Pular para o conteúdo principal

O OBSCURANTISMO DA FÉ E SUAS ILUSÕES


Há poucos dias, um portal da Internet teve a coragem, ou melhor, a covardia, de publicar as tais frases da megera Madre Teresa de Calcutá, conhecida pelo seu jeito ranzinza e desmascarada pelo falecido jornalista Christopher Hitchens em seu livro e documentário sobre o lado sombrio daquela que tornou-se "santa" por conta de uma intoxicação alimentar.

Sim. O que muita gente acreditou ser um câncer terminal, que teria atingido um engenheiro de Santos numa lua-de-mel no Rio Grande do Sul, foi uma intoxicação alimentar. O sintoma de formigamento na cabeça é típico de intoxicação alimentar. Mal-estar, muito sufoco, mas no dia seguinte, de repente, o enfermo se levanta e vai fazer o café da manhã. 

Câncer terminal? Que insanidade acreditar numa mentira dessas, só porque foi compartilhada por uma quinzena de médicos que combinaram participar da brincadeira porque a santificação iria fazer vender umas medalhinhas da megera atribuídas a supostos milagres. Um outro suposto milagre teria sido um tratamento de câncer comum, que havia dado certo porque foi dado durante o estágio inicial da doença.

E aí vemos o quanto as raposas do obscurantismo religioso travestido de "espiritualismo", incluindo a citada reaça católica e os "médiuns espíritas", todos outrora admirados por mim, enganam muita gente. Eu fui enganado, fui "espírita" durante 28 anos, já tive crenças que hoje ainda aprisionam muita gente boa, incapaz de se livrar dessa cicuta astral. Ou, melhor dizendo, "chicuta".

O mesmo portal ainda aponta, como "positiva" curiosidade, o suposto envolvimento da modernista Tarsila do Amaral com o Espiritismo brasileiro, com um "médium" charlatão e reacionário - e que, apesar da boa reputação , tem a morte suspeita de um sobrinho nas costas - , numa atitude desesperada do "sistema" de atribuir ao religioso algum apelo de modernidade que dissimule sua obra de ideias medievais que soam como um "bolsonarismo do bem". 

Observando bem as coisas, esse obscurantismo da fé oferece ilusões mais sutis e mais traiçoeiras do que aquelas facilmente detectáveis de pastores e "bispos" neopentecostais, com seu discurso hidrófobo e suas cobranças aos fiéis para eles darem dinheiro para tais igrejas, sob pena de "irem ao inferno".

A "boa" religiosidade que enganou muitos esquerdistas - que no entanto não fazem mea culpa, "deixam para lá", jogando suas convicções e ídolos religiosos no armário. Os chamados "médiuns espíritas", de ideias ultraconservadoras, mas trazidas sem o aparato intolerante e a linguagem raivosa dos "bispos" neopentecostais", enganam pelo discurso suave e pelas promessas de "vida melhor". Mesmo defendendo a ditadura e, recentemente, o bolsonarismo, os "médiuns" ainda fazem parte dos "brinquedos culturais" das chamadas "esquerdas médias", as esquerdas mainstream.

Me preocupa que esse obscurantismo religioso, trazido sob sorrisos falsamente dóceis de espertalhões da fé, que se gabam de condenar os argueiros dos olhos dos "bispos" neopentecostais desesperados em arrancar grana dos fiéis. Como se o Catolicismo medieval de uma Madre Teresa, tal como a sua forma repaginada que é o Espiritismo brasileiro, dito "kardecista", se valessem pela suposta gratuidade e pela pretensa despretensão material de seus pregadores.

Conversa. Eles querem dinheiro, sim, mas usam meios sutis de arrancar grana de quem tem. Precisam ser discretos, adotar discurso suave, ficar sempre sorrindo. Sorriem tanto que eu mesmo pude testemunhar, até pelos meus casos, mas também os dos outros, a aberrante situação de pessoas narrando seus sofrimentos e dificuldades extremas, nos auxílios fraternos seus atendentes, os "tarefeiros", reagem sorrindo e, tentando ser simpáticos, sempre falam "está tudo bem".

