EX-PRESIDENTE LULA DISCURSANDO NA MANIFESTAÇÃO PRÓ-GOVERNO NA AV. PAULISTA, SÃO PAULO, ONTEM.
Ontem ocorreram manifestações em várias cidades do país em favor do governo da presidenta Dilma Rousseff e em solidariedade ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, impedido por liminar de exercer o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, cargo do qual chegou a ser empossado.
Elas se tornaram bem mais espontâneas que as dos "revoltados" da direita, até porque descobriu-se que as passeatas do "Fora Dilma" foram na verdade "micaretas" que demonstravam a atuação de uma parcela despolitizada e rancorosa da sociedade privilegiada.
A direita anda rancorosa e tão atrapalhada que o juiz Sérgio Moro, herói dos "revoltados" e tido como "imparcial" e "honesto", mas que é marido de uma funcionária do PSDB, admitiu que cometeu deslizes legais para realizar o grampo entre Lula e Dilma, tarefa que causou muita polêmica entre juristas, embora a atuação de Moro seja em muitos pontos reprovada por juristas sérios.
Os direitistas até tentaram ser "imparciais", vaiando Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Marta Suplicy e Paulo Skaf, acusando-os de oportunistas, mas não escondiam sua preferência a um desordeiro como Jair Bolsonaro, aplaudido naquele confuso espetáculo em que muitos vestiam debilmente a camisa da Seleção Brasileira de Futebol (combater a corrupção com camisa da corrupta CBF é dose).
AS ESQUERDAS SE SENTIRAM TAMBÉM VITORIOSAS DURANTE O COMÍCIO DO PRESIDENTE JOÃO GOULART NA CENTRAL DO BRASIL, RIO DE JANEIRO, EM 13 DE MARÇO DE 1964.
Por uma inversão cronológica, as passeatas anti-PT foram realizadas em 13 de março, um domingo, 52 anos depois do 13 de março, uma sexta-feira (aliás, uma sexta-feira 13, para quem crê em superstição, o que não é meu caso), quando o presidente João Goulart fazia um discurso em frente à Central do Brasil, no Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara.
A princípio, a passeata pró-PT parecia a recuperação moral do governo, abalado por uma investigação confusa e uma campanha midiática bastante feroz, alimentada também pela odiosa oposição política.
Pessoas ocupando 11 quarteirões da Av. Paulista, em São Paulo. Outras cidades mostrando grandes multidões dando seu apoio a Dilma Rousseff, Lula e o PT. Apelos para que Dilma permanecesse no poder e Lula fosse empossado ministro. Os "coxinhas" devem sofrer má digestão diante de tais manifestações.
As esquerdas, pelo menos as ligadas ao PT, consideram o evento vitorioso. O discurso de Lula, falando em lição de democracia para aqueles que falam nela mas não acreditam na mesma, parecia dissipar, nos corações desses manifestantes, as nuvens da tempestade política que promete pôr fim a quase quinze anos de governo petista.
Todavia, isso é um momento de cautela. O clima continua sendo de insegurança e tensão. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criou uma comissão do impeachment e, ontem, quis que os membros trabalhassem - sexta é dia de folga no Congresso Nacional - para acelerar o processo de expulsão de Dilma Rousseff do governo.
Isso lembra, em parte, o discurso de João Goulart na Central, quando as esquerdas acreditavam numa vitória do governo, com o trunfante Jango anunciando a assinatura de documentos para reforma agrária em propriedades localizadas à beira de rodovias, que seria o início do processo de distribuição de terras.
Foi preciso esperar o fim daquele março de 1964 para, no Primeiro de Abril - as Forças Armadas sempre recuaram para um dia antes a data do golpe de 1964 para evitar trocadilhos, até porque eles mentiram dizendo que estavam instaurando uma "revolução democrática" no país - , Jango perder o poder para sempre.
Hoje são noticiados em larga escala os episódios de ontem. É hora de debater as notícias do dia anterior. E, passada a euforia dos atos pró-PT, Lula e Dilma se iludem diante dos motivos que atribuem serem vitoriosos: o apoio das instituições, dos movimentos sociais, das leis, das classes populares.
Eles se iludem porque a direita pode ser estúpida, burra, aloprada e política e juridicamente analfabeta. A direita pode ser debiloide, paranoica, atrapalhada, neurótica. Mas é psicopata e pode rasgar as leis, atropelar a ética e derrubar tudo o que vier pela frente.
Isso ocorreu no golpe de 1964, quando as pessoas nem imaginavam que debates e desentendimentos da direita quanto à forma de destituir Jango teriam alguma ação. Foi um ato isolado do governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, e o general de um quartel de Juiz de Fora, Olímpio Mourão Filho, que "de repente" instaurou um golpe e daí veio a inimaginada ditadura de 21 anos.
E hoje? Não se sabe. O contexto é outro e, se ocorrer algum golpe, não será pelas Forças Armadas, desgastadas e até pauperizadas demais para investir em ação semelhante. Será pelas vias institucionais, vide a batalha das leis e o empenho da direita de improvisar artifícios jurídicos de valor duvidoso para derrubar o PT e seus membros.
Não se deve esquecer do "grampeamento" feito por Sérgio Moro das conversas entre petistas. Em algumas delas, Lula parece estar irritado. A mídia irá explorar o máximo dessas conversas, e a tendência, infelizmente, é a da direita derrubar o governo, porque ela não está aí para leis, nem para povo e nem para ética.
A direita tem dinheiro e ambições de derrubar o governo Dilma e querer um conservador no lugar. Só que o governante direitista não vai ficar distribuindo dinheiro aos montes para os reaças que os apoiaram. Pelo contrário, os "revoltados" vão acabar sendo "degolados" pelo seu líder no poder, que não vai gostar de repartir o bolo da festa para uma "garotada" barulhenta.
