LÉO DIAS (E) SERVIU DE INSPIRAÇÃO PARA PERSONAGEM DE PAULO BETTI, MAS NEM TANTO ASSIM.
O autor de novelas Aguinaldo Silva sempre foi marcado por alguma polêmica ou comentário agressivo, principalmente nas suas declarações publicadas nas mídias sociais. Mas desta vez ele foi longe, desviando um pouco da adaptação de um personagem real para fazer críticas à imbecilização sócio-cultural trazida pelo brega-popularesco.
Sabe-se que ele, no momento à frente dos textos da novela Império, transmitida no horário das 21 horas pela Rede Globo de Televisão, criou o personagem Téo Pereira, um jornalista de fofocas, nos moldes do jornalista carioca Léo Dias, do jornal O Dia.
Só que nas alturas do percurso, Téo Pereira começa a desviar da rota de seu muso inspirador e passa a evocar as opiniões do dramaturgo, que preparou um desabafo a ser colocado na voz do personagem de Paulo Betti, como indignação contra os rumos direta ou indiretamente consequentes da mediocrização cultural dominante:
"Quem hoje em dia se interessa por arte? O bom gosto despencou no abismo. Música boa agora é funk, ator bom é o que não gosta de teatro, cinema bom é o que fala em favela, pintura boa é grafite…", dirá Téo Pereira, "encarnando" as palavras do autor.
Sabe-se que Léo Dias, que possui um blogue no sítio de O Dia, divide com Fabíola Reipert o posto de principal jornalista de fofocas da atualidade. Mas, do contrário da paulistana Fabíola, Léo não é de fazer comentários muito ácidos e frequentemente não investe em notas tão escandalosas quanto a colega, que é dada sobretudo a noticiar rumores de casamentos de fachada e traições amorosas.
Léo, além disso, é bem condescendente com o "mundinho popularesco" que o Brasil vive, sempre embarcando na "boa reputação" que os ídolos brega-popularescos possuem no mercado e na mídia. Muito diferente do Téo Pereira que encarnou a indignação social contra a mediocridade dominante.
Evidentemente, os progressistas de coração mais mole e teleguiados pelas "simpáticas" abordagens da intelectualidade "bacana" - que surgiu dos porões do PSDB mas querem se vincular ao esquerdismo pensante - vão se enojar diante de várias coisas descritas na frase, mas ela tem seu grau de pertinência.
O bom gosto despencou no abismo, o "mau gosto" virou "causa libertária" nas mentes da intelligentzia "mais bacaninha", e aí "ator bom" não gosta de teatro, internauta "inteligente" odeia ler livros, "funk" é "boa música" e cinema "de qualidade" é o que exalta a favela, que poucos intelectuais "modernosos" de hoje conseguem admitir como um problema sócio-habitacional.
Aqui só se tem uma ressalva sobre o grafitismo, porque eu pessoalmente nada tenho contra, mas evidentemente não substitui as pinturas tradicionais, assim como sâmpler não substitui instrumentos musicais. Mesmo assim, é incômodo a superestima dessa modalidade artística, como se as periferias não pudessem também pintar quadros.
Em todo caso, Téo é uma exceção na fruna pró-popularesca que existe nos veículos das Organizações Globo, e dentro de uma Rede Globo que, juntamente com a Folha de São Paulo, estabeleceu o discurso "socializante" do "funk carioca" - as duas "inventaram" a APAFUNK - que os esquerdistas médios pensam ter surgido das forças progressistas. Os barões da mídia adoram o "pancadão".
O autor de novelas Aguinaldo Silva sempre foi marcado por alguma polêmica ou comentário agressivo, principalmente nas suas declarações publicadas nas mídias sociais. Mas desta vez ele foi longe, desviando um pouco da adaptação de um personagem real para fazer críticas à imbecilização sócio-cultural trazida pelo brega-popularesco.
Sabe-se que ele, no momento à frente dos textos da novela Império, transmitida no horário das 21 horas pela Rede Globo de Televisão, criou o personagem Téo Pereira, um jornalista de fofocas, nos moldes do jornalista carioca Léo Dias, do jornal O Dia.
Só que nas alturas do percurso, Téo Pereira começa a desviar da rota de seu muso inspirador e passa a evocar as opiniões do dramaturgo, que preparou um desabafo a ser colocado na voz do personagem de Paulo Betti, como indignação contra os rumos direta ou indiretamente consequentes da mediocrização cultural dominante:
"Quem hoje em dia se interessa por arte? O bom gosto despencou no abismo. Música boa agora é funk, ator bom é o que não gosta de teatro, cinema bom é o que fala em favela, pintura boa é grafite…", dirá Téo Pereira, "encarnando" as palavras do autor.
Sabe-se que Léo Dias, que possui um blogue no sítio de O Dia, divide com Fabíola Reipert o posto de principal jornalista de fofocas da atualidade. Mas, do contrário da paulistana Fabíola, Léo não é de fazer comentários muito ácidos e frequentemente não investe em notas tão escandalosas quanto a colega, que é dada sobretudo a noticiar rumores de casamentos de fachada e traições amorosas.
Léo, além disso, é bem condescendente com o "mundinho popularesco" que o Brasil vive, sempre embarcando na "boa reputação" que os ídolos brega-popularescos possuem no mercado e na mídia. Muito diferente do Téo Pereira que encarnou a indignação social contra a mediocridade dominante.
Evidentemente, os progressistas de coração mais mole e teleguiados pelas "simpáticas" abordagens da intelectualidade "bacana" - que surgiu dos porões do PSDB mas querem se vincular ao esquerdismo pensante - vão se enojar diante de várias coisas descritas na frase, mas ela tem seu grau de pertinência.
O bom gosto despencou no abismo, o "mau gosto" virou "causa libertária" nas mentes da intelligentzia "mais bacaninha", e aí "ator bom" não gosta de teatro, internauta "inteligente" odeia ler livros, "funk" é "boa música" e cinema "de qualidade" é o que exalta a favela, que poucos intelectuais "modernosos" de hoje conseguem admitir como um problema sócio-habitacional.
Aqui só se tem uma ressalva sobre o grafitismo, porque eu pessoalmente nada tenho contra, mas evidentemente não substitui as pinturas tradicionais, assim como sâmpler não substitui instrumentos musicais. Mesmo assim, é incômodo a superestima dessa modalidade artística, como se as periferias não pudessem também pintar quadros.
Em todo caso, Téo é uma exceção na fruna pró-popularesca que existe nos veículos das Organizações Globo, e dentro de uma Rede Globo que, juntamente com a Folha de São Paulo, estabeleceu o discurso "socializante" do "funk carioca" - as duas "inventaram" a APAFUNK - que os esquerdistas médios pensam ter surgido das forças progressistas. Os barões da mídia adoram o "pancadão".
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