As rendas vem de lançamentos recentes, como filmes "espíritas" - risíveis dramalhões "globais" (de Rede Globo) de temáticas "astrais" - e livros diversos. E de vez em quando, no YouTuber, com fins de lacração e monetização através desse sensacionalismo mentiroso, aparece uma suposta mensagem pretensamente atribuída a um falecido da moda. Eu já denunciei como farsa ao YouTube um vídeo atribuído supostamente ao saudoso ator Domingos Montagner, que continua no ar nesta plataforma digital.

Essas ilusões da fé só demonstram "beleza", "suavidade" e "encanto", prometendo "paz" para as pessoas, para a chamada elite do atraso que agora quer se passar por "boazinha", se desvencilhando do raivismo bolsonarista dos "irmãozinhos infelizes". Essa elite, que engana o Brasil inteiro com seu "espiritualismo" de fachada, se orgulha de não possuir a "cegueira" dos "bispos" e pastores dominados pelos argueiros de seus olhos.

Mas as traves dos olhos cegam esses "bons religiosos", desses lobos em peles de cordeiros que capricham na fala macia, nas boas palavras, nas expressões leves, caprichando nas sobrancelhas incapazes de um único franzimento, a não ser pela fingida concentração do falso recebimento de um suposto espírito de alguém morto.

Numa época em que o lulismo desnorteia as esquerdas, agora vulneráveis a tudo que parecer desprovido de "raiva" e "intolerância" - uma gororoba rotulada tendenciosamente de "democracia" - , é perigoso que setores do obscurantismo da fé seduzam as pessoas por um discurso aparentemente ausente de "ódio" e se vale do aparato traiçoeiro de palavras positivas.

A classe média do atraso, a classe medíocre que domina o senso comum brasileiro de hoje, dorme tranquila porque esses lobos em pele de cordeiro, cheios de mel na boca e muito bem perfumados, pregam a Teologia do Sofrimento apenas para quem é pobre ou não participa dos bacanais da "boa sociedade". Para esta, vale o discurso da Teologia da Prosperidade, o mesmo que os "neopenteques" despejam através do idioma do raivismo e da histeria.

Os "bons espiritualistas", no entanto, pregam essa doutrina de "desejar mal a uns e bem a outros" com uma fala macia. Vozes suaves, olhares serenos, mãos com leveza para tocar nos ombros de alguém mais desgraçado. Sem perceber, nossas esquerdas caem na lábia facilmente, cultuando "médiuns" que apoiaram abertamente a ditadura militar, sob a ilusão de que "pelo menos, eles nunca agiram com a histeria cáustica de um Silas Malafaia".

O discurso se divide. Para quem é próspero, esses "médiuns", "madres", "padres" e outros com a boca empanturrada de mel, preferem usar a narrativa da "felicidade fácil". Para quem não é próspero e, independente de ser pobre ou não, sofre adversidades sem controle e sem fim, usa-se a Teologia do Sofrimento, mas com o cuidado do discurso não soar bolsonarista. Deseja-se, portanto, o prejuízo alheio sob o pretexto de que, através dele, se chega rapidinho às bênçãos humanas.

E para evitar que alguém aponte alguma contradição, esses pregadores da cicuta astral têm que unir as diferentes narrativas, numa retórica de "fraternidade e paz" que me faz lembrar de George Orwell no livro A Revolução dos Bichos (1945): "Todos somos iguais, mas uns são mais iguais do que outros".

E aí vemos o quanto os sofredores extremos sofrem injustiças, se comparado com os pregadores religiosos que, fingindo humildade - a ponto de um famoso "médium" de Uberaba apelar para o grotesco ritual de beija-mão de pobres desesperados, submissos e precariamente ajudados - , vivem de seus privilégios e confortos lamentavelmente "distintos".