Ontem ocorreram manifestações em várias cidades do país em favor do governo da presidenta Dilma Rousseff e em solidariedade ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, impedido por liminar de exercer o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, cargo do qual chegou a ser empossado.
Elas se tornaram bem mais espontâneas que as dos "revoltados" da direita, até porque descobriu-se que as passeatas do "Fora Dilma" foram na verdade "micaretas" que demonstravam a atuação de uma parcela despolitizada e rancorosa da sociedade privilegiada.
A direita anda rancorosa e tão atrapalhada que o juiz Sérgio Moro, herói dos "revoltados" e tido como "imparcial" e "honesto", mas que é marido de uma funcionária do PSDB, admitiu que cometeu deslizes legais para realizar o grampo entre Lula e Dilma, tarefa que causou muita polêmica entre juristas, embora a atuação de Moro seja em muitos pontos reprovada por juristas sérios.
Os direitistas até tentaram ser "imparciais", vaiando Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Marta Suplicy e Paulo Skaf, acusando-os de oportunistas, mas não escondiam sua preferência a um desordeiro como Jair Bolsonaro, aplaudido naquele confuso espetáculo em que muitos vestiam debilmente a camisa da Seleção Brasileira de Futebol (combater a corrupção com camisa da corrupta CBF é dose).
AS ESQUERDAS SE SENTIRAM TAMBÉM VITORIOSAS DURANTE O COMÍCIO DO PRESIDENTE JOÃO GOULART NA CENTRAL DO BRASIL, RIO DE JANEIRO, EM 13 DE MARÇO DE 1964.
Por uma inversão cronológica, as passeatas anti-PT foram realizadas em 13 de março, um domingo, 52 anos depois do 13 de março, uma sexta-feira (aliás, uma sexta-feira 13, para quem crê em superstição, o que não é meu caso), quando o presidente João Goulart fazia um discurso em frente à Central do Brasil, no Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara.
A princípio, a passeata pró-PT parecia a recuperação moral do governo, abalado por uma investigação confusa e uma campanha midiática bastante feroz, alimentada também pela odiosa oposição política.
Pessoas ocupando 11 quarteirões da Av. Paulista, em São Paulo. Outras cidades mostrando grandes multidões dando seu apoio a Dilma Rousseff, Lula e o PT. Apelos para que Dilma permanecesse no poder e Lula fosse empossado ministro. Os "coxinhas" devem sofrer má digestão diante de tais manifestações.
As esquerdas, pelo menos as ligadas ao PT, consideram o evento vitorioso. O discurso de Lula, falando em lição de democracia para aqueles que falam nela mas não acreditam na mesma, parecia dissipar, nos corações desses manifestantes, as nuvens da tempestade política que promete pôr fim a quase quinze anos de governo petista.
Todavia, isso é um momento de cautela. O clima continua sendo de insegurança e tensão. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criou uma comissão do impeachment e, ontem, quis que os membros trabalhassem - sexta é dia de folga no Congresso Nacional - para acelerar o processo de expulsão de Dilma Rousseff do governo.
Isso lembra, em parte, o discurso de João Goulart na Central, quando as esquerdas acreditavam numa vitória do governo, com o trunfante Jango anunciando a assinatura de documentos para reforma agrária em propriedades localizadas à beira de rodovias, que seria o início do processo de distribuição de terras.
Foi preciso esperar o fim daquele março de 1964 para, no Primeiro de Abril - as Forças Armadas sempre recuaram para um dia antes a data do golpe de 1964 para evitar trocadilhos, até porque eles mentiram dizendo que estavam instaurando uma "revolução democrática" no país - , Jango perder o poder para sempre.
Hoje são noticiados em larga escala os episódios de ontem. É hora de debater as notícias do dia anterior. E, passada a euforia dos atos pró-PT, Lula e Dilma se iludem diante dos motivos que atribuem serem vitoriosos: o apoio das instituições, dos movimentos sociais, das leis, das classes populares.
Eles se iludem porque a direita pode ser estúpida, burra, aloprada e política e juridicamente analfabeta. A direita pode ser debiloide, paranoica, atrapalhada, neurótica. Mas é psicopata e pode rasgar as leis, atropelar a ética e derrubar tudo o que vier pela frente.
Isso ocorreu no golpe de 1964, quando as pessoas nem imaginavam que debates e desentendimentos da direita quanto à forma de destituir Jango teriam alguma ação. Foi um ato isolado do governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, e o general de um quartel de Juiz de Fora, Olímpio Mourão Filho, que "de repente" instaurou um golpe e daí veio a inimaginada ditadura de 21 anos.
E hoje? Não se sabe. O contexto é outro e, se ocorrer algum golpe, não será pelas Forças Armadas, desgastadas e até pauperizadas demais para investir em ação semelhante. Será pelas vias institucionais, vide a batalha das leis e o empenho da direita de improvisar artifícios jurídicos de valor duvidoso para derrubar o PT e seus membros.
Não se deve esquecer do "grampeamento" feito por Sérgio Moro das conversas entre petistas. Em algumas delas, Lula parece estar irritado. A mídia irá explorar o máximo dessas conversas, e a tendência, infelizmente, é a da direita derrubar o governo, porque ela não está aí para leis, nem para povo e nem para ética.
A direita tem dinheiro e ambições de derrubar o governo Dilma e querer um conservador no lugar. Só que o governante direitista não vai ficar distribuindo dinheiro aos montes para os reaças que os apoiaram. Pelo contrário, os "revoltados" vão acabar sendo "degolados" pelo seu líder no poder, que não vai gostar de repartir o bolo da festa para uma "garotada" barulhenta.
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