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TRAGÉDIA DE PETRÓPOLIS: MAIS UMA QUE NÃO CABE NO BRASIL-INSTAGRAM

CASAS DESTRUÍDAS POR DESLIZAMENTOS DE TERRA EM PETRÓPOLIS. VÁRIOS MORADORES MORRERAM SOTERRADOS.

Durante um ano, a "boa sociedade" brasileira, que domina o chamado senso comum, é considerda formadora de opinião e faz prevalecer todo seu imaginário das redes sociais, viveu um mundo de "felicidade plena e eterna".

Num período situado entre o começo da flexibilização da Covid-19, novembro de 2020, e o falecimento da cantora Marília Mendonça, em novembro de 2021, o Brasil parecia, aos olhos de muitos, ter se transformado na sucursal do paraíso na Terra.

Muitos ideólogos "isentões" afirmaram que o Brasil vivia o "melhor momento sócio-cultural de toda sua história".

A desculpa eram as movimentações e a produtividade nas redes sociais e a falácia de que "existem muitas vozes e muitas narrativas", usando como o pretexto um suposto mega store cultural em tese disponível para qualquer pessoa.

Nesse discurso falacioso, passava-se pano na mediocridade, que era gourmetizada pelos discursos dominantes que mostram o quanto "certas vozes e narrativas" sufocam ou marginalizam as demais.

Depois que o descaso da Prefeitura de Caratinga fez com que Marília Mendonça morresse em acidente aéreo, vieram o feminicídio no Reveillon em Porto Seguro, a tragédia de Capitólio, a violência individual contra negros pobres no Grande Rio, a violência no campo em Pernambuco e Paraná.

Distopia pura.

E agora temos a tragédia de Petrópolis, que até a edição deste texto matou 117 pessoas e, pelo menos, tem cerca de 116 desaparecidos.

Dias atrás, meu irmão foi para o Rio de Janeiro, pois iria fazer uma consulta em Niterói.

Entre as cidades que ele visitou, foi Petrópolis, que nós e a família visitamos umas duas vezes.

Meu irmão saiu encantado com a beleza de Petrópolis. Ele não cansa de falar dessa impressão.

Daí o nosso coração partido quando soubemos do pavoroso episódio do temporal que atingiu a cidade.

Deslizamentos de terras, alagamentos, muitíssimos mortos, embora ainda abaixo dos 900 que o temporal de 2011 resultou.

Desde aquela tragédia traumatizante, nada foi feito de maneira preventiva, seja para escoamento do esgoto, seja para criar encostas para prevenção de deslizamentos.

Muita gente paga com a vida o desejo de apreciar todos os dias a beleza bucólica da cidade serrana.

Não sei se os prefeitos atual, Rubens Bomtempo (PSB) e o de 2011, Paulo Roberto Mustrangi de Oliveira (então PT, hoje Solidariedade), atual vice-prefeito, seguem o tipo do "super-prefeito", que nas entrevistas têm resposta para tudo, mas nas ações fazem muitíssimo pouco do que prometem.

Neste caso, temos os exemplos de Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, e Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói e cogitado para disputar o governo fluminense.

Os dois são dados a fazer discurso, dar declarações e pareceres "técnicos" e sair prometendo, se possível, até descobrir a origem do universo, de tantas respostas prontas que forjam para qualquer questão.

Mas, em todo caso, os prefeitos de Petrópolis não fizeram por onde evitar tais tragédias. Até porque os desastres já ocorrem antes de 2011 e muitas vidas poderiam ter sido poupadas até hoje.

O Estado do Rio de Janeiro parece ser o túmulo da mobilidade urbana e da segurança social (não digo só contra a violência, mas contra outros desastres, como deslizamentos de terras e enchentes).

ÔNIBUS FORAM ARRASTADOS PELAS ENCHENTES, AFOGANDO VÁRIOS PASSAGEIROS. ALGUNS TENTARAM SE SALVAR SAINDO PELAS JANELAS.

Na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde eu fui dezembro passado, o entorno da Linha Amarela e dos bairros de Inhaúma, Higienópolis, Del Castilho e Vicente de Carvalho são um puro caos em (sub)urbanização desordenada e problemática.

Em Niterói, os parquiletes (parklets) ou "praças de rua" (falsamente creditadas como "praças públicas") persistem, apesar da legislação (que atende a interesses empresariais envolvidos) dizer que são instalações temporárias. Os parquiletes agridem qualquer princípio de mobilidade urbana.

Também agride o princípio de mobilidade urbana a falta de avenida ou rodovia própria entre Rio do Ouro e Várzea das Moças, apesar de haver terreno ocioso para isso.

Enquanto isso, a RJ-106 continua fazendo o papel, nesses bairros, de "avenida de bairro", em clara ofensa aos moradores da Região dos Lagos que, de cidades distantes como Cabo Frio e Macaé, eventualmente têm que usar a rodovia para se deslocarem.

Mas tem também distribuidor de alimentos que vem do interior de São Paulo para distribuir em cidades como Maricá, Saquarema e Araruama e que têm que reduzir a velocidade, atrasando a distribuição nos mercados, porque tem que disputar tráfego com o vai-e-vem dos veículos em Niterói.

E o mito da "favela linda", que faz com que nossas autoridades se acomodem em cuidar dos morros, independente deles serem favelas ou não? Imaginam que, por supostamente estarem mais "próximos do céu", os moradores dos morros em geral são automaticamente protegidos pela força divina.

E isso cria um duplo descaso. O desprezo aos moradores pobres, vistos erroneamente como "bandidos", e o desprezo aos moradores de classe média, que no caso de Petrópolis veem a tragédia descer os morros como uma avalanche de terra e lama.

Esta tragédia é mais um episódio de profunda tristeza que não cabe no Brasil-Instagram. Não é um episódio que corresponda ao mundo de positividade tóxica que eventualmente faz das redes sociais um antro de religiosidade hipócrita e espiritualismo traiçoeiro.

E imaginar que, enquanto os moradores de Petrópolis enfrentam essa tragédia, os herdeiros da família real não estão aí, pois continuam sendo beneficiadas pelo chamado "laudêmio", o imposto imobiliário de 2% que enriquece os cofres dos herdeiros de Dom Pedro II.

É constrangedor ver que o Espiritismo brasileiro, o Catolicismo medieval de botox, define Dom Pedro II e Princesa Isabel como "heróis humanitários", inventando "antigas encarnações" para glorificá-los na atribuição ridícula de promoverem a horrenda e teocrática "Pátria do Evangelho".

O imperador e sua filha nunca foram militantes abolicionistas, como quer a tal "religião do amor (sic)". Tinham uma postura hesitante quanto à questão do trabalho escravo.

Isabel assinou a Lei Áurea por dupla pressão, a do movimento abolicionista, solidário aos escravos, e ao capitalismo da Grã-Bretanha, por questões tecnológicas, econômicas e não humanitárias.

E, além disso, Isabel era casada com Gastão de Orleans, o Conde d'Eu, que, substituindo Duque de Caxias na Guerra do Paraguai, completou a destruição do nosso vizinho sul-americano, que através de Solano Lopez fazia um governo parecido com o socialismo na Venezuela e em Cuba. 

Conde d'Eu mandou fuzilar até crianças, só para sentir o drama.

E a família real continua vivendo de forma nababesca, incluindo fascistas como Dom Bertrand de Orleans e Bragança e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, este bolsonarista declarado.

Só depois a família real enviou comunicado de pesar com a tragédia de Petrópolis.

Mesmo não governando mais o país, os herdeiros da família real continuam vivendo seus privilégios aristocráticos. E Dom Pedro II não precisa mais voltar. Lula parece estar disposto a ser um cosplay do antigo imperador, carregado pela nobreza política dos tucanos de alta plumagem.

Enquanto isso, pessoas comuns vivem a tragédia diária de suas vidas e mortes, acumulando traumas e tristezas que poderiam ser evitados. Fora do Brasil-Instagram, nosso país vive dramas terrivelmente intermináveis. Triste.

Fica minha solidariedade aos moradores de Petrópolis e minha profunda tristeza pela tragédia sofrida.

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