OCUPADA EM "BEBEMORAR" A "DEMOCRACIA DE UM HOMEM SÓ" DE LULA, A BURGUESIA "DEMOCRÁTICA" NÃO QUER QUE VOCÊS SAIBAM O QUE ELA FEZ NOS VERÕES PASSADOS.
Desde 2022 uma parcela da classe dominante tentou virar a casaca e jogar as sujeiras sos antepassados para debaixo do tapete, se adequando, em tese, para as “novas demandas democráticas. “Os tempos são outros, vamos nos unir, agora somos uma democracia pra valer”, diz essa elite “ilustrada”, como lobos que clamam para todas as ovelhas se unirem em torno deles e as galinhas, entre as raposas.
O que chama a atenção no governo Lula em seu atual mandato é que ele se associou com forças historicamente identificadas com o tucanato clássico. É irônico que, no primeiro mandato, Lula teve que se articular com forças que, em parte, se identificam hoje com o bolsonarismo. Por uma questão de formalidade partidária, por incrível que pareça, Jair Bolsonaro era “aliado” de Lula, há 20 anos.
Hoje o governo Lula está muito distante do projeto progressista, tendo que apostar num mínimo denominador comum das medidas sociais que não contrariem os interesses das elites dominantes que facilitaram a vitória eleitoral do petista e hoje garantem a sua governabilidade.
Em dado momento, Lula e a burguesia trocam falsas farpas. As narrativas lulistas tentam reafirmar ideias que não existem na realidade: Lula trabalhando pelos pobres e se “esquecendo” da classe média abastada. Na prática, ocorre o contrário.
A elite do atraso descrita pelo sociólogo Jessé Souza tornou-se a elite do bom atraso, a ressignificar o modelo de Brasil vigente durante o “milagre brasileiro” da ditadura, mas agora num contexto mais “democrático”. A expressão do senso crítico, por exemplo, não tem mais a punição da violência física autorizada pelo AI-5, mas pelo cancelamento insensível das redes sociais.
Afinal, não se pode divulgar o que as elites “ilustradas” e “esclarecidas” fizeram no verão passado. Hoje vivemos “novos tempos” e até na Bahia um filhote da ditadura se passa por dublê de jornalista de esquerda. Muitos opositores raivosos de Jango e os descendentes dessa trupe golpista hoje posam de “bons esquerdistas”, fazendo o dever de aula do marxismo fingido.
A Faria Lima e Lula vivem com encenada animosidade, ao modo das antigas Rainhas do Rádio, Emilinha Borba e Marlene. Enquanto isso, empresários do entretenimento acumulam fortunas à custa do divertimento alienado de jovens deslumbrados que aceitam a deterioração cultural devido à catequização midiática e acadêmica do “combate ao preconceito”.
Trata-se de um mundo do faz-de-conta do qual os lulistas e os "isentões democráticos" não querem ver desmascarado. A ilusão tem que prevalecer e, por isso, o negacionista factual entra em ação para pregar o boicote ao pensamento crítico. Porque o pensamento crítico irá desvendar e revelar o passado obscuro que a burguesia repaginada quer esquecer e cujos males históricos botou no colo do bolsonarismo.
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