Num país que é considerado o "deserto" do senso crítico, que é o Brasil, onde a ideia é ser um flanelinha cultural e passar pano em qualquer coisa, ter opiniões contestatórias é bem complexo. Recentemente morreram dois praticantes desse hábito incomum de tocar o dedo na ferida, José Ramos Tinhorão e Arnaldo Jabor, além de, indo mais atrás, de um Mauro Dias falando da música popularesca como um "massacre cultural sem precedentes". E só agora descobri que Mauro Dias, falecido em 2016, era nascido em Florianópolis e criado em Niterói. Eu sou nascido em Florianópolis e fui criado em Niterói. E o artigo de Mauro Dias foi publicado no Estadão, e desde fevereiro de 2021 sou um quase vizinho do jornal da família Mesquita. Em contrapartida, Mauro Dias era xará de Mauro Ferreira, um jornalista brilhante, excelente profissional e muitíssimo informativo, até passar o pano nos fenômenos da música popularesca. Mas isso até o Ricardo Cravo Alvim faz, o Dicionário MPB é uma verdade...