Extremamente preocupado com a política externa, Lula comete erros grosseiros que acaba causando decepção até em quem o apoia. A grandiloquência internacional e a busca artificial por glórias políticas, como se Lula pudesse, através de uma gincana política, se tornar igual ou maior do que Getúlio Vargas, Winston Churchill e Franklin Roosevelt, encolhe ainda mais o presidente do Brasil.
Nosso país não está sendo reconstruído de maneira adequada. Nas grandes cidades, se vê mais sem-teto, gente enlouquecida por sofrer misérias sem ter a quem recorrer. Enquanto isso, há gente ganhando demais e s enriquecendo à toa, gastando com supérfluos pouco se lixando com o sofrimento alheio. Até porque a intelectualidade pró-brega acha a pobreza "uma coisa linda de se ver" e o Espiritismo brasileiro acha maravilhoso ver o outro sofrer desgraças sem fim.
A impressão que se tem é que a "boa" sociedade que hoje ancora a base social de apoio a Lula não quer o fim dos super-ricos, mas apenas uma "mudança de cara", com menos paletós e mais abadás, multicolorida, com plumas e paetês e um traje mais para turista do que para convidado de festa de gala. Um super-rico que tenha a cara do Emicida e não do Joseph Safra.
Daí que esse pessoal, descendente dos que não suportavam um segundo de ver João Goulart governando o Brasil há 60 anos, hoje não aceita o inverso: textos que criticassem Lula, mesmo quando está mais do que óbvio de que nem o presidente brasileiro tem direito de agir dominado por seus próprios impulsos, sem ouvir conselhos, sem ter autocrítica, sem evitar, de vez em quando, a realização de suas vontades pessoais, quando elas se revelam potencialmente desastrosas.
Se Lula fosse um aluno de auto-escola para motoristas, ele agiria indiferente ao professor, desobedeceria as regras de trânsito, dirigiria em alta velocidade, podendo inclusive tomar uma cervejinha, ou dirigiria em lentidão demais quando não se deve. Lula é um sujeito cujo defeito é não querer ouvir as pessoas, ele mesmo acreditou na "democracia de um homem só" para ganhar as eleições. A gente até pergunta, sem apoiar o bolsolavajatismo, se estão corretas as acusações de que Lula é um corrupto ditador.
Lula, que para agradar a frente ampla e a política internacional, é capaz de cometer gafes ou agir contra os interesses populares, a ponto do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), não a ala dos "mascotes de Geraldo Alckmin" (a lembrar o antigo MR-8 estudantil como "mascote de Orestes Quércia"), mas o MST genuíno e corajosamente combativo, estar protestando contra Lula.
Lula não combateu os problemas do emprego, sobretudo problemas delicados com o etarismo ou os extremos opostos da meritocracia (que faz os concursos públicos serem tão complicados que quase sempre aprovam os servidores errados) e da flexibilidade excessiva (quando o candidato engraçado e falastrão, como os comediantes dublês de jornalistas que roubam emprego de quem precisa trabalhar no Jornalismo ou em Comunicação em geral) que prejudicam o mercado de trabalho.
As conquistas foram frágeis, paliativas e insatisfatórias. Só conseguem empolgar uma classe média abastada que, cheia de dinheiro, ganha mais dinheiro para torrar com cerveja, festinhas, criação de cães em excesso e sem critério de espaço (tem apartamento studio que abriga cachorro enorme, sem espaço para correr e brincar), viagens sem graça para o exterior, dessas do tipo "só para dizer que foi lá".
Fora a bolha da elite do bom atraso, Lula só consegue aborrecer e irritar os brasileiros. O pobre brasileiro, não o "pobre de novela", o "pobre de comédia" ou o "pobre de comício" (como aqueles que, de maneira teatral, abraçam e agradecem ao Lula por supostas conquistas populares), está reclamando do presidente, pois não vê ele governando o país, tão preocupado em viajar para o exterior para uma desnecessária aventura internacional, dando pitaco nas políticas de outros países.
Desta vez, Lula, para agradar aos EUA - cujo presidente Joe Biden tirou a máscara do esquerdista dos sonhos dos corações dos lulistas apaixonados, ao corroborar a visão de Israel para o extermínio do povo palestino - , autorizou que o Exército dos EUA realize treinamentos na Amazônia. Lula corroborou com Michel Temer na manutenção de satélites estrangeiros que monitoram o território brasileiro e também se mostra flexível na aceitação das "parcerias" internacionais para "cuidar" de nossa floresta maior.
Isso é perigoso. Lula põe em risco a soberania brasileira, que nenhum pretexto de democracia pode admitir uma influência maior da política estrangeira. Os EUA e a Europa querem a Amazônia não para respeitar a soberania brasileira, mas para, a exemplo dos antigos exploradores dos primórdios de nosso país, extrair nossos produtos naturais como matéria-prima para as indústrias estrangeiras, sacrificando nossa biodiversidade e ameaçando a vida de muitos indígenas. Aliás, um líder indígena, Cacique Dará, foi encontrado morto dentro de um carro na aldeia indígena Tekoa Porã, em Itaporanga, interior paulista.
O Exército dos EUA é controlado pelo Pentágono, e um ovo da serpente é gerado sob o consentimento de Lula, o que pode abrir caminho para um golpe. Por enquanto Lula é mantido no poder, até porque o presidente sepultou de vez o que restou do antigo sindicalista que ainda havia em 2020. Hoje o que vemos é um neoliberal que se comporta como uma criança ao mesmo tempo birrenta e mimada, que em aparência se contrasta com a idade de Lula, 78 anos com corpo de 95.
O tempo passa e cada vez mais Lula decepciona. Querendo ser gigante, Lula acabará se tornando um anão político.
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