É polêmica a iniciativa de Glenn Greenwald de recorrer à mídia convencional para divulgar novas notícias sobre o escândalo da Vaza Jato.
Ele sabe que existem riscos, mas creio que ele preferiu agir assim para furar a bolha da mídia alternativa, atingindo o público em geral.
Depois das parcerias com Reinaldo Azevedo, da Band News FM, e com a Folha de São Paulo, é a vez de Veja se envolver na cobertura do escândalo.
A novidade está por conta das testemunhas que o então juiz Sérgio Moro indicou a Deltan Dallagnol para serem usadas como acusação contra o ex-presidente Lula.
As testemunhas teriam supostamente informações sobre os negócios da família Lula, o que poderia reforçar a narrativa para condenar o petista.
A novidade é que as duas testemunhas tiveram seu nome revelado pela matéria da parceria The Intercept Brasil com a Veja.
São dois cidadãos de Campo Grande, Mato Grosso do Sul: o técnico em contabilidade Nilton Aparecido Alves, de 57 anos, e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de gasolina na capital mato-grossense-do-sul.
Na conversa antes divulgada, que não citou os nomes dos dois indivíduos, Deltan Dallagnol seguiu a orientação de Sérgio Moro e foi falar com cada um deles.
Ambos, porém, se recusaram a colaborar para a Operação Lava Jato.
Deltan digitou mensagem para Moro, falando dessa impossibilidade e deu-lhe uma sugestão.
A sugestão de uma denúncia anônima para servir de justificativa para a expedição de uma intimação para obrigar os dois homens a prestar depoimento no Ministério Público.
Os maiores desdobramentos já estão sendo divulgados, mas até a edição deste texto eles não haviam sido lançados.
A revelação mostra o quanto a Operação Lava Jato mais parece uma organização mafiosa, negociando tendenciosamente depoimentos, pareceres e outras tarefas relacionadas.
Isso derruba de vez a imparcialidade de Sérgio Moro e seus procuradores, que atuam numa verdadeira promiscuidade jurídica.
Glenn Greenwald avança na divulgação dessas informações, e promete divulgar áudios depois que o material escrito for publicado.
Na sua recente sabatina na Câmara dos Deputados, no último dia 26 de junho, a bolsonarista Carla Zambelli, duvidando do trabalho do jornalista, cobrou dele que apresentasse os áudios imediatamente.
Greenwald explicou que irá divulgar os áudios depois que concluir o material dos diálogos do Telegram.
O jornalista ainda acrescentou que Carla Zambelli iria se arrepender de seu pedido, uma vez que as revelações da Vaza Jato podem chegar ao governo Bolsonaro.
Falando em Jair Bolsonaro, ele teve, como sempre, péssimo desempenho na reunião do G-20, tentou vender bijuteria de nióbio numa entrevista coletiva e saiu-se deslocado na pós-festa do evento.
Dizer que o governo Bolsonaro é vergonhoso é ser muito gentil com ele.
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