Há uma queixa quanto às "vagas rotativas" improvisadas por comerciantes para cobrar estacionamento em certas ruas de Niterói.
Isso atrapalha o trânsito, obriga os motoristas a buscarem um estacionamento mais distante e, pelo menos, pouco oneroso, e isso realmente é um grande problema.
A queixa se refere a um ponto na Rua Mariz e Barros, em Icaraí, próximo à Rua Lemos Cunha.
Não há como se contentar com esse problema, com toda certeza.
Mas há um problema ainda mais grave: o niteroiense só se incomoda com aquilo que atinge sua vida pessoal.
Quando é um problema que não atinge a vida pessoal de um grupo de pessoas, há um silêncio generalizado, por mais que o problema cause danos explícitos.
Exemplo é o silêncio sepulcral que os niteroienses médios têm em relação a praças improvisadas em plenas ruas, monstrengos que atrapalham a mobilidade urbana.
São arremedos de praças em geringonças montadas supostamente para estimular o convívio social.
Mas nós já temos praças, devemos é estimular o convívio social das pessoas em praças já existentes e evitar que elas virem moradia de mendigos e até de toxicômanos.
Quem investe nessas "praças de rua"? Há um empresário de nome?
Ninguém diz, ninguém reclama, ninguém reporta, ninguém revela.
A "praça" está ali aos olhos do jornalista médio "correspondente da Rua Cel. Moreira César" e sua "mobilidade de copo de cerveja" e ele nem vê.
Até entendemos a sua indiferença em relação à necessidade de nova avenida ligando Rio do Ouro e Várzea das Moças para dispensar a RJ-106, aliviando seu tráfego.
O "correspondente da Rua Moreira César" não mora lá. Claro que isso é incômodo, pois não afeta sua rotina pessoal e ele, se vai tirar férias, não vai para a Região dos Lagos, vai para além da Ponte Rio-Niterói.
Isso é compreensível, embora não se justifique que um jornalista de Internet só se interesse com fatos ligados aos seus interesses pessoais diretos ou indiretos.
Mas o que não se entende é o silêncio em relação à aberração de uma pretensa "praça pública" que está na sua cara, na rua de sua casa.
Alguém tem que fazer alguma coisa.
Na "praça" instalada na Travessa Alberto Victor - que nos anos 1980 foi parte dos trajetos das linhas 43-2 e 49-2 - , os carros tinham dificuldade de transitarem.
A Rua Cel. Moreira César, aliás, não devia ter estacionamento, que deveria ser deslocado para edifícios-garagens, garagens coletivas ou para os meios-fios das ruas transversais.
Isso porque o trânsito de Icaraí deveria fluir mais, devido aos congestionamentos.
A Av. Roberto Silveira deveria ter mão dupla permanente, enquanto o tráfego intenso deveria ser escoado para as ruas João Pessoa, do lado do Jardim Icaraí, e Moreira César e Tavares de Macedo, mais próximo da Praia de Icaraí.
Pode-se até criar um mergulhão sob o fim da Rua Tavares de Macedo para atingir a Rua Mariz e Barros e a Avenida Sete de Setembro.
Tirar os estacionamentos na Moreira César e Tavares de Macedo, jogando-os para transversais ou para garagens coletivas, é também um bom passo.
Devemos ver a mobilidade urbana de Niterói de forma estratégica, não custa repetir.
Para que não se repita a gafe da via Cafubá-Charitas, que levou sete décadas para sair do papel enquanto o niteroiense médio ficava feliz enfrentando trânsito lento da Região Oceânica para São Francisco, via Largo da Batalha.
O niteroiense precisa aprender a conhecer a si mesmo e a conhecer os problemas dos outros. Ou vai criar má fama por sua acomodação.
Comentários
Postar um comentário