Sofredores e pobres não podem passear pelos principais bairros de uma cidade onde moram. Mas um pregador religioso pode viajar para a Europa e os EUA se hospedar em hotéis luxuosos. Desafortunados mal podem escolher entre uma sopinha aguada e um feijão com arroz ruim, mas o pregador religioso tem em mãos um cardápio onde pode escolher o prato que quiser, sem se preocupar com o preço.

Um desafortunado não pode obter um emprego de sua vocação, e não raro terá que servir a patrões perversos ou corruptos. O pregador religioso é um servidor público ou um professor que recebe razoavelmente bem (algo como três salários mínimos) e pode faltar ao serviço em nome da "caridade", com direito a ir a festas chiques e posar em fotos ao lado de juízes, socialites e outros ricaços.

Se o desafortunado é alguém que publica um livro na Internet, ele mal consegue vender duas cópias por mês, de obras que transmitem conhecimento honesto e criativo. Mas o pregador religioso vende milhares de cópias de livros dotados de obscurantismo religioso e que, no caso dos "médiuns", ainda carrega o artifício fake de enfeitar tais obras com nomes de mortos, produzindo o sensacionalismo necessário para anabolizar as vendas e fazer a fortuna desses "arautos da humildade humana".

É vergonhoso que esses religiosos sejam blindados, não há uma investigação jornalística que se encoraje a investigar as sombras ocultas desses cenários de luzes artificialmente intensas. Mas agora que vemos a decepcionante atuação de Glenn Greenwald, que mudou recentemente de postura e passou, estranhamente, a defender o indefensável Monark (uma espécie de "Kim Kataguiri" dos influenciadores digitais), qual jornalista investigativo não passou a escrever suas matérias com a flanela?

Mas trata-se de uma "boa sociedade" cujos tataravôs defenderam o regime escravocrata. O Brasil passou quase 400 anos chicoteando, enforcando e marcando a ferro os escravos, não raro por razões tão bobas, e muito se resistiu às pressões pelo fim da escravidão, embora também era difícil defender um tratamento humano e digno para os africanos tão mal compreendidos em sua origem social.

Hoje, temos a "Casa Grande" pós-moderna, metida a boazinha, uma "Casa Grande" que finge ser "Senzala" e pensa ser "Quilombo". A "boa" elite do atraso agora é livre de acusação pelo golpe de 2016, já que seus pecados são pagos, por procuração, por histéricos bolsonaristas que agora pagam pelo que até mesmo os mais educados tucanos, que hoje estão ao lado de Lula, fizeram há cerca de sete anos.

Por isso a "boa" elite do atraso, que se entristece quando é reconhecida por este nome, prefere o tratamento paternalista aos pobres, sem tirar deles sua inferioridade social. No âmbito do profano, essa "boa sociedade" defende a bregalização, "carnavalizando" forçadamente as favelas e anestesiando o povo pobre no recreio da imbecilização cultural. 

No plano do sagrado, há a "caridade" de católicos medievais e "espíritas", ou outros religiosos semelhantes, que em nada contribui de concreto para combater a pobreza, apenas deixando ela "superada" temporariamente. E aí vemos que, enquanto se esgotam em duas semanas os mantimentos das casas de famílias miseráveis, o evento filantrópico que resultou nesses donativos são comemorados por até um ano. Festejam uma pretensa caridade, ignorando que a fome voltou a visitar o povo pobre.

Mas ninguém desconfia. Nem as esquerdas que hoje cortejam até o devoto da Opus Dei, Geraldo Alckmin. E aí vamos aguentar mais séculos de opressão ao povo pobre, agora travestida de "solidariedade", por meio de um paternalismo que, somente na aparência, é capaz de fazer diferir senhores de engenho de "médiuns" e "madres". Mas isso é só aparência, pois na essência o desprezo ao povo pobre é terrivelmente o mesmo, e, em certos casos, o discurso "sem raiva" esconde um conservadorismo medieval de fazer até os bolsonaristas ficarem boquiabertos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

PUBLICADO 'ESSA ELITE SEM PRECONCEITOS (MAS MUITO PRECONCEITUOSA)'

