Hoje é o Dia do Jornalista, o meu dia e o dia de todos os meus colegas, e não há como comemorar.
É certo que a grande mídia está reagindo contra o governo Jair Bolsonaro, com alguns casos louváveis de desempenho jornalístico, mas é esta mesma mídia que contribuiu para chegarmos aonde estamos.
É claro que o jornalismo mostra um sem-número de ocupantes medíocres, mais preocupados com o opinionismo e o denuncismo do que com a informação.
Isso será sempre assim. É o preço da liberdade de expressão. Nos resta o bom senso para não darmos ouvidos a jornalistas ruins.
De Alexandre Garcia a Sikêra Júnior, passando por José Luiz Datena e, na Bahia onde morei, por nomes que vão de José Eduardo "Bocão" a Mário Kertèsz, a canastrice jornalística ganhou espaço nos últimos anos.
E temos nomes como Caio Coppolla e Dudu Camargo, que estão no nível ainda mais rasteiro, porque eles estão no parâmetro do internauta médio.
Caio Coppolla é o símbolo daquele internauta reacionário, medíocre e pedante, com mania de opinar sobre tudo, principalmente aquilo que não entende.
Ele foi um roqueiro fracassado,formado culturalmente pela indigência hit-parade da 89 FM, hoje literalmente uma "Jovem Pan com guitarras" que só se "salva" (e olhe lá) por alguns horários "geridos" por Roberto Maia (ex-Brasil 2000), como alguns programas específicos noturnos.
(Na prática, a 89 FM se divide entre a grade diária de Tatola, a tal "Jovem Pan com guitarras", e a maioria dos programas específicos que lembram a Brasil 2000 em sua fase mediana).
E aí Caio tinha que se projetar na Jovem Pan, que é a 89 FM sem jaqueta de couro e sem guitarra a tiracolo.
Na sua volta à CNN, depois de ter ficado dias aparentemente doente - mas, consta-se, porque se desmoralizou demais nas discussões com Gabriela Prioli - , Coppolla retornou, e começou mal.
Ele pediu o fim do isolamento dos brasileiros devido ao coronavírus, cometendo uma burrada.
Ele argumentou que o isolamento social só deveria ser permitido para os "grupos de risco", achando que, só porque ele e seus colegas trabalham na CNN, todos deveriam fazer o mesmo.
Sobre o coronavírus, Caio ainda cometeu uma gafe: comparou as mortes da Covid-19 nos EUA com as mortes por engasgamento, após engolir alimentos. Uma comparação que não faz sentido, porque se engasgar é um acidente e a Covid-19 é uma doença.
Sobre esta doença, o problema é que, com a Covid-19, não existe grupo de risco. Qualquer um está em risco. Até eu.
Eu saio para comprar alimentos e material de limpeza, e confesso que fico com um certo medo, porque o risco é sério e repentino e a doença é mortal.
Já temos que aturar movimentos como um tal de "Soberanistas", que apostam na causa masoquista da reabertura do comércio. Sua campanha se chama "Semana Nacional da Reabertura do Comércio".
Voltando ao jornalismo, temos a mediocridade preocupante que atinge veteranos como Alexandre Garcia ou canastrões como Mário Kertèsz, e temos a mediocridade rasteira de Caio Coppolla, Dudu Camargo e outros com o nível de opinar de sociopatas se achando "especialistas de tudo".
Por outro lado, o bom jornalismo ganhou exílio fora da grande mídia.
Há bons profissionais na mídia hegemônica, é verdade. Muitos deles, embora o cartaz maior seja dado a gente não tão talentosa assim.
O que fez, no entanto, a Folha, a Globo ou mesmo CNN respirarem jornalismo autêntico, além do radicalismo do governo Bolsonaro, que fez os antigos golpistas despertarem de seu sonho neoliberal, foi a atuação da mídia alternativa.
Embora com eventuais senões, o Brasil 247 e o Diário do Centro do Mundo fizeram o jornalismo voltar a respirar, conquistando visibilidade.
Os dois portais acabam chamando a atenção do público médio para outras páginas prestigiadas, masum pouco menos badaladas, como Jornal GGN e o Conversa Afiada pós-Paulo Henrique Amorim.
E a mídia hegemônica, com todos os seus limites, não quer ser passada para trás. Ainda mais quando o próprio Bolsonaro amaldiçoa a maioria da imprensa brasileira, mesmo a conservadora.
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