As imagens da correria dos pobres para fugir dos tiros disparados pela polícia na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, é chocante.
Pessoas nervosas, num espaço pequeno, cercado de um muro, todo mundo apavorado, um grande sufoco, que resultou em pessoas mortas pisoteadas.
As vítimas fatais desse dramático acontecimento foram identificadas. São elas:
Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 16 anos
Dennys Guilherme dos Santos Franca, de 16 anos
Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos
Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos
Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos
Mateus dos Santos Costa, de 23 anos
Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos
Eduardo Silva, de 21 anos
Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos
Eram pessoas honestas, muito queridas por seus familiares, cheias de sonhos e projetos que foram violentamente abortados.
Mas não foram as únicas e lamentáveis vítimas. Os que não morreram sofreram a agressão abusiva de policiais furiosos.
Houve ataque de garrafada, agressões diversas, até agressão sexual.
Policiais que deviam trazer segurança, trazem não apenas medo, mas trauma.
Quantas famílias em Paraisópolis ficaram traumatizadas com a perda chocante de nove jovens queridos, amigos, simpáticos e alegres.
Elas sentem uma saudade amarga dos que foram, com a indignação de que as tragédias foram provocadas por um tiro disparado por um policial.
Se bem que existem dúvidas se esses nove mortos foram mesmo pisoteados. As informações se desencontram. Favelados e policiais contradizem em suas versões.
Desde o golpe político de 2016, os policiais violentos e corruptos e os milicianos se empoderaram.
Nas redes sociais, policiais são flagrados, pelos celulares dos cidadãos corajosos, batendo em sem-teto, tocando maliciosamente nas pernas de mulheres, jogando spray de pimenta em pessoas e cães, e gracejando depois de bater em pessoa deficiente, andando de muleta.
Os milicianos, nem se fala. Até agora não se sabe realmente quem mandou matar a vereadora Marielle Franco.
Pobres e negros são as maiores vítimas desse extermínio que, em diversos aspectos - como o feminicídio e a violência no campo - tem como objetivo eliminar os menos privilegiados da sociedade e reduzir a população brasileira com esse holocausto ao ar livre.
A carnificina já coloca os políticos Jair Bolsonaro, Wilson Witzel e João Dória Jr. na disputa para quem investe mais em violência militar ou paramilitar.
No caso de Paraisópolis, o trágico episódio aumenta o desgaste de Dória Jr., o mesmo que, em outros tempos, era o apresentador de um programa para as elites.
O Sindicato dos Advogados de São Paulo já pede que o governador de São Paulo seja responsabilizado pela tragédia de Paraisópolis.
Dória Jr., como responsável por investir, através de sua equipe, em segurança policial na cidade de São Paulo, agiu com negligência no treinamento e seleção dos policiais.
Daí que a polícia, para a população pobre, não traz segurança. Traz terror. Essa realidade não pode continuar assim. Chega de tantos inocentes mortos!
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