O rebelde italiano e radical de esquerda, Cesare Battisti, foi preso no último sábado, dia 12 de janeiro de 2019, na Bolívia, depois de ser considerado foragido no Brasil, desde 14 de dezembro.
Ele residiu no Brasil clandestinamente durante anos. Era acusado de atos terroristas nos anos 1970 e de ter matado quatro pessoas.
Cesare Battisti era um dos "animais de caça" preferidos pela direita brasileira, que o acusava de ser "amigo" do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Nacional do governo Jair Bolsonaro, chegou a negociar a vinda de Battisti ao Brasil.
Provavelmente haveria exposição oficial à imprensa, talvez uma ligeira entrevista coletiva, cobertura na Globo News e artigos furiosos contra o "terrorismo de esquerda" etc.
Battisti seria servido como um "troféu" do bolsonarismo e recuperaria um pouco a baixa reputação que Jair e sua turma andam causando com sua série de confusões de todo tipo, com direito ao amigo Fabrício Queiroz sambando no Hospital Albert Einstein.
Com Battisti sendo mostrado como "animal caçado" no Brasil, até Olavo de Carvalho talvez fosse fazer seus comentários sobre a "escória da esquerda internacional terrorista", que teria em Battisti uma espécie de "Ernesto Che Guevara da URSAL".
O presidente boliviano Evo Morales preferiu negociar a extradição diretamente com o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, considerado um dos ícones da ultradireita italiana.
Sem passar pelo Brasil, o avião que iria buscar Battisti para o espetáculo que seria comandado pelo "mito" voltou vazio, e a festa da direita brasileira simplesmente não aconteceu.
Battisti usava barba falsa quando foi detido pela Interpol, em Santa Cruz de la Sierra. Ele portava carteira de identidade verdadeira, com seu nome e data de nascimento.
O avião partiu do Aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, em direção ao de Ciampino, em Roma.
Enquanto isso, é vida que se segue e Jair Bolsonaro ficou sem a festinha que poderia recuperar a lua-de-mel com os bolsomínions. Hoje Jair e seus apoiadores vivem uma espécie de DR (discussão de relação) que deve piorar nos próximos meses.
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