Em mais uma atuação decepcionante, Lula, agora convertido num bichinho de estimação do tucanato de alta plumagem, resolveu pedir ao "bom empresariado" para não participar da privatização da Eletrobras.
Para quem não sabe, os tecnocratas do governo Jair Bolsonaro, ligados ao ministro Paulo Guedes, planejam a privatização da Eletrobras, aprovada pelo Congresso Nacional. Existe a intenção de que a estatal de energia elétrica seja vendida em maio próximo.
Lula reagiu com certa ingenuidade, dizendo: "Eu espero que os empresários sérios não embarquem".
Ele ainda disse que, se a Eletrobras for privatizada, o preço das tarifas de energia elétrica vão subir.
Correto. Sem dúvida a Eletrobras privatizada vai custar caro para os bolsos dos consumidores.
Mas o que Lula não percebe é que ele não está tão em alta como imagina, em relação ao empresariado.
Lula fica fazendo jogo de cena dizendo que "não vai governar para o mercado", dizendo que "a prioridade dele é o povo brasileiro", mesmo com seus opositores convertidos em aliados de ocasião.
Confundindo entendimento com cumplicidade, Lula quer o vínculo ao seu governo de gente que discorda de seu projeto político.
Lula promete que irá cancelar a privatização da Eletrobras, assim que assumir o poder.
Será que Geraldo Alckmin, o vice cotado para ser o "co-presidente", governando junto com Lula, vai deixar que a privatização da Eletrobras seja cancelada?
Com certeza, não. O que vai ocorrer é um eufemismo.
É como ocorreu no governo Dilma Rousseff, quando ela tentou uma agenda conservadora. As privatizações que ocorreram foram definidas como "concessão".
Lula não vai trazer de volta o pré-sal que foi levado pelos estrangeiros. E o máximo que fará com a Petrobras, se ela continuar existindo, é fazer o que dela restou continuar funcionando, anoréxica e abatida ao chegar aos 70 anos de fundação.
O fenômeno Lula, definitivamente, tornou-se a coisa mais estranha, confusa, contraditória e frustrante da história política recente do nosso país.
Não vejo nele sinônimo de esperança para o Brasil, na medida em que ele se tornou o ursinho de pelúcia dos neoliberais.
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