EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS PELA BRASKEM CAUSARAM AFUNDAMENTO DE SOLO QUE AFETARAM CASAS DE QUATRO BAIRROS DE MACEIÓ, ENTRE ELES PINHEIRO, NA FOTO.
Em tempos de positividade tóxica, indignar-se se confunde com bolsonarismo. A ideia agora é ser feliz, extrair alegria da dor, estar de acordo com tudo, acreditar no Papai Noel de adultos chamado Deus, e esperar que o Lulão decida lá de cima, no Poder Executivo, o que deve ser bom ou não para os brasileiros. Tudo agora é positividade, dentro do raciocínio algorítmico a norma é evitar a raiva e a contrariedade, e isso inclui, infelizmente, até o exercício da revolta e do pensamento crítico.
Em tempos de positividade tóxica, indignar-se se confunde com bolsonarismo. A ideia agora é ser feliz, extrair alegria da dor, estar de acordo com tudo, acreditar no Papai Noel de adultos chamado Deus, e esperar que o Lulão decida lá de cima, no Poder Executivo, o que deve ser bom ou não para os brasileiros. Tudo agora é positividade, dentro do raciocínio algorítmico a norma é evitar a raiva e a contrariedade, e isso inclui, infelizmente, até o exercício da revolta e do pensamento crítico.
Mas chega um momento que não dá para evitar a indignação e a contestação. É o caso da junção de dois episódios aparentemente sem relação, o afundamento do solo que prejudicou várias casas em quatro bairros de Maceió, capital de Alagoas - Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Mutange - , deixando vários desabrigados, e o patrocínio da empresa exploradora de minerais Braskem ao Big Brother Brasil.
O afundamento de solo que atingiu várias residências e as tornaram áreas de risco, principalmente durante o período de chuvas, se deu em consequência da exploração de minérios da Braskem, feita de forma abusiva e irresponsável, com o mesmo espírito de descaso que fez com que as cidades mineiras de Mariana e Brumadinho, por conta da omissão de outra empresa, a Vale (que, como a Braskem, são "filhas" da privatização da Era FHC), foram atingidas por trágicos desastres ambientais.
E aí, a Braskem, que afirmou não ter recursos suficientes para indenizar os moradores dos quatro bairros da capital alagoana, torna-se patrocinadora do reality show franqueado pela Rede Globo, demonstrando um grande desrespeito à população.
A retirada de sal-gema do subsolo causou tremor de terra e afundamento do solo, além de piorar o alagamento durante os temporais, e a Braskem, apesar disso, se associou a uma campanha de sustentabilidade ambiental veiculada pela Rede Globo.
O drama dos moradores, expulsos de suas casas em risco de desabamento, forçando os quatro bairros viverem o clima de "cidades-fantasmas", é comparável ao drama de Pinheirinho, em São José dos Campos, episódio traumático que parece ter sido esquecido pelas "esquerdas médias", hoje ocupadas por um "tempo de muito amor e alegria", com o hoje pelego Lula retomando o governo do país.
Não por acaso, um dos bairros se chama Pinheiro. No caso de Pinheirinho, há 11 anos, um pedido de reintegração de posse do empresário corrupto Naji Nahas, dado ao governador paulista Geraldo Alckmin, o fez acionar a prefeitura de São José dos Campos para mobilizar as tropas de choque da Polícia Militar para expulsar à força os moradores de Pinheirinho. Houve confusão, violência de todo tipo, até sexual, e rumores dão conta de que quatro pessoas teriam morrido.
São inúmeros desalojados nos quatro bairros de Maceió, a exemplo dos desalojados do destruído bairro popular da cidade paulista. E o mandante do massacre de Pinheirinho, Geraldo Alckmin, tornou-se vice de Lula sem fazer um pingo de autocrítica, sem tirar satisfação alguma com a população prejudicada. Já dá para perceber o fraco desempenho de Lula e do candidato ao governo paulista Fernando Haddad (mentor da aproximação de Lula e Alckmin) nas eleições do ano passado.
Claro que os lulistas estão muito eufóricos com o desmonte do bolsonarismo, com o aumento de inquéritos e as prisões de muitos dos golpistas de 08 de janeiro último e com a exoneração de simpatizantes de Jair Bolsonaro em cargos políticos e servidores. Mas o nosso Brasil é complexo e não dá para ficar indiferente a tanta coisa ruim que acontece no nosso país.
Temos a tragédia da tribo Yanomami, vítima de uma injustificável desnutrição grave, pois deveria se permitir à tribo indígena o aproveitamento do solo, como sempre foi durante muitas gerações de indígenas. Temos as mortes de inocentes nas favelas do Rio de Janeiro, e os incêndios nas favelas de São Paulo, mostrando que a vida dos favelados não é o Carnaval que os festivos intelectuais da bregalização pregam, sob os aplausos criminosos das esquerdas identitárias.
É certo que Bolsonaro e companhia fizeram crimes, mas não foram eles que inventaram o mal. Temos hoje um tempo complicado, pois, se existe Bolsonaro e seu reino da hidrofobia, temos tantas outras pessoas e instituições perversas ou traiçoeiras, surfando no tempo de não-raivismo e se aproveitando da retórica "do amor e da paz".
O maniqueísmo fácil entre raiva e alegria, que é o mote desse tempo de esquerdismo domesticado de Lula e seus parceiros e seguidores, cria um perigoso precedente que faz com que as pessoas, pensando viver num maravilhoso cenário cultural do Brasil, vejam felizes um reality show ignorando que, como se não bastasse a imbecilização inerente a esse tipo de programa, ainda se tem como patrocinador uma empresa que financia uma "casa" fictícia às custas da destruição das casas de verdade.
Enquanto confinados ganham dinheiro às custas de uma audiência idiotizada, o povo de Maceió tem que enfrentar um drama de ser desabrigado, vivendo uma realidade que não cabe no astral de positividade tóxica da "boa sociedade" cercada de um Lula pelego, da "alegria" mercadológica da axé-music e o obscurantismo "espiritualista" de religiosos traiçoeiros com lábios de mel.
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