Os últimos dias foram marcados, na Economia brasileira, por um escândalo provocado por uma onda de mentiras transmitidas por bolsonaristas, a partir de um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Assim que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que pretende aumentar a fiscalização para movimentações financeiras, as mentiras se voltaram para a hipotética taxação do Pix.
Trata-se de uma interpretação leviana do que a equipe econômica cogitava fazer, que seria o aumento da fiscalização sobre transferências em valores superiores a R$ 5 mil através do Pix de pessoas físicas e acima de R$ 15 mil de pessoas jurídicas (empresas). A interpretação supunha que o Governo Federal iria aumentar os impostos de pessoas físicas que utilizassem pagamentos através do Pix, sistema de pagamento criado pelo Banco Central.
Várias pessoas ligadas a grupos bolsonaristas espalharam a mentira e estarão sob investigação pela Polícia Federal, a pedido da Advocacia-Geral da União. A medida causou pânico entre os correntistas e os consumidores em geral, a ponto de fazer com que a Receita Federal anunciasse a revogação da medida.
A onda de mentiras forçou o governo a recuar da medida, mantendo a fiscalização do Pix nos padrões vigentes. A respeito do terror causado pelas fake news, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse:
"A determinação do presidente (Lula) é que a Medida Provisória blinde o Pix de toda a mentira que foi criada ao longo dos últimos dias. Em razão desses crimes que foram cometidos, pessoas de boa-fé caíram em golpes estimulados pela mentira produzida por esses políticos, por essas pessoas, por esses criminosos".
Por sua vez, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, comentou, sobre o uso como "arma" da interpretação distorcida do ato normativo, pelas mãos dos criminosos:
"Infelizmente, essas pessoas sem escrúpulos nenhum visam prejudicar as pessoas mais humildes do país, inclusive abrir margem para crimes serem cometidos em cima dessa mentira. Infelizmente, esse dano é continuado. E por conta dessa continuidade do dano, dessa manipulação desse ato da Receita, decidi revogar esse ato".
O próprio ministro Haddad declarou que o "estrago foi feito" e que defende a punição para os responsáveis pelas mentiras:
"O estrago causado está feito por esses inescrupulosos, inclusive senador e deputado, agindo contra o Estado. Essas pessoas vão ter que responder pelo que fizeram, mas não queremos contaminar a tramitação da MP no Congresso".
O clima de horror foi tanto que o ato dos bolsonaristas está sendo considerado o "Oito de Janeiro " da Economia, tamanho o grau de delinquência violenta provocado. E isso mostra o quanto os bolsonaristas não se sentem intimidados com o atual cenário político.
Com a repercussão das mentiras, o Governo Federal vai lançar uma Medida Provisória que equipara o pagamento em Pix ao pagamento em dinheiro vivo, visando evitar que as transações comerciais cobrem taxas diferentes para valores em espécie. A revogação do aumento da fiscalização também foi feita para evitar judicialização e outros efeitos drásticos consequentes das mentiras veiculadas.
O Pix tem sido usado constantemente pelos brasileiros como um meio rápido de pagamento e depósito, tornando-se não só a principal operação dos bancos digitais, como também uma das operações adotadas também pelos bancos físicos em seus aplicativos digitais. As mentiras sobre o Pix causaram pânico principalmente entre as pessoas de baixa renda.
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