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LUCIANO HUCK NÃO VAI SE CANDIDATAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Aparentemente, Luciano Huck desistiu de ser candidato à Presidência da República.

Até o fechamento deste texto, ele não havia dado um comunicado oficial, mas antecipou esta posição à jornalista Sônia Racy, colunista de O Estado de São Paulo.

Huck recusou-se a comentar sobre o assunto. "Preciso digerir a decisão", afirmou o apresentador.

Na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, veio a notícia de que Huck está muito triste com a desistência.

"Vou ali chorar um pouquinho e já volto", disse Huck aos amigos, segundo nota na coluna.

Com a desistência, também perde efeito o processo do PT contra Huck, Fausto Silva e a Rede Globo, por conta de uma entrevista com o apresentador e Angélica que sugeriu propaganda política subliminar e antecipada.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Napoleão Nunes Maia, considerou que o apresentador declarou não ter intenção de concorrer à Presidência da República e por isso arquivou o processo movido pelo senador Lindbergh Farias e o deputado Paulo Pimenta, ambos do PT.

A princípio, Huck se dedicará aos bastidores da formação de um "novo líder liberal", através de movimentos como o Renova BR e o Agora.

Huck não se filiará a partido algum, mas afirmou que vai atuar nos debates sociais: "com o mergulho que fiz nos últimos meses, me sinto preparado a discutir qualquer assunto".

A direita também está perplexa com a desistência, e setores moderados dos direitistas, ligados a Fernando Henrique Cardoso, já estavam apostando na esperança de Huck presidir o país.

Também pesaram declarações de atores influentes como Cláudia Raia e Marcelo Serrado que não querem ver Huck presidente. E os anunciantes também ficaram preocupados com a possibilidade de candidatura, o que pode cancelar vários contratos publicitários com o apresentador.

Huck seria a forma das forças conservadoras que retomaram o poder em 2016 investir num candidato que, na embalagem, soa moderno e consegue interagir com os jovens.

Huck chegou a popularizar a gíria "balada", que ele "patenteou" de um jargão privativo de jovens riquinhos frequentadores de boates paulistanas da alta sociedade.

Com sua habilidade, a gíria "balada" foi adotada por cariocas e, lançada pela Jovem Pan, passou a ser parte do vocabulário dos "roqueiros" que ouviam a Rádio Cidade e, em São Paulo, a 89 FM (rádio hoje reduzida a escudeira da Jovem Pan).

Com a desistência de Huck, a coisa fica complicada para as forças conservadoras e pode ser um caminho aberto para Jair Bolsonaro.

Até agora, as forças conservadoras não mostraram um candidato atraente cuja imagem fosse "menos elitista" ou "menos autoritária".

O único consolo é que o Judiciário tenta fazer pressão contra o ex-presidente Lula.

Por enquanto, a defesa de Lula, agora com o reforço de Sepúlveda Pertence, conseguiu suspender o depoimento do ex-presidente para a próxima terça-feira.

O depoimento se referia a acusações contra Lula e seu filho de participação de suposto esquema de corrupção envolvendo compra de 36 aviões caça da marca sueca Saab e a prorrogação de incentivos fiscais para montadoras de veículos.

Segundo a ação movida pela defesa de Lula e acatada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, Lula só pode ser ouvido se forem colhidos depoimentos de testemunhas do exterior, como os ex-presidentes franceses François Sarkosy e François Hollande.

Mas a defesa de Lula não conseguiu a suspensão da perícia da Operação Lava Jato na Odebrecht, que supostamente investigaria o conteúdo do programa MyWebDay.

A defesa acusa que a investigação é cheia de fraudes. Há denúncias de que a Lava Jato só teve acesso a dados parciais ou datados.

Consta-se que o MyWebDay contém dados de supostos esquemas de propina envolvendo membros do Judiciário, o que poderia comprometer a Lava Jato.

Mas o midiático juiz Sérgio Moro disse que "não faz sentido" alegar fraude na perícia.

Mesmo por métodos e critérios duvidosos, a Justiça midiática quer banir Lula da corrida de 2018.

Depois do Carnaval dos protestos populares, volta-se à "normalidade" do Brasil pós-2016, retomando a melancolia dos últimos tempos.

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