Dias atrás, Jair Bolsonaro teve um acidente doméstico, teria batido a cabeça ao cair. Nada muito grave, apesar do presidente dizer que teve perda momentânea da memória.
A queda que esperamos, no entanto, não aconteceu. Melhor não ter ocorrido o acidente doméstico, afinal não podemos ser sádicos.
A queda que queremos é a do governo, a saída de um presidente sem compromisso com o povo.
Dito isso, vemos que o tal "pacote anti-crime" anda fazendo estremecer as relações entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro.
Eu ainda não estou muito por dentro da novidade chamada "juiz de garantias", mas ela parece, pelo que leio em alguns textos, uma ideia acertada.
O juiz de garantias se separa do juiz do processo porque este se limita a julgar os casos criminais e os demais processos jurídicos.
Já o juiz de garantias faz o controle das investigações e busca salvaguardar, ou seja, garantir os direitos fundamentais do acusado, entre eles o da ampla defesa.
Isso está fazendo tanto Sérgio Moro e Jair Bolsonaro coçarem suas cabeças. Foi um "monstro" que surgiu, de repente, no alterado "projeto anti-crime" que foi idealizado por Moro e que o Congresso Nacional mexeu em vários pontos.
Fora esse pequeno avanço, temos retrocessos como o veto de Bolsonaro à obrigação do Sistema Único de Saúde (SUS) a garantir a oferta de sangue e de remédios. O veto a um projeto de lei que determinava essa obrigação foi integral.
O projeto de Paulo Guedes de privatizar empresas públicas e vender as riquezas nacionais também segue em frente.
Uma plataforma da Halliburton, companhia estadunidense de petróleo, estacionou estranhamente diante de um quartel da Marinha numa das ilhas da Baía da Guanabara.
Dizem que, quando um país emergente sofre uma séria crise econômica, lá vem a Halliburton com suas plataformas para extrair petróleo e deixar a economia da referida nação ainda mais debilitada.
E já se fala no aumento do gás de cozinha, apesar das promessas do ministro Paulo Guedes de que a privatização das exploradoras de recursos naturais vai fazer o preço do referido produto cair pela metade.
A carne também aumentou, e ninguém vai aguentar cozinhar carne cara com gás caro.
Jair Bolsonaro tornou-se, ao lado de Michel Temer, o presidente "balança mas não cai". Tem crises violentas, episódios tragicômicos, mas o governo segue em frente.
As elites seguram, porque é para que se cumpra o rol de retrocessos econômicos e trabalhistas.
Mas pelo menos o povo deveria deixar de tanta acomodação e ir à luta. Chega de pragmatismo.
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