LULA NO ENCONTRO DA COMUNIDADE DE ESTADOS LATINO-AMERICANOS E DO CARIBE.
O presidente Lula acumula grandes perdas de tempo. Em sua campanha presidencial, ele prometia governar imediatamente depois que fosse anunciado vitorioso nas urnas do primeiro turno eleitoral, já que ele insistiu desesperadamente para que os brasileiros votassem só nele para derrotar Bolsonaro.
Juntemos então os prazos do tempo perdido. Pelos erros de campanha, Lula perdeu, de 03 a 30 de outubro, 28 dias. Vamos para o período que vai de 31 de outubro a 31 de dezembro, em que oficialmente o Brasil ainda é governado por Jair Bolsonaro. 62 dias. Se contarmos a soma deste período, 28 mais 62, o resultado é 90 dias, ou seja, três meses.
E aí temos, até agora, 26 dias de governo Lula, que jurava que tinha urgência máxima em reconstruir o país, reparar a devastação do governo Bolsonaro, em fazer erradicar a fome, o analfabetismo, a desnutrição, a violência, o desemprego, a falta de moradia. 26 mais 90 dá 116. Quase quatro meses.
E aí nos lembramos que Lula, em suas entrevistas, desejava fazer "40 anos em 4" no seu governo, iria trabalhar dia após dia para reconstruir o Brasil, para fazer o brasileiro "voltar a sorrir" e "voltar a sonhar". Lula arriscou sua saúde limitada para uma agenda exaustiva e tensa, para prometer mundos e fundos para sair vitorioso, e venceu as eleições com uma margem apertada de votos.
O que isso significa? Lula prometeu dez dias em um. Ou seja, seriam 1160 dias em 116. 1160 é pouco mais do que três anos, o que representa um desperdício que reduz o "tempo" prometido de Lula para, praticamente, 37 anos em 4. O ritmo de Lula está pachorrento e, até agora, não houve medidas concretas, apenas propostas e, da parte do Lula, muita oratória.
A reconstrução do país não veio, porque houve a preocupação única com a desconstrução do governo Bolsonaro. Até aí, tudo bem, nada demais, mas o governo Lula não precisa se preocupar com isso. Já existem órgãos e instituições que podem cuidar do desmonte do bolsonarismo: Ministério da Justiça e Segurança Pública, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público e Polícia Federal, entre outros. Nomes como Flávio Dino e Alexandre de Moraes já sabem como usar as leis para combater o bolsonarismo e prevenir o Brasil contra a ameaça de golpe.
Fora isso, Lula, considerado "o maior estrategista do Brasil", cometeu o vergonhoso erro estratégico de primeiro fazer sua imagem lá fora, cuidando de si mesmo, em vez de cuidar do nosso país. Dois pobres inocentes já foram mortos em favelas, um jovem na Tijuca, no Rio de Janeiro, e uma menina criança em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, por conta do abuso da violência policial que se intensificou após o golpe político de 2016, em clara demonstração de racismo ao exterminar negros pobres.
Lula viajou para a Argentina e Uruguai. Se apressou em reencontrar o amigo e ex-presidente uruguaio, José Mojica. Fez discursos que foram bem aplaudidos, pois Lula é habilidoso orador, apesar de sua voz não ser mais a mesma. Lula se preocupou em se promover nos noticiários internacionais do que em socorrer o Brasil em crise.
Mas o "grande líder mundial" deixou seu vice, Geraldo Alckmin, "cuidar das pessoas", como o eterno tucano havia prometido ao aceitar a chapa ao lado do petista. Mas mesmo assim, até agora, Alckmin também não disse a que veio. Neoliberal da gema, Alckmin só "despacha" no gabinete de Lula, mas sua atuação anda meio parada por dois motivos: Alckmin tem um projeto de governo diferente do titular, e no entanto, como vice, não pode governar sem o consentimento de Lula.
Até agora, se prometem reuniões, discussão de propostas, planejamento de medidas. Até agora, nada foi feito. Para quem não tinha programa de governo, pois Lula se recusou a usar essa ferramenta fundamental, se esquecendo de sua experiência como operário, faz sentido demorar a governar.
Enquanto isso, o Brasil continua arrasado, esperando a prometida reconstrução. Também, a elite do atraso, a classe média medíocre que votou, em maioria, no Lula, nunca foi prejudicada de 2016 para cá, vivendo sua boa vida mesmo sob as tempestades de Temer e Bolsonaro. Para essa elite feliz da vida, tanto faz se Lula reconstruir ou não o Brasil, pois para ela dá para esperar. Mas, para o povo brasileiro em geral, a miséria não espera para fazer seus estragos.
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