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COMUNICADO 'URBI ET ORBI' AOS LULISTAS VALENTÕES


É totalmente nojento o fanatismo dos seguidores de Lula que agora parecem seguir os modi operandi ora de bolsonaristas, ora dos hidrófobos da mídia direitinha e limpinha.

Um artigo do blogue Ornitorrinco é uma forma de converter o lulismo a um grau de fanatismo e intolerância que beira ao mais puro valentonismo (bullying).

Machista, solteirófobo e hidrófobo à sua maneira, o artigo é ao mesmo tempo furioso e desinformado, na medida em que desconhece que Lula começou a beijar na boca da direita cheirosinha e está com boa parte de seu programa de governo seriamente comprometida.

O texto é intolerante não só com quem não quer votar em Lula (paciência, é direito essa opção), mas contra quem é solteiro e tem dificuldade de arrumar namoradas que tivessem afinidade (paciência, mulher não é capim, se a mulher não inspira afinidade um homem não deveria namorá-la). 

Lembremos que boa parte dos feminicídios ocorrem porque a sociedade impõe que o homem pegue a primeira mulher que vier à sua frente, independente de qualquer chance de afinidade ou não. 

Regra própria dessa sociedade machista, solteirófoba, falsamente "livre", em que a solteirice só é um "patrimônio" para homens e mulheres fazerem coisas piores, alternando entre o hedonismo irresponsável e o fanatismo religioso ou esportivo (futebol), sob a pior trilha sonora popularesca.

E a postagem é claro sinal de algum ressentimento social escondido sob a capa da "esquerda democrática".

O texto vem sempre com o jogral que começa com "Ou vamos com Lula e o PT, seus m****s da ultraesquerda punheteira, ou escolhemos o retrocesso, o atraso, ou qualquer possibilidade - por mínima que seja".

Punheteiro é esse texto, por sinal com algum fetiche "erótico" em ver Lula usando novamente a faixa presidencial.

O fim do grotesco texto é ainda mais grotesco:

"Não que eu espere juízo de vocês, por óbvio, vez que são especialistas em esfolar seus diminutos pintinhos e clitóris em supostos e patéticos frenesis revolucionários: no máximo, e quando muito, melecam as mãos".

E, pelo jeito, quem melecou as mãos foi o digitador desse texto, que desconhece que o "Lulão" que tanto defende será domesticado por Geraldo Alckmin, Aloysio Nunes, Fernando Henrique Cardoso, Josué Gomes, Abílio Diniz, Michel Temer, Armínio Fraga e muita "gente boa" do capital.

Não sejamos ingênuos. Lula não vai pegar de volta o pré-sal que os estrangeiros levaram, não vai recuperar a Petrobras e nem sabemos se conseguirá proteger tribos indígenas e quilombolas.

Pelo que seu "amigo de infância" Geraldo Alckmin fez com Pinheirinho, o antigo bairro popular de São José dos Campos, pelo menos os quilombolas de Alcântara, no Maranhão, na prática um pedaço do território dos EUA dentro do Brasil, correm o risco de mendigar nas praças de São Luís.

A atuação "revolucionária" de Lula, a "tão sonhada mudança" que fará os brasileiros "sonharem de novo e transformarem o sonho do país melhor em realidade" se limitará apenas ao que o tucanato "constituinte" permitir.

Ou será que Geraldo Alckmin aceitará passivo a anulação da privatização da Eletrobras e o cancelamento dos retrocessos trabalhistas?

Será que Alckmin irá aceitar que estrangeiros sejam ordenados a devolver o pré-sal à União? Ou Alckmin levará a sério seu suposto interesse em taxar grandes fortunas, coisa que, se ocorrer, deve ser somente aos desafetos, como seu ex-pupilo João Dória Jr..

Afinal, para o "empresário sério" que se tornou "amigo de infância" de Lula, não haverá cobrança de taxas sobre suas fortunas. Isso é certo. Caso contrário, adeus aliança, adeus para a tal "governabilidade".

Admirava Lula até meados de 2021. Eu teria optado pelo voto em Lula, com o maior prazer, mediante as seguintes condições:

1) Lula reconhecer, MESMO, que o Brasil está numa situação distópica;

2) Ele só fazer alianças com quem REALMENTE está com afinidade com seu projeto político, ainda que não fosse necessariamente de esquerda;

3) Ele ter PULSO FIRME para enfrentar dificuldades e impasses.

Lula não cumpriu tais condições.

Ele só reconheceu que o Brasil está ruim tardiamente, e depois de cometer a gafe de curtir o clima la dolce vita numa praia no Ceará, com sua noiva Janja, com ele ostentando uma sunguinha que causou orgasmo nos lulistas punheteiros.

Ele enfatiza alianças com quem DIVERGE de suas ideias, e ele acredita na ilusão de que, com diálogo e entendimento, seu programa de governo ficará inteiramente preservado.

Não, não vai. Esse programa de governo está seriamente comprometido. E Lula sinalizou que, com as alianças com a direita golpista, com os "barões da privataria" que são os tucanos de alta plumagem, terá que ceder muito e não terá pulso firme para impor suas ideias progressistas.

Já dá para perceber os sinais dessa rendição: Lula só fala de "fome", as outras coisas ele fala de maneira vaga, sem profundidade nem ênfase necessárias.

E Lula já veio com essa: "Cuidar dos pobres é barato. Incluir o pobre no orçamento não custa nada. E ainda dá retorno". Retorno para o empresariado, para os patrões?

O que significa isso? Haverá baixos salários, o resto fica coberto pelos programas de grife (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Cotas Universitárias)?

O máximo que Lula vai fazer é atender as causas identitárias, um subproduto do neoliberalismo que apenas seleciona uma pequena parcela de oprimidos para ter visibilidade na sociedade do espetáculo, deixando os problemas trabalhistas debaixo do tapete da classe média "ilustrada" de esquerda.

Lula até tem capacidade de negociar, mas da forma com que ele se aliou com a direita moderada, mas enérgica o suficiente para derrubar Dilma Rousseff, ele trocará o pulso firme pela conversa mole.

E ver que Lula está se aliando com um Geraldo Alckmin que até agora não expressou autocrítica sobre aspectos nebulosos de sua trajetória política, é constrangedor.

Tido como oportunista e aproveitador pelas esquerdas médias, Alexandre Frota, tucano, expressou muito mais autocrítica e capacidade de mudar. E olha que ele foi um aberto apoiador de Jair Bolsonaro.

O artigo de O Ornitorrinco mostra a arrogância das esquerdas obsessas com o protagonismo artificialmente conquistado pelas conveniências políticas que liberaram Lula, antes um preso político hostilizado pela mesma direita moderada que agora beija suas mãos de nove dedos no total.

E fico muito triste com essa arrogância, que mostra o lado podre de setores progressistas que, agora, em nome do protagonismo, jogaram fora a antiga lucidez, a antiga humildade e o antigo bom senso, para agora xingarem e humilharem quem não declarar voto em Lula.

Isso é progressista? Isso é democrático? Não. De jeito nenhum. Ver as esquerdas lulistas humilhando os outros em razão de sua obsessão por um novo mandato de Lula é uma demonstração da mais completa intolerância com o outro e um desprezo com o próprio jogo democrático.

Fazer chacotas contra quem não optar pelo voto em Lula põe por terra abaixo todo o humanismo, humildade e caráter democrático que haviam sido qualidades das forças progressistas. Depois as esquerdas não gostam quando se fala que elas estão "de salto alto".

E que diferença existe entre os retrocessos temidos pelos lulistas, no caso de Lula não ser eleito, com os retrocessos da caráter de muitos esquerdistas antes admiráveis, mas que agora se tornam agressivos, arrogantes, fantasiosos e intolerantes por conta de sua opção política?

Só falta as esquerdas pedirem o cancelamento das eleições de 2022, porque para elas Lula já é "presidente eleito", as supostas pesquisas eleitorais podem fazer o trabalho. 

Se as esquerdas ficaram em casa em vez de ir às ruas pelo "Fora Bolsonaro", podem ficar em casa em vez de votar, porque Lula já está eleito por antecipação.

É muito infeliz o texto "punheteiro" do blogue O Ornitorrinco, que acredita num Brasil se reconstruindo mesmo com o caráter das esquerdas destruído pela arrogância. 

No fundo, o artigo é uma manifestação de ressentimento de lulistas valentões contra as adversidades possíveis na realidade pós-golpe de 2016.

P. S.: Este texto não é escrito por um direitista raivoso nem por um "ultraesquerdista" bur(r)ocrático, mas por alguém de esquerda mais realista e atento aos problemas reais do nosso Brasil.

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