, se o "Volta, Dilma" falhar, o farofafeiro não vai preferir ficar na deriva de seu mundinho esquerdista falido.

Diante de Chico Buarque solidário a Lula e Dilma, resta a Pedro A. Sanches, com sua barbinha estilo Lobão, vestir a camiseta da CBF e chorar nos ombros de Reinaldo Azevedo.

Só não vale chamar Reinaldo Azevedo de Reinaldo Azedo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

PUBLICADO 'ESSA ELITE SEM PRECONCEITOS (MAS MUITO PRECONCEITUOSA)'

Está disponível na Amazon o livro Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , uma espécie de "versão de bolso" do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , na verdade quase isso. Sem substituir o livro de cerca  de 300 páginas e análises aprofundadas sobre a cultura popularesca e outros problemas envolvendo a cultura do povo pobre, este livro reúne os capítulos dedicados à intelectualidade pró-brega e textos escritos após o fechamento deste livro. Portanto, os dois livros têm suas importâncias específicas, um não substitui o outro, podendo um deles ser uma opção de menor custo, por ter 134 páginas, que é o caso da obra aqui divulgada. É uma forma do público conhecer os intelectuais que se engajaram na degradação cultural brasileira, com um etnocentrismo mal disfarçado de intelectuais burgueses que se proclamavam "desprovidos de qualquer tipo de preconceito". Por trás dessa visão "sem preconceitos", sempre houve na verdade preconceitos de cl

FLUMINENSE FM E O RADIALISMO ROCK QUE QUASE NÃO EXISTE MAIS

É vergonhoso ver como a cultura rock e seu mercado radiofônico se reduziram hoje em dia, num verdadeiro lixo que só serve para alimentar fortunas do empresariado do entretenimento, de promotoras de eventos, de anunciantes, da mídia associada, às custas de produtos caros que vendem para jovens desavisados em eventos musicais.  São os novos super-ricos a arrancar cada vez mais o dinheiro, o couro e até os rins de quem consome música em geral, e o rock, hoje reduzido a um teatro de marionetes e um picadeiro da Faria Lima, se tornou uma grande piada, mergulhada na mesmice do hit-parade . Ninguém mais garimpa grandes canções, conformada com os mesmos sucessos de sempre, esperando que Stranger Things e Velozes e Furiosos façam alguma canção obscura se popularizar. Nos anos 1980, houve uma rádio muito brilhante, que até hoje não deixou sucessora à altura, seja pelos critérios de programação, pelo leque amplo de músicas tocadas e pela linguagem própria de seus locutores, seja pelo alcance do s

BRASIL NO APOGEU DO EGOÍSMO HUMANO

A "SOCIEDADE DO AMOR" E SEU APETITE VORAZ DE CONSUMIR O DINHEIRO EM EXCESSO QUE TEM. Nunca o egoísmo esteve tão em moda no Brasil. Pessoas com mão-de-vaca consumindo que nem loucos mas se recusando a ajudar o próximo. Poucos ajudam os miseráveis, poucos dão dinheiro para quem precisa. Muitos, porém, dizem não ter dinheiro para ajudar o próximo, e declaram isso com falsa gentileza, mal escondendo sua irritação. Mas são essas mesmas pessoas que têm muito dinheiro para comprar cigarros e cervejas, esses dois venenos cancerígenos que a "boa" sociedade consome em dimensões bíblicas, achando que vão viver até os 100 anos com essa verdadeira dieta do mal à base de muita nicotina e muito álcool. A dita "sociedade do amor", sem medo e sem amor, que é a elite do bom atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu, está consumindo feito animais vorazes o que seus instintos veem como algo prazeroso. Pessoas transformadas em bichos, dominadas apenas por seus instin

LULA, O MAIOR PELEGO BRASILEIRO

  POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, LULA DE 2022 ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE FERNANDO COLLOR O QUE DO LULA DE 1989. A recente notícia de que o governo Lula decidiu cortar verbas para bolsas de estudo, educação básica e Farmácia Popular faz lembrar o governo Collor em 1991, que estava cortando salários e ameaçando privatizar universidades públicas. Lula, que permitiu privatização de estradas no Paraná, virou um grande pelego político. O Lula de 2022 está mais próximo do Fernando Collor de 1989 do que o próprio Lula naquela época. O Lula de hoje é espetaculoso, demagógico, midiático, marqueteiro e agrada com mais facilidade as elites do poder econômico. Sem falar que o atual presidente brasileiro está mais próximo de um político neoliberal do que um líder realmente popular. Eu estava conversando com um corretor colega de equipe, no meu recém-encerrado estágio de corretagem. Ele é bolsonarista, posição que não compartilho, vale lembrar. Ele havia sido petista na juventude, mas quando decidiu votar em Lul