Está disponível na Amazon o livro Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , uma espécie de "versão de bolso" do livro Esses Intelectuais Pertinentes... , na verdade quase isso. Sem substituir o livro de cerca  de 300 páginas e análises aprofundadas sobre a cultura popularesca e outros problemas envolvendo a cultura do povo pobre, este livro reúne os capítulos dedicados à intelectualidade pró-brega e textos escritos após o fechamento deste livro. Portanto, os dois livros têm suas importâncias específicas, um não substitui o outro, podendo um deles ser uma opção de menor custo, por ter 134 páginas, que é o caso da obra aqui divulgada. É uma forma do público conhecer os intelectuais que se engajaram na degradação cultural brasileira, com um etnocentrismo mal disfarçado de intelectuais burgueses que se proclamavam "desprovidos de qualquer tipo de preconceito". Por trás dessa visão "sem preconceitos", sempre houve na verdade preconceitos de cl

LULA, O MAIOR PELEGO BRASILEIRO

  POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, LULA DE 2022 ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE FERNANDO COLLOR O QUE DO LULA DE 1989. A recente notícia de que o governo Lula decidiu cortar verbas para bolsas de estudo, educação básica e Farmácia Popular faz lembrar o governo Collor em 1991, que estava cortando salários e ameaçando privatizar universidades públicas. Lula, que permitiu privatização de estradas no Paraná, virou um grande pelego político. O Lula de 2022 está mais próximo do Fernando Collor de 1989 do que o próprio Lula naquela época. O Lula de hoje é espetaculoso, demagógico, midiático, marqueteiro e agrada com mais facilidade as elites do poder econômico. Sem falar que o atual presidente brasileiro está mais próximo de um político neoliberal do que um líder realmente popular. Eu estava conversando com um corretor colega de equipe, no meu recém-encerrado estágio de corretagem. Ele é bolsonarista, posição que não compartilho, vale lembrar. Ele havia sido petista na juventude, mas quando decidiu votar em Lul

O ETARISTA E NADA DEMOCRÁTICO MERCADO DE TRABALHO

É RUIM O MERCADO DISCRIMINAR POR ETARISMO, AINDA MAIS QUANDO O BRASIL HOJE É GOVERNADO POR UM IDOSO. O mercado de trabalho, vamos combinar, é marcado pela estupidez, como se vê na equação maluca de combinar pouca idade e longa experiência, quando se exige experiência comprovada em carteira assinada até para coisas simples como fazer cafezinho. O drama também ocorre quando recrutadores de "oficinas de ideias" não conseguem discernir reportagem de stand up comedy  e contratam comediantes para cargos de Comunicação, enganados pelas lorotas contadas por esses humoristas sobre uma hipotética carreira jornalística, longa demais para suas idades e produtiva demais para permitir uma carreira paralela ou simultânea a gente que, com carreira na comédia, precisa criar e ensaiar esquetes de piadas. Também vemos, nos concursos públicos, questões truncadas e prolixas - que, muitas vezes mal elaboradas, nem as bancas organizadoras conseguem entender - , em provas com gabaritos com margem de

MAIS DECEPÇÃO DO GOVERNO LULA

Governo Lula continua decepcionando. Três casos mostram isso e se tratam de fatos, não mentiras plantadas por bolsonaristas ou lavajatistas. E algo bastante vergonhoso, porque se trata de frustrações dos movimentos sociais com a indiferença do Governo Federal às suas necessidades e reivindicações. Além de ter havido um quarto caso, o dos protestos de professores contra os cortes de verbas para a Educação, descrito aqui em postagem anterior, o governo Lula enfrenta protestos dos movimentos indígenas, da comunidade científica e dos trabalhadores sem terra, lembrando que o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) já manifestou insatisfação com o governo e afirmou que iria protestar contra ele. O presidente Lula, ao lado da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, assinou, no último dia 18, a demarcação de apenas duas terras para se destinarem a ser reservas indígenas, quando era prometido um total de seis. Aldeia Velha (BA) e Cacique Fontoura (MT) foram beneficiadas pelo document