Dois fatos negativos atingiram a economia brasileira ontem. Primeiro foi a queda de ações da Petrobras, depois que foi anunciada a proposta de mudanças do estatuto social da entidade. O valor de mercado da estatal caiu de R$ 515,7 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo para R$ 483,4 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo.
A perda, de R$ 32,3 bilhões, corresponde quase ao valor da empresa privada do setor energético, Engie Brasil, avaliada em R$ 33 bilhões. A Petrobras, que atingiu seu valor recorde em 18 de outubro passado, R$ 525,1 milhões, já havia sofrido uma perda antes.
As mudanças propostas incluem, entre outras coisas, acabar com as proibições para a indicação de administradores prevista na Lei de Estatais, que foram consideradas inconstitucionais na gestão monocrática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. A estatal, pretende, com isso, resolver os conflitos formais de interesses nos casos expressamente previstos em lei.
Outro item da proposta é a criação de uma reserva de remuneração de capital, com valor ainda não definido, para garantir recursos destinados a pagamentos de dividendos, recompra de ações, absorção de prejuízos e incorporação ao capital social.
O segundo fato negativo é que as taxas de juros pararam de cair, demonstrando uma estabilidade com viés de alta. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) prevista para janeiro de 2025 fechou em 11,050%, de 11,034% no ajuste da última sexta-feira, e o DI previsto para janeiro de 2026 teve uma taxa de 10,98% e no fechamento, de 10,96%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 11,16% (11,14% no ajuste) e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,57%, de 11,58%.
As taxas ensaiaram uma alta discreta na manhã de ontem e se desviaram do comportamento dos Treasuries (títulos da dívida pública emitidos pelo Departamento de Tesouro dos EUA), adotado como referência para a curva econômica no Brasil, e também desviaram do recuo do preço do petróleo.
Petrobras perdendo ações, juros deixando de cair. E Lula preocupado com a política externa, apenas eventualmente tentando resolver as coisas como a liberação de R$ 1,8 bilhão para combater a fome e a seca no Nordeste, admitindo serem recursos para amenizarem o problema dos pobres nordestinos.
São aspectos de um governo medíocre que até agora não explicou se reconstruiu ou vai reconstruir o nosso país